segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Hard as a rock

Cena 1. Int. Noite. AMIGAS, MARIDO DA AMIGA, IVY e GURU estão sentados, jantando, e conversando sobre assuntos aleatórios.

IVY: Pois é, a menina ficou com o meu varal e o meu ingresso, a desgraçada.

AMIGA 1: Que mina mais tonta, aff, odeio ela.

IVY: Deixa ela para lá, então...

GURU (interrompendo): Ivy, como assim, a menina virou a cara para você, do nada?

IVY: Sim.

GURU (incrédulo): Mas você fez alguma coisa para ela, falou alguma coisa, alguém inventou uma fofoca?

IVY: Olha, eu não tenho amigas em comum com ela, então não tem de onde tirar fofoca. Eu não fiz absolutamente nada, continuo na mesma.

GURU (tentando entender): E ela virou a cara, assim, do nada? E você não foi falar nada?

IVY: Sim, é doente. E eu não fui atrás por dois motivos: um, eu não sou serviço de atendimento ao consumidor para ficar perguntando se está satisfeito com o serviço e dois porque mesmo que eu tivesse feito alguma coisa ela não tinha este direito, porque no pior momento da vida dela a única pessoa a ficar do lado dela fui eu.

AMIGA 1: Sou testemunha, a IVY é superamiga.

AMIGA 2: Eu acho que ela está com inveja porque você está mais bonita agora.

IVY: Sabia que a Rose falou a mesma coisa? Disse que seres humanos são idiotas: enquanto todos os animais seguem o mais bonito, mulher gosta de se cercar da mais feia para humilhar.

AMIGA 1: Sabe, eu realmente acho que é isso mesmo, inveja. Credo, sai de reto.

GURU (cada vez mais incrédulo, olhando para o MARIDO DA AMIGA): Você tá falando sério? Sua amiga-vizinha virou a cara pra você só por que você emagreceu e está mais gostosa? Cara, ser mulher é muito difícil mesmo!

IVY: You tell me. O pior não é que ser mulher é só difícil: desde que inventaram a MAC ser mulher também é caro!

AMIGA 2: Ai, falando nisso, adorei seu rímel novo, ai, a Joanna é tudo né? Este rímel ficou ótimo em você.

IVY: A Joanna é megaluxo, então, ela me mostrou uma base in-crí-vel da Dior e tals...

GURU (falando para MARIDO DA AMIGA): Ainda bem que elas se divertem com isso né?

MARIDO DA AMIGA: Pena que quem paga é a gente...

Loira gelada

Cena 1. Ext. Noite (de lua cheia). IVY passa para ir ao mercado e encontra sua AMIGA fechando a loja dela.

IVY: Queridona, to indo no mercado, quer alguma coisa?

AMIGA (rindo): Uma babá, pode ser?

IVY: Este é O meu sonho de consumo. Nossa, não aguento mais esta correria e ter que fazer a unha de domingo!

AMIGA: Eu também, não quero mais saber da loucura não!

IVY: Meu, me fala uma coisa: tem como piorar?

AMIGA: Se você tivesse o cabelo ruim, sim. Mas como você tem o cabelo bom...

IVY: Nossa, ganhei a minha noite. Vou lá, um beijo.

AMIGA: Beijo.

Cena 2. Ext. Noite (de lua cheia). Cinco minutos depois, IVY volta do mercado com duas Coronas beeeem geladas.

IVY: Vai, fecha a loja. Vamos brindar.

AMIGA: Mas é para já! Vamos brindar a quê?

IVY: Ao fato de termos o cabelo bom... e sermos loiras!

AMIGA: Então, cheers baby! Merecemos!

IVY e AMIGA começam a beber em plena segunda-feira numa noite de lua cheia de verão, rindo horrores.

Naked

My problem is that I am really huge Beatles´ fan and, in times that I don´t know what to do or what to think, I go on the Paul way and let it be...

De homem pra homem

"Nada como um homem para poder interpretar outro homem..."

Só assim para continuar vivendo com os mil e um por quê (por que ele fez isso ou por que ele disse isso) da vida. Só.

domingo, 29 de novembro de 2009

Ticket to Ride

- You know, London calls me everyday.
- Hi, ivy, maybe it is time to call it back, don't you think?

Eu levei dois meses para entender este conselho, que hoje vejo: sim, foi o melhor do ano (valeu Bronze, thanks a lot!). Quando a lua cheia é iminente no céu e nenhum dos seus amigos está disponível para sair, é hora de você entrar dentro de você mesma. E isso inclui Londres, mesmo que não haja ninguém para jantar fora com você em um domingo à noite e você realmente precisa de uma refeição decente.

Nesta hora, simplesmente vá de escova ao mercado e escolha o melhor medalhão de filet mignon. Simplesmente despreze o bacon, ah, estes bacons, quem garante que foram feitos do jeito digno de fazer um bacon? E simplesmente passe reto pelo corredor das cervejas: é pecado beber uma Guiness sozinha ou sem ter a quem brindar (como é que você pode fazer isso com a gente?). Escolha os melhores legumes, pois agora além de ser decente, sua refeição tem que ser saudável. E com os 17 reais que lhe restam, compre uma Chandon rosè e vá para casa, pensando como deve ser feliz sentir o calor em Londres, já que você experimentou o doce e amargo frio da capital do mundo.

Lembre-se que you have a date with Paul e é melhor chamá-lo logo. Nesta hora, não fique triste por não estar em Trafalgar Square nem por não estar surtando na H&M com o Jimmy Choo... simplesmente ignore que Londres está a algumas horas, algumas libras e um período de férias de descanso e simplesmente sinta, ou melhor, reviva o momento em que desceu naquela gare ouvindo inglês novamente- ah, English! Lembre de toda a emoção nos seus olhos e aquele velho espírito que lhe dizia "sim, você já morou aqui, tantas e tantas vidas atrás, welcome back to your life".

Lave bem os legumes em água corrente enquanto se lembra de que lá a água escorre pelo lado inverso. E lembre-se de quando Londres era apenas um sonho- e que você amava tanto. E que quando finalmente virou realidade, você passou a amar mais. Escolha o tempero ideal para esta ocasião: curry. Desde sempre Londres foi empestiada por indianos e eles têm the best curry em the world. Jogue tudo na sua quinoa, sem sal, e comece a cantar alto "take a sad song and make it better". Abra os olhos e veja pela London Eye Londres brilhando única e exclusivamente para você, no maior presente que poderia existir na vida.

Grite todos os gritos dados na borda do Tâmisa, de todo o sentido que aquela neblina lhe fez sonhar e de como até hoje você quer processar a Fergie por ter usado a London Bridge como uma metáfora babaca para buceta. Sinta novamente aquela paixão descontrolada pelo Chelsea e de como aquele sotaque britânico no Tube faz a vida mais linda.

Nesta hora é o momento que você chega a Abbey Road e sente saudades dos seus irmãos, que um dia moraram ali. Você surta quando fala com eles por telefone, ei, estou em Londres, é a droga mais poderosa do planeta e ri da cara da rainha, que pela primeira vez não está longe de você, está ali, do outro lado do parque com folhas amaraledas. E assim você se lembra de Eight days a week e de como aquela música pode significar tanto para você- e para Londres.

Seus sentidos estão em Convent Garden e no melhor fish and chips de Londres, segundo a Lonely Planet, é bom ressaltar e de como você só quer estar ali, sentir ali, viver ali. Até dormir é melhor ali e as cervejas, ai, sempre as cervejas, te tiram da órbita mas não consegue te tirar de Londres. Pausa para o momento de xingar mil vezes os fabricantes de palmito porque fazem o pior vidro de abrir sozinha. Que droga, você pensa, e começa a blasfemar. Blasfemar, vale aqui dizer, não o fato de você morar sozinha e não ter um namorado para abrir o pote e sim pela sua treinadora ficar batendo papo contigo ao invés de fazer você pegar firme na musculação.

Você se sente feliz por ver aquelas bolhinhas subirem na sua taça ao mesmo momento em que sente elas subirem no seu sangue. E da graças a Deus por ter feito parte de Londres durante seis dias- e por hoje Londres fazer parte de você para sempre. Você nunca mais estará sozinha, agora finalmente você entende: você tem Londres e há de sentir pena daqueles que não a tem em seus ossos e em seu sangue. Você ri se lembrando da guitarra do Kurt Cobain e de como você realmente tentou roubar a bateria do John Bonham e de como virou a sensação na duana ao falar que ia para Londres ver um show do Foo Fighters em duas línguas e de como sonhava que o Brian May participasse cantando qualquer coisa, menos I was born to love you.

Nesta hora sua quinoa está pronta e você vai fritar o medalhão. Esta é a última rodada de bolhas e você precisa ver Londres, mas comer Paris, ou algo que pelo menos taste like Paris. Você joga a mostarda au cognac nos champignons e lembra que é hora de voltar para Gare du Nord e que não é mais hora para odiar Paris- afinal, Paris é sua casa e foi seu começo, não é culpa dela que seja seu fim, o fim de um sonho. Com o prato pronto, você senta para comer enquanto o Paul simplesmente canta para você- e ninguém mais além de você- que something in the way she moves...

E simplesmente foda-se que você está apaixonada e ele não liga! Porque sim, você pode até mesmo pegar o TGV mas nunca mais, repito, nunca mais, você vai deixar Londres. Sorry, honey, but London is part of you now, just like that lunch in San Diego, when you sold your hair to the air and promissed yourself that La Joya was part of you. Todas as imagens começam a se misturar e tudo começa a fazer o mais absoluto sentido até você se dar conta- ow, I am the fucking luckest girl in this world.

O calor da frigideira produziu uma fumaça atípica e na hora que você se senta, sozinha, em sua cozinha sente novamente a London Fog. Thank you Thiago, you were right: it was about time to call London back.




To Jules- foda-se o Julian Lennon, ele realmente escreveu Hey Jude para você.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Beleza Pura

Cena 1. Int. Noite. IVY e AMIGA 1 e AMIGA 2 estão conversando sobre vários assuntos. De repente, um deles se torna uma colega.

AMIGA 1: Pois é, mas a fulana é feia e ainda não se ajuda, usa umas roupas horrorosas, não se arruma, é um horror.

IVY: Em 2002, a minha campanha da fraternidade teve o slogan "Deixe as outras mais feias".

AMIGA 2: E como deixar as outras mais feias, Ivy?

AMIGA 1: É, como?

IVY: Ficando você mais bonita. O mundo é simples, as pessoas é que não se dão conta disso.

Futebol, mulher e rock and roll?

Por uma razão que nem Freud explica, eu sempre fui uma menina-menino. Este conceito, claro, não existe nos escritos do grande gênio vienense, mas na prática funciona assim: eu gostava de brincar de boneca, casinha e cozinha (a preferida), mas não dispensava carrinho de rolimã, bolinha de gude, bafo e todas as outras coisas de menino. Como eu não enxergava direito, todos os esportes com bola me pareciam meio ingratos por causa dos óculos e apenas por esta razão eu não fiquei uma fanática por futebol.

Olhando para trás, vejo que eu tinha tudo para isso: meu pai, que tem sete filhos, três deles homens, sempre me levou pra ver seus jogos (ele joga bola quatro vezes por semana). E como ele AMA futebol, se eu quisesse usufruir a companhia dele nas férias tinha que ficar vendo e ouvindo as partidas de futebol na TV e no rádio, eu ficava.

Mas se eu não virei fanática por bola, não me considero totalmente desafortunada: considero meu grau de conhecimento apenas como moderado- eu sei que o cara de preto é o juiz, mas não sei escalar, de cabeça, a seleção de 70, incluindo os reservas. No meio deste céu e desta terra, até que sei um pouco de coisa sobre esta vão filosofia das quatro linhas.

Se meus conhecimentos em futebol são moderados, em outra área, vamos assim dizer mais masculina, minha cultura é bem mais avançada. Esta incrível área do conhecimento se chama rock and roll, gênero musical que é a minha fonte de beber desde que eu me entendo por gente. Além da minha água e minha pinga, o rock and roll sempre foi o meu maior hobby. Na vida prática, significa que eu prefiro visitar o Whisky a Go Go ao invés do museu de arte de Los Angeles e por aí vai. Minhas viagens, por exemplo, sempre foram traçadas com o objetivo para aproveitar e sentir o rock, não à toa eu passei um mês na California pirando.

E se tem homem que escuta coisas de porque o goleiro usa uma roupa diferente, eu já ouvi asneiras do tipo "Nossa, o Keith Moon é o melhor guitarrista da face da Terra" e perguntas do tipo "AC/DC é Antes de Cristo e Depois de Cristo?" e coisas do gênero de homens. E eu nunca falei: "Nossa, como você é idiota, só poderia ser homem mesmo".

Engraçado é que não só eu, mas qualquer mulher que fala de futebol escuta isso com frequencia. Sei disso por experiência própria e próxima, pois minha melhor amiga cobre futebol e escuta as coisas mais impróprias que se pode imaginar. E olhando para tudo isso hoje eu me pergunto: quem falou que o futebol é de vocês e só de vocês? Por que vocês insistem em fazer comentários maldosos e machistas? O futebol, assim como o rock and roll, não tem sexo, é universal, é um fenômeno de entretenimento de massas.

O que eu acho mais engraçado disso tudo é que são os homens que mais perdem com o machismo. À medida que eles perpetuam coisas do tipo "mulher não entende de futebol" eles também obrigam que os homens entendam. E se um coitado do sexo masculino prefere golfe ele é completamente humilhado pelo fato de não saber quem é o técnico do Santos?

Além do machismo, acho que no que tange ao futebol os homens gostam de associar competência com conhecimento e uma coisa não tem nada a ver com a outra. Conhecimento não ajuda uma pessoa a ser competente. Para o competente, conhecimento só ajuda. Com o conhecimento, o incompetente não consegue fazer nada.

Portanto, o fato de ter ou não ter conhecimento sobre um determinado assunto, futebol, por exemplo, não me torna uma retardada, incapaz de escrever um texto coerente e bem argumentado sobre a minha preferência pelo Flamengo no Campeonato Brasileiro. Em nenhum momento eu me coloquei como sábia da montanha e passei a explanar as capacidades técnicas e os estilos de jogo de cada equipe, eu simplesmente discuti a coerência de ter um time hepta campeão no país- e este time poderia ser o São Paulo como qualquer outro. O fato de ter um pouco de conhecimento sobre rock and roll não me autoriza a ser dona de gravadora ou jurada do Supernova.

Do outro lado, vejo a minha amiga querida sendo vítima do machismo de pessoas incopententes e babacas- que querem justificar o injustificável o tempo todo usando "argumentos" ridículos como "nossa, mas você é mulher". É sabido hoje que o futebol está repleto de homossexuais, seja em campo ou fora deles. Quer dizer que um repórter mocinho- gay ou não- que consiga o furo do ano vai ser ridicularizado no meio da redação por um sem-noção que irá dizer que ele só conseguiu por que deu o cu pra fulano? Preconceito e sexismo é falta do que fazer, na minha sincera opinião.

Eu acho que estamos no ano de 2009 e não faz mais sentido ter primeiro, segundo e terceiro sexo. Mesmo porque, estamos todos no mesmo time, o dos seres humanos. E já passou da hora de começarmos a todos torcemos por ele.

Congestionamento

"Não demorará muito para que em São Paulo haja engarrafamento numa rua sem saída."
Vô Getúlio, aka mestre dos mestres

Sobre ontem à noite

O mais legal disso tudo é ouvir os maiores banqueiros do Brasil falando de putaria sem o menor pudor...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eu, são paulina, torcendo pelo Flamengo

Já aviso logo: sou amante do futebol, principalmente dos homens que amam futebol, mas não sou, nunca fui e nunca serei xiita. Sou amante do bom futebol, não apenas aquele futebol arte encenado nos campos- sou amante do futebol como expressão brasileira. Traduzindo: embora eu goste de visitar estádios pelo mundo a fora, futebol para mim só tem sentido quando é do Brasil, não a seleção canarinho. Futebol é expressão de brasilidade e defendo seu tombo como patrimônio cultural imaterial do país há tempos.

O futebol faz parte do brasileiro, o brasileiro faz parte do futebol. As duas instituições não podem ser separadas, é tipo pão com manteiga, Romeu e Julieta, o mar e Iemanjá. Por isso, como amo o Brasil, eu amo futebol, é consequência do coração.
E, falando em coração, sim, eu tenho um time de coração. Chama-se São Paulo Futebol Clube e eu sou da leva de torcedoras que foi convertida graças ao são Raí (vou aqui fazer uma preciosa citação ao Macaco Simão que disse que com o Raí em campo o São Paulo nunca perdia feio…) numa não longinqua década de 90. Nunca fui fanática ou apaixonada, mas sempre admirei e amei o clube, do meu jeito torto e desligado de ser.

Inclusive, eu sou a maior pé quente da história do São Paulo! Explico: um ex-namorado, são paulino roxo, me levou para ver um jogo no Morumbi como nosso first date. Naquela época, o tricolor estava na frente do campeonato brasileiro e iria enfrentar o Fluminense em sua casa vazia (foi por isso que ele me levou, segundo ele não colocava a minha vida em risco). E o São Paulo ganhou de 6x0, e ainda teve dois gols anulados! Incrédulo, achando que aquilo era sorte de principiante, o dito cujo passou a me levar ou a assistir comigo todos os jogos… e as façanhas se repetiam. Até que ele terminou comigo e eu, puta, parei de assistir. Não deu outra: naquele ano de 2002 o São Paulo foi desclassificado pelo Santos, o time do meu pai a umas três rodadas do final.

Anos depois, reencontrei com este ex, que depois passou a ser chamado simplesmente de Traste (advinhe por quê?), depois de um jogo do São Paulo e Santos pelo campeonato paulista de 2006, meu pai me levou ao estádio. Ele me procurou depois que o nosso time simplesmente detonou o Peixe em pleno Morumbi. Não era que ele me queria de volta, ele queria o campeonato, mas enfim, deixa para lá.

Acontece que tirando estas duas vezes em que eu estava com raiva, eu sempre torci pro São Paulo, claro. Mas hoje, às vésperas de mais uma final de campeonato, eu não penso em colaborar com o meu pé quente para o hepta por um motivo que parece absurdo: eu estou torcendo pro Flamengo.

Antes de me jogarem pedras e xingarem a minha mãe, leiam pelo menos os meus motivos. Antes de gostar do São Paulo eu amo o futebol e não acho sadio para o futebol brasileiro ter um hepta campeão. Pelo menos não assim, tão fácil.

O São Paulo é o melhor time do Brasil atualmente, isso é um fato incontestável. Sua estrutura, suas campanhas, seu orçamento bem administrado. Os caras são realmente profissionais, posso dizer porque já fiz matéria com o clube. Só que deste jeito que a coisa anda, acaba perdendo a graça. O São Paulo está virando a Meryl Streep do futebol, ganha todas. E acaba ficando sem graça competir com quem ganha todas. Em suma, o São Paulo está tirando um pouco da diversão do campeonato, que é apostar, fazer o bolão, esperar pelas novas manobras. Se futebol é uma caixinha de surpresas, o São Paulo acaba sendo o KinderOvo: sempre tem chocolate e brinquedo, nunca muda.

Além da hegemonia, acho que o hepta do São Paulo não teria muitas conotações democráticas. Ora, que país somos nós que temos um hepta campeão e ninguém consegue chegar perto dele? Se o futebol é reflexo da cultura brasileira, o que é o retrato verdadeiro da nação com este time que ganha todas senão uma falsa democracia, onde ganham apenas aqueles que têm mais dinheiro? Que as oportunidades são para aqueles que estudam mais, se organizam mais? E onde está o todos são iguais perante a lei?

Enquanto isso, do outro lado do campo, temos o Flamengo, a maior torcida do mundo, time cuja origem remete à elite, clube centenário que já faz parte do imaginário popular, objeto de culto como personagens e canções, se pá até romance já deve ter inspirado.

O Flamengo vinha de uma fase decadente, salvo engano. E superou. Quer exemplo melhor para o brasileiro? Entre os exemplos, destaco também o Adriano, que trocou o dinheiro e o gelo do futebol europeu para vestir a camisa de um time do seu país. Isso é um bem danado para a nossa auto-estima, é uma forma de exorcizar o nosso complexo de vira-lata, como bem teorizou Nelson Rodrigues. Vai ser aquela velha coisa, se o Flamengo conseguiu, eu também consigo…

Se as condições do campeonato fossem outras, com outro time de elite brigando pelo título, era capaz que eu ficasse um tanto quanto dividida, só me restariam os argumentos do hors concours. Mas como o concorrente direto é o povão…

Sinceramente, pense o que o mundo está achando de nós (se você sabe o que se passa no futebol espanhol e no inglês, eles também sabem do nosso, acredite): que somos um país de um clube só? Já pensou se um gringo resolve fazer a tese de doutorado sobre o futebol brasileiro e constata que o único time com bons resultados recentemente é o São Paulo? O que vão pensar da gente, que o futebol brasileiro funciona a base de mala preta?

Como são paulina, acho ótimo que o clube leve mais esta. Mas como brasileira… eu só posso torcer pelo bem do futebol. E acho que, neste caso, o melhor mesmo é democratizar o título de Campeão Brasileiro!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Jail

"Eu sei que você acha que mora em um país livre, mas qualquer hora destas você vai parar na delegacia por conta dos seus delírios insanos. E isso é sério."

QI

"Se ele realmente fosse tão inteligente, por que ele não está com você?"

"Eu to me perguntando a mesma coisa. Quer dizer, agora que você falou tem mais uma coisa: se ele não está comigo é por que ele é burro? E eu sou burra por me apaixonar por um homem burro, certo?"

"Errado."

Programa de Vantagens

- Não Ivy, a melhor vantagem de ser jornalista é que você pode usar como desculpa que está fazendo uma matéria e ninguém desconfia.
- Como assim?
- Exemplo: você vai num lugar mega micado, ridículo, acompanhar uma amiga. Dias depois, você diz que foi lá a trabalho, estava fazendo uma pauta de estabelecimentos micados.
- Sei.
- Exemplo dois: você pode chegar num cara bonito e falar que está fazendo uma matéria e precisa da ajuda dele.
- Você tá falando sério?
- Claro que eu to. Eu sou engenheira, eu não posso fazer isso. Mas você é jornalista, você pode!
- Será que é por isso que inventaram que é o quarto poder?
- Não sei, mas você há de convir comigo que você pode fazer isso, não pode?
- Posso.
- E você vai então?
- Não.
- Por que não?
- Porque a minha cara de pau só funciona em horário comercial.
- Meu, você é besta mesmo! Você só se fode nesta sua profissão e ainda não quer usar a única vantagem que ela tem? É burra mesmo!
- Faz sentido não? Afinal, sou jornalista...

(Silêncio...)

As good as it gets

- Mas o que é melhor para você, ser registrada ou PJ?
- Para mim, o melhor é não ser mais jornalista.
- Mas não é esta verdade inquestionável que estou perguntando, é sobre condições de trabalho.
- Nevermind...

E?

Pelas ruas nada desertas, ah, como eu queria que fossem
Um olhar perdido pela janela do táxi
Enquanto a cabeça se concentra no Dieese, no IPC, nas aves silvestres apreendidas, nos dados de TI, nas eleições do PT
Entre tudo isso, um jardim no meio da praça e uma vontade incrível de tirar uma foto no meio das flores amarelas
E mandar para bem longe junto com uma carta em papel velho, assinada apenas por uma criminosa condenada por roubar canetas

Ah, o amor...

"O amor só faz bem!"

Em resumo, todo mundo ganha quando uma pessoa próxima a você muito chata e insuportável finalmente arruma alguém para amar.

Eu tenho a força!

"Senhor, dai-me paciência. Porque, se me der força, eu mato!"


Dá-lhe Gi!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Da lama ao caos

Não sei se foi a conversa toda sobre a integridade (ou inteligência, como meu guru prefere dizer) do Iron Maiden mas o fato é que ontem eu estava lembrando- muito- do passado recente. Estava perdida nos pensamentos da época em que diversão era pegar o trem para São Paulo, comer no Mc Donald´s e just hung out na Galeria do Rock. Deve ser por isso que eu perdi a entrada para a pedagiada na Castelo e tive que fazer um retorno... em Osasco.

Chovia muito e como o meu carro é muito filmado, eu não conseguia ver muita coisa. Pedi ajuda às placas e fui seguindo diretamente para a Castelo novamente quando o carro patinou. Barro, aqui?, pensei. A placa estava certa, eu lembrava, era aquela saida mesmo. E era mesmo muito barro, tanto que eu fiquei atolada. Pus a primeira, acelerei ao máximo e o único raciocínio era porque eu não tinha um carro com tração nas quatro rodas, que falta fazia numa hora daquelas. Se eu tivesse uma Jeep Cherokee, meu sonho master de consumo, eu não estaria ali, embaixo de chuva, sozinha, atolada. Estava na lama.

Quando eu não sei o que fazer na vida eu ligo pro meu guru. Além de ser meu guia espiritual e emocional, ele também arruma o relógio do microondas, instala a impressora e desbloqueia o DVD- pelo menos tenta. Nilton, sou eu, estou atolada, o que eu faço? Aguarda um instante que eu to abrindo o computador para pegar o telefone da ViaOeste, em 15 minutos eles estão ai e você vai para sua aula.

ViaOeste boa noite, em que posso ajudá-la/ Oi, estou atolada aqui na Castelo. Senhora, não administramos nenhuma via de terra senhora, não podemos fazer nada. EU ESTOU NA CASTELO BRANCO, ATRÁS DO ACOSTAMENTO, EMBAIXO DA PLACA DO OUTBACK, ATRÁS DO EXÉRCITO, NA SAÍDA DO HELENA MARIA, EU ESTOU NA CASTELO E VOCÊ VAI MANDAR UMA RONDA ME BUSCAR AGORA. Tararararararara (nossa, como eu odeio Para Elisa). Senhora, estamos mandando um guincho, está trânsito na Castelo mas em quinze minutos eles chegam aí.

Desespero? Não, são apenas 15 minutos. Ivy, me liga de volta depois que falar na ViaOeste, quero ficar com você na linha caso aconteça alguma coisa. Oi Nilton, to aqui, ainda está chovendo muito, eu não estou enxergando nada. Calma, eles chegam ai em 15 minutos.

Não chegaram. Me ligaram dizendo que não sabiam onde eu estava e que não poderiam fazer nada para me ajudar. SE VOCÊ NÃO PUDER QUEM PODE MINHA FILHA? EU TENHO O SEMPARAR E PAGO ESTE MALDITO PEDÁGIO PARA VOCÊ MANDAR UM GUINCHO VIM ME TIRAR DAQUI. Tarararararararara (eles não têm noção de que eu odeio Para Elisa?). Senhora, estamos mandando o resgate novamente.

Nilton, eles estão de má vontade, não estão querendo vim, dizendo que não me acham, eu estou embaixo da placa do Outback. Ivy, liga para polícia, AGORA. Alô, polícia, eu to aqui presa na Castelo,a Viaoeste diz que não sabe onde eu estou e não manda socorro. Repita onde você está. Repeti. Calma, você está em Osasco, estou mandando as viaturas.

Neste exato momento, duas batidas na janela. Já não chovia, mas estava escuro. "Baixa o vidro, nós estamos aqui para ajudar". Nunca tinha ficado atolada, nestes quase dez anos que eu tenho carta nunca nem um pneu eu furei e de repente eu estava ilhada com duas pessoas que eu não conhecia batendo no vidro do carro. Quem me garantia que eram boas pessoas?

Ivy, abre o vidro e deixa que eu falo com eles, a viatura já está chegando ai de qualquer jeito. Dois jovens se apresentaram. Era o Ricardo e o Leandro, nunca tinha visto na vida. Calma dona, eu sou trabalhador, olha aqui o meu crachá eu não vou te machucar. A senhora é a segunda pessoa que fica atolada hoje, peraí que nós vamos te tirar daqui.

Ali eu completamente desabei, o policial do outro lado da linha me acalmava e falava para depois que eu tomasse banho processasse a Viaoeste por tamanho descaso. O tanto de pedágio que eu pago e quem me tira da lama e do caos são dois desconhecidos, dois bons homens que sabiam que a única ajuda que eu teria ali era deles.

Mais uma hora e o carro estava solto. Só que eu não tinha condição de dirigir: o Ricardo me explicava como segurar o volante reto para voltar. Não ia dar certo. Então passa pro outro lado que eu te deixo no asfalto. Em cinco minutos eu vi o asfalto, nunca pensei que o asfalto fosse tão bom. Mas mesmo assim eu não conseguia parar de chorar. Onde eu estou? Você está em Osasco. Onde em Osasco? No Piratininga.

Meu Deus, se tivessem me falado isso antes... eu estava atrás da escola do meu irmão, do trabalho da minha mãe, este tempo todo eu estava... do lado de casa. Piratininga era onde morava o Everaldo, meu amigo da escola. Ele virou engenheiro e rodava o país de obra em obra, construindo barragem, tinha tido um filho em janeiro, o Enzo e eu não via os pais dele desde o natal de 2007.

Moço, o senhor pode me levar pro jardim I.A.P.I., por favor, que não to em condições de dirigir? Ele me olhava estranho, pela primeira vez: o quê aquela loira peituda de salto sabia que o jardim I.A.P.I. existia? Onde no I.A.P.I.? No último prédio da rua da feira.

Em cinco minutos, eu estava novamente na porta do prédio que tanto eu visitei. Tinha rodado o mundo e se passado dez anos, mas eu não esquecia o caminho, nem o telefone de casa, nem que a mãe dele chama Alice e o pai, Everaldo sênior, que eu sempre chamei de Bob Pai. E tinha o Wesley também. Um deles estaria em casa, eu tinha certeza. E estava, era Alice, preocupada desde que eu tinha ligado dizendo que estava chegando.

Como nem no elevador eu sabia chegar, um vizinho me deixou na porta de casa. Alice me recebeu com um abraço apertado e um chá de cidreira, me fez explicar a história toda para dizer no final: "Que bom que pelo menos você estava perto de casa". Ela estava certa: eu morei em Genebra e Nova York e rodei este mundo, mas nunca tinha saído dali. Eu estava em casa e nunca aquilo foi tão bom.

O resto da família chegou e uma vez explicada a história, todo mundo ria de como eu consigo ser desmiolada a ponto de entrar num antigo acesso da Castelo. E ainda ficar atolada e me descabelar toda. E ficaram felizes porque tudo tinha tido um final feliz.

Eu realmente fiquei cansada demais e não tinha mesmo condição de dirigir de volta para São Paulo. E, envergonhada, perguntei: Eu sei que tem anos que u não faço isso, mas eu posso dormir aqui hoje? Mas Ivy, você estava achando mesmo que iria embora?

Antes de sair de casa eu falava com a Elaine sobre as pessoas que valem a pena. Hoje eu dou graças a Deus pelo tempo ter passado e pessoas como aquelas que me socorreram onte não simplesmente passaram por mim.Elas ficaram e eu, ali naquele velho Piratininga, me senti the luckest girl in the world.

Me lembrei do que tinha falado antes para Elaine, de que para cada uma pequena decepção vem uma grande emoção e como a vida nos compensa o tempo todo. Pensei que existem 6 bilhões de pessoas no mundo. Destas, quantas podem ter amigos tão verdadeiros, que te recebem de braços abertos com um chá de cidreira mesmo que você não aparece lá há anos? Quantas pessoas podem ter amigos como o Wesley, que cedem o quarto e o pijama para eu dormir depois de tanto tempo que eu não frequento aquela casa? E comer a melhor comidinha de mãe de amigo do mundo feita especialmente para mim? E quem pode dizer que tem um primo maravilhoso como eu tenho, que fica o tempo todo falando para ter certeza que nada vai me acontecer? E, acima de tudo, quem pode dizer depois que foi resgatada por um morador de rua, que não me pediu absolutamente nada em troca?

Eu não sei quanto as outras 5,9 mas eu posso dizer sim a todas estas perguntas. E, apesar de todo o cansaço, eu me sinto extremamente feliz em poder responder afirmativamente a todas elas. Mesmo.

Ah, e quanto a ViaOeste... eles que me aguardem!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Truth

Não tem final mais poético que o verdadeiro...

Fallen

Em tempos de Sting no Brasil, uma constação: uma vez que escrevemos uma coisa, ela está aberta para interpretação, está solta no mundo e não é mais nossa. Eu poderia falar que esta é a teoria do Eddie Veder, já que é isso que ele defende, mas preferi o Sting porque li recentemente que ele escreveu "Every breath you take" num momento de muita dor, quando estava se separando da mulher.

Para mim, "Every breath you take" era um hino das mães, era assim que eu interepretava: "Cada passo que você der, cada sorriso falso que der, eu vou estar te olhando". Tipo, é um laço tão forte que mesmo que não estamos juntos, pela morte ou pela distância, isso não vai me impedir de te olhar. Acontece que o Sting escreveu isso num momento de dor e ele quis dizer que era um amor doentio, destes de perseguir, de não sair da cola, obsessivo mesmo. E que ele ficou chocado quando um casal inglês contou pra ele que "Every breath you take" foi a música do casamento dos caras, que pra ele não tinha nada a ver.

Na sexta eu escrevi que "o silêncio é seu, mas quem desaba sou eu". Escrevi este post porque eu tinha entrado no plantão às 6h da manhã para fazer entradas ao vivo no rádio, três matérias de consciência negra na rua e bem na hora que eue stava indo embora, o teto do shopping SP Market desabou.

A redação estava vazia- logo silenciosa- e eu desabando de sono tendo que escrever sobre um desabamento. Comecei a procurar as informações e todos os celulares estavam desligados ou fora da área, nenhuma informação e aquele silêncio- tanto na redação quanto fora dela.

Fiquei pensando na ironia de eu, desbando de sono, estar ali, escrevendo sobre um desabamento. Fiquei pensando tanto e soltei esta. Acontece que todo mundo (TODO MUNDO MESMOOOOOOO) interpretou outra coisa, cada uma ao seu modo, a maioria pensando que se tratava de amor. Pode se tratar também, por que não? Mas surgiu deste momento, desta ironia, sem o menor intuito romântico.

Tudo isso só para dizer que esta foi, até agora, a melhor versão para este post:

"Você desaba e eu fico em silêncio", dito pelo meu guru para uma amiga que estava desabando, mas precisava falar e a única coisa que ele tinha para dizer era... silêncio.

Sobe e desce

Redação de impresso:

"Ai, preciso correr para descer logo o jornal!"

Redação online:

"Ai, preciso correr para subir logo este texto!"

Engraçado como em um sobe, o outro desce e nos dois a correria é a mesma...

ABC de Rosa Palmeirão III

"E livrai-me de todo os homens, amém."
Rosa Palmeirão é o pseudônimo de uma amiga minha que solta esta entre outras pérolas...

ABC de Rosa Palmeirão II

"Não quer sofrer? Bota um véu na cabeça e vai para um convento porque lá o único homem que tem é o padre e ele não vai querer comer você porque senão as outras freiras vão ficar com ciúmes e ele vai ter que comer todas e putz, ele não quer este tipo de problema! Aliás, foi para não ter este tipo de problema que ele virou padre né?"
Rosa Palmeirão é o pseudônimo que dei para minha amiga que solta esta entre outras pérolas...

domingo, 22 de novembro de 2009

Believe?

Marina diz:
hahaha
meu, sai do hotel hj às 8h e cheguei às 22h para escrever matéria e estou aqui
Ivy diz:
putz, viagem é foda, é foda, é foda, só isso que eu te digo
Marina diz:
meu, ser jornalista é foda, Ivy...


Minha amiga Marina está neste momento trabalhando no paraíso (não o do lado da Vila Mariana). Só isso a dizer.

Ibope

Sinceramente? Saber que os leitores da Rolling Stone escolheram o show do Evanescense como o melhor da temporada é de chorar. Não, minto: é de soluçar saber que foram 62,31% que pensam assim.

Ageless

- Você não acha que está muito velha para ouvir Iron Maiden?
- Não.
- Você vai ao show do Metallica?
- Deste eu passei da idade.

Somethings get old, somepeople get bored and others, like Iron Maiden, are forever. Why?

ABC de Rosa Palmeirão

"Não são os homens que são burros, as mulheres que são espertas demais."
Rosa Palmeirão é o pseudônimo que dei para minha amiga que solta esta entre outras pérolas...

sábado, 21 de novembro de 2009

Friends are where you find them

Pessoas vão e vem na nossa vida. Por acreditar nisso que eu não tenho Orkut: acho que quem saiu da minha vida era porque tinha que sair e não vejo razão para voltar a menos que eu mesma convide ou seja convidada. E é por isso que não fico chateada quando, assim de uma hora para outra, sem motivo algum ou sem você ter feito nada de errado, a pessoa sai. Alguns são "saídos", outros pedem demissão explicando que arrumaram um amigo melhor e por aí vai. Estas pessoas são apenas o começo... e nunca deixarão de ser. Outras porém...

Fim de ano é época de reflexões e eu já comecei a fazer as minhas. E a conclusão que cheguei nesta november rain é que sim, as pessoas saem, outras entram e temos que dar graças a Deus todos os dias por aquelas que ficam. São estas pessoas que fizeram parte do seu começo, lhe acompanham no meio e vão com você até o fim é que valem a pena. São pessoas que stand up for you no matter how. O maior erro das mulheres é sempre procurar este tipo de pessoa nos representantes do sexo oposto enquanto a verdade é que elas estão bem do nosso lado o tempo todo. São as nossas amigas.

Quando eu penso em amizade, meu role model é a minha mãe e a minha tia. As duas se conheceram na faculdade de direito e nunca mais se separaram. A melhor amiga dela virou minha tia, assim como minha mãe virou tia dos filhos dela. E assim nós viramos uma família. Minha mãe e minha tia brigaram várias vezes... várias. Eu perdi a conta. Mas, mesmo em tempos de guerra, sempre estiveram do lado uma da outra. E eu achava lindo o como elas se completavam mesmo quando se odiavam e como uma boa amizade fazia diferença em horas difíceis. E sabe o mais engraçado disso tudo? Se perguntassem para minha mãe qual era a cor favorita da minha tia ou qualquer pergunta destas de quizz, ela não saberia responder. A minha tia também não, mas isso não fazia delas menos amigas tanto que, quando minha tia morreu de um derrame inesperado no Hospital das Clínicas, minha mãe, a melhor amiga dela, estava na Suíça, onde ela mora até hoje. E, de lá, minha mãe sentiu exatamente o momento que a ela foi enterrada. Dias depois ela me ligou e disse: "Eu acho que na hora que ela foi embora ela deve ter lembrado de mim, não?". Eu tinha certeza: aquelas duas eram amigas para toda vida. E continuariam sendo, mesmo com uma fora dela.

O fato é que três das minhas melhores amigas nesta vida não moram perto de mim, estão em outros continentes, vivendo em inglês, francês e alemão (sorry periferia). Mas a distância e o fato de nos vermos uma vez a cada dois anos (ou cinco, para a que mora nos EUA) não impede que nós sejamos menos amigas por um motivo: somos destas pessoas que valem a pena. No ano passado, em um momento beem difícil, uma delas me disse: "Ivy, você pode matar uma pessoa que vou no dia seguinte te visitar na cadeia". Muita gente pensaria que é hipocrisia, mas eu sei no fundo do coração que ela realmente pensa isso. Ela não sabe qual o meu disco favorito do Led Zeppelin e nem como eu comecei a escrever. Se fossemos no Video Show, provavelmente seriamos reprovadas naquele teste ridículo de amizade. Deve ser por isso que nós passamos por tanta coisa juntas... mesmo longe.

Felizmente, eu também tenho amigas que valem a pena por perto. Ela é destas amigas meio destrambelhadas, que tem mil e uma coisas na cabeça mas nunca esquece de trazer um rímel novo porque o meu acabou. Que é capaz de de descer as escadas mesmo morrendo de dor para ler o meu texto novo- só para depois disso tudo afirmar que eu vou ser a nova Danuza Leão. E mesmo estando perto e ao mesmo tempo longe, ela sempre me apoia e está sempre do meu lado, no matter what. Isso inclui comprar briga feia por minha causa e ainda pedir um dia de folga no trabalho só para me maquiar. Até hoje ela me deve uma panela wok e um jantar no japonês, mas, sinceramente, who cares? I really don't porque ela lembra de me trazer pashimina. E é para ela que eu escrevo tudo isso: nos momentos de decepção eu vejo que a vida continua merecendo ser vivida simplesmente porque a nossa amizade vale a pena. And this is what really matters.

Flower, I love you so much!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fall

O silêncio é seu, mas quem desaba sou eu.

Preta, preta, pretinha

Cena 1. Ext. Dia. Largo do Paisandú, pauta da Consciência negra. Vemos IVY com um bloquinho na mão entrevistando pessoas e anotando coisas, enquanto tenta atender o telefone e explicar a pauta para a chefe. As tarefas, subitamente, são interrompidas por um homem branco, com roupas em trapos, um MENDIGO (não o da Fazenda, um de verdade).

MENDIGO: O que você está fazendo aqui? Você não é negra, cai fora.

Câmera mostra IVY pensando por dois segundos. Em sua mente, fotos do pai, dos tios, dos irmãos, dos avós, dos primos, dos sobrinhos, enfim, de toda a família negra. Lembra da aula da escola que ensinou o que era crossingover e que por uma ironia genética, tinha nascido loira de pele branca e olhos claros. E ainda com os pensamentos na escola, lembra que se um de seus genes recessivos combinar com outro ela pode gerar um filho negro, que será a alegria do vovô Beu.

IVY: Sou sim! E cai fora você, ô Zulu.

Câmera mostra o MENDIGO totalmente sem graça e IVY dando risada, lembrando como a vida é engraçada. Fade out.

Feri o quê?

elisangela: mas esse final de semana vc vai descansar?
ou vai trabalhar?
me: trabalhar
plantãooooooo
elisangela: não sabia q era assim
enquanto todos descansam os jornalistas trabalham

Consciência tranquila?

"Pra que dia da consciencia negra? Prefiro a consciencia limpa!"
M. Rivolti, 61 anos, brasileiro.

Blue moon?



Eu já li que as indústrias cinematográficas se planejam para lançar blockbusters nas férias ou de acordo com a ocasião, tipo Natal, para ganhar mais dinheiro. Por isso a minha dúvida: será que a Summit sabia que hoje é lua nova para lançar a segunda parte de Twilight? O sucesso do filme estaria então escrito nas estrelas?

Doutor, eu não me engano...

Eram quase oito da noite e o sol ainda estava no céu. Em poucos raios, mas estava. Era só nisso que Juliano pensava quando atravessava a Faria Lima: uma hora antes, seu amigo Igor telefonou dizendo que tinha um emprego como jornalista para ele, muito bem remunerado, e se ele não poderia estar, dentro de uma hora, no shopping Iguatemi.

E Juliano foi, claro. Estava há quinze dias no Brasil e pretendia arrumar um emprego como jornalista esportivo. Depois de três anos morando na Itália onde fez pós graduação em marketing esportivo e trabalhou no Milan, ele achava que era tempo de voltar para casa e escrever, coisa que ele mais amava fazer.

Nas mãos, o seu currículo que descrevia, em mais detalhes, todo o seu histórico profissional, desde os tempos de atleta de base, até quando torceu o joelho e ficou de fora da seleção sub-20, terminando na faculdade, que assim o levou para pós graduação na Itália e intermináveis estágios pelo Brasil e pela Europa.

Entrou na agência e logo foi recebido por Igor, seu velho amigo, que explicou que a grana era muito boa para quem tinha bom texto e conhecimentos de futebol como ele tinha. E isso, modéstia à parte ele tinha mesmo: cobrira a Copa do Mundo e a Libertadores, além de muitos campeonatos italianos. Sem contar, claro, todas as vezes que viajava com os amigos para ver as partidas espanholas e os dribles ingleses, inloco, claro. Juliano, profissionalmente, estava mais que apto para trabalhar em qualquer coisa que envolvesse esportes e escritas.

Pelo menos era o que ele pensava.

- Seu currículo é impressionante. Eu li seu blog, que belo texto você tem.

Ele não se constrangeu quando o entrevistador disse estas palavras, mas também não se inflou de vaidade. A entrevista fluiu muito bem: Juliano sabia de cor da escalação da seleção de 70 (incluindo os reservas) e sabia discursar sobre todos os últimos escandâlos da temporada do futebol italiano com propriedade. Tudo ia muito bem até a pergunta final:

- Mas, afinal, que time você torce?

Juliano usou a resposta de bate pronto para este tipo de pergunta: "Sou profissional". Se você cobre política, não pode ter partido político. Se cobre esportes, não pode ter time. Cedo ele aprendeu isso e assim ficou. Mas, aqui entre nós, eu revelo a verdade: Juliano é palmeirense. Não tão fanático como o Paulinho, mas palmeirense.

- Pode falar, rapaz, estamos entre amigos. Você tem que ter um time do coração! Time faz parte do DNA do brasileiro, mesmo que você não acompanhe, no mínimo você deve ter herdado algum da sua família.

Nesta hora, Juliano titubetou: seu nome e seu passaporte italiano denunciariam cedo ou tarde que seu avô foi um dos fundadores do Palestra Itália e que sua nona até hoje fazia as massas para o festival beneficente de junho na Turiassu. E, sem saída, respondeu de uma única vez: "Palmeiras".

Em segundos, Juliano se sentiu como um republicano no Afeganistão: o entrevistador, decepcionado, parecia ter ouvido o estalar de uma bomba atômica. Depois de um silêncio ensurdecedor, ele esclareceu:

- O Igor não mencionou este "detalhe tão pequeno". É que a vaga é para corintianos.

Durante dois segundos, Juliano pensou nos princípios da Constituição que estavam sendo violados, sem falar os da CLT: a legislação vigente impedia qualquer tipo de discriminação. Não existe isso de vagas para corintianos, palmeirenses ou santistas. Se for assim, que trabalho farão os são paulinos?

Ele pensou mais um pouco e decidiu não falar absolutamente nada legal, azar o dos caras que não leram que ele cursou três anos e meio de Direito. E perguntou apenas: "Como?"

- Não posso dar muitos detalhes porque o patrocinador em questão quer sigilo. Mas é que este é um projeto para o centenário do Corinthians e o patrocinador quis que absolutamente tudo fosse corintiano, incluindo o jornalista para redigir o frila.

Juliano pensou em xingar o cara nas cinco línguas que dominava, mas, ao invés disso, argumentou que antes de qualquer coisa ele era profissional e que nunca tinha sido descartado de um emprego por causa de uma besteira daquela.

- O que você chama de besteira, meu filho, nós chamamos de protecionismo, fina escola da economia americana, a mesma que ajudou a fuder o mundo no ano passado.

Sem ter mais o que dizer (na verdade ele tinha, mas não iria perder seu tempo) Juliano agradeceu o tempo que desperdiçou e foi embora. E, enquanto atravessava a Faria Lima de volta para casa, o telefone tocou: era Igor, lamentando que que o emprego não deu certo e falando de uma vaga para gerente de comunicação... no São Paulo Futebol Clube.

Este delírio foi concebido ontem depois que eu recebi o seguinte e-mail:

"Jornalista Corinthiano e que goste de futebol para um frila de uns três
meses. Não pode estar trabalhando, pois o trabalho exige disponibilidade para
entrevistas. Possibilidade de pegar novos frilas se o desempenho for bom."

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

R.S.V.P.

Eu só sei que correremos pelas ruas como dois endiabrados e vamos brincar com todos os cães-guia que acompanham os cegos ao Quinze-Vingt, mesmo sendo proibido. Porque lá, pelo menos para nós, não existe esta palavra. Mostrarei o caminho para a Shakeaspeare & Co em troca do meu livro de volta, que, sabe por Deus qual razão, até aquele momento você não devolveu. E passarei a gostar de Paris novamente porque moraremos na rue Vavin e não teremos sequer uma Carte Orange para pegar o metrô. E, claro, cantarei no Père Lachaise que non, je ne regrette rien sob as bençãos de Edith.

Mas não será só por isso: eu amarei Paris pela primeira vez porque matarei as minhas saudades do mar nos seus olhos. Pode ser?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Fidelidade

O assunto era fidelidade. Um cara casado estava querendo ficar com uma amiga nossa. Cortamos logo, claro. Nisso, um amigo diz o seguinte:

"Quem vocês pensam que são para falar de fidelidade? A Julieta era casada e traiu o marido para ficar com o Romeu. Se vocês fossem escritoras, a maior história de amor de todos os tempos nunca teria sido escrita°.

Quando eu penso que acabou o argumento mais absurdo da face da Terra, escuto:

"E se eles forem os próximos Romeu e Julieta e vocês estão ai, empatando a foda dos caras? Vocês podem ser processadas por isso".

PARA TUDO!!!!!!!!!!!!!!!! Como é que homem consegue usar a cabeça para pensar numa desculpa destas para a infidelidade? Meu Deus...

E sim, se dependesse de mim, a maior história de amor de todos os tempos nunca teria sido escrita. MESMO!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Street Fighter



Chego na redação e entre os milhões de e-mails de assessorias um de uma amiga que estava de plantão neste finde me chamou a atenção:

°Oi pessoas,
Tudo bem?

Hoje aconteceu algo inusitado na coletiva sobre o acidente do Rodoanel. Eles marcaram uma coletiva às 12 h na Dersa e, quando todo mundo estava lá esperando a coletiva começar, eles resolveram adiar para gravar um link primeiro com a Globonews. Todo mundo protestou, claro, mas decidiram ser civilizados. Ou seja, quando começou o link, todo mundo foi invadindo e colocando os gravadores e microfones junto para falar com o secretário dos Transportes... hahaha.. Foi uma comédia, embora tenha sido uma coletiva super cansativa! Por causa desse maldito link com a Globo, o secretário não pôde nem atender o telefone do Serra... É brincadeira?

Mas o melhor é que o povo que estava lá me contou uma história que rolou lá em Brasília... É uma briga entre a Record e a Globo... Achei isso no youtube e estou mandando para vcs.. Tá ficando complicado ser jornalista... Acho que vou começar minhas aulas de boxe... hahaha... E isso porque não estamos na concorrência, hein?

http://www.youtube.com/watch?v=6qwqfQ2WcfE&feature=related°



Se for para ir pra briga, ops, pauta, eu quero ser a repórter Chun Li, já aviso logo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Ah?

Estava assistindo tv quando peguei no sono bravo, deveriam ser umas oito, nove da noite, não sei. Sei que era (ou deveria ser) meia noite quando eu acordei. A tv continuava ligada, só que ao invés do excelente Ciladas estava passando um monte de mulher semi-nua. Meio grogue, fui procurar o controle para desligar a tv quando vi uma das gostosonas mostrando a tatuagem que dizia: "Jesus Cristo Me Ama". Só consegui pensar uma coisa antes de voltar a dormir: "Nossa, se eu fosse homem hetero broxava na hora". Ou melhor, pensei duas: "Quando acordar, vou TER que por no blog". Aqui está.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eleições

Cena 1. Int. Dia. Pauta normal.

REPÓRTER: Oi Ivy, tudo bem? Eu li seu blog!

IVY: E ai, gostou?

REPÓRTER: Ai, adorei queria até te sugerir uma coisa.

IVY: O quê?

REPÓRTER: Por que você não faz uma lista com os meninos mais bonitos das redações? Quer dizer, os repórteres de rua mais bonitos?

IVY (tendo ataque de riso): Repórter? Bonito? Não sabia que este adjetivo concordava com este substantivo. Mas me conta uma coisa: de onde você tirou a idéia de que eu deveria fazer isso?

REPÓRTER: É que eu fiquei curiosa depois do que você falou do repórter da Folha.

IVY: Quando você diz lista de repórteres mais bonitos você quer dizer os heteros?

REPÓRTER: É, claro.

IVY (indignada com a inocência da menina): Não me diga que você também quer que eles sejam solteiros?

REPÓRTER (sem entender): Claro, né?

IVY (rindo mais ainda): Fofolete, eu sei que você não está neste trampo há muito tempo mas acho que já deu para você se tocar que homem hetero, ainda mais em redação, está em extinção. Bonito então... Olha, eu acho melhor você pedir um bofe destes pro gênio da lâmpada, sério mesmo...

REPÓRTER: Ivy, eu to falando sério! A gente pede para ajuda para as meninas, elas tiram fotos, pegam os dados dos caras.

IVY: E se os meninos não gostarem? Quiserem me processar?

REPÓRTER: Cada repórter que mandar sua inscrição tem que aprovar a publicação.

IVY: Inscrição? Que é isso menina, concurso? Você não tinha falado que era para eu fazer a lista?

REPÓRTER: Isso significa que você vai fazer?

IVY (rindo): Vou pensar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Primeiros socorros

Cena 1. Int. Dia. Nova pauta longa.

IVY: Nossa, esta semana eu fiquei numa pauta longa sem ter nada para fazer. Vou começar a trazer varetas, baralho, Jogo da Vida, Banco Imobiliário e mico para passar o tempo.

REPÓRTER: Não precisa trazer mico, este eles já providenciam sempre.

Todos os repórteres riem. Autoridade chega, começa a pauta. Fade out.

Lumière?

- Ivy, onde você estava ontem na hora do apagão? Nossa, minha irmã ficou presa na Santo Amaro.
- Dormindo, eu literalmente apaguei.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Le deuxièmse sexe



Algumas considerações sobre o caso Geisy:

* Há quase um século, mulheres de todo mundo tem lutado pela liberdade do nosso sexo. Muitas sofreram na pele para que a gente andasse do jeito que quisesse. O que mais me indigna nesta história é que jovens (que teoricamente deveriam ser mais cabeça aberta), ainda por cima estudantes, e ainda por cima universitários tenham hostilizado a menina deste jeito. Os meninos gostam de olhar, as meninas gostam de usar. Por que tanta hipocrisia?

* Tirando a condição intelectual do contexto eu pergunto: se fosse numa universidade mais, vamos assim dizer, chic, e a menina fosse rica, teria sido ela hostilizada? Ou isso só aconteceu por que ela era pobre?

* Se a atitude dos alunos é absurda, o que dizer de uma universidade que tem em seu quadro de docentes professores como Edson Teles, que junto com sua família, condenou o coronel Ustra como torturador?

* Falando em professores, o que os professores desta intituição estão fazendo a respeito?

* Por que a imprensa não conta para a sociedade que Universidade é esta, quando, como e por quem ela foi fundada, qual seu desempenho de qualidade de ensino, quantos alunos aprova na OAB e por ai vai.?

* E por que nós, mulheres, não colocamos todas um vestido curto e vamos à Paulista defender um direito que É NOSSO?

Sabrina Sato, estou contigo e não abro.

Laje 3

Mais Delírios Fotográficos Insanos de uma repórter em pauta sem pauta- e sem juízo.





Laje 2

As fotos da laje




Espada de São Jorge, para quebrar o olho gordo e proteger o nosso querido banco. Saravá Ogum! Dá para acreditar que isso tudo está na Paulista com a Augusta?



Além da churrasqueira, tem geladeira também. Pena que a única coisa que tinha dentro era esta garrafa d' água vazia e um vidro de azeite velho, também vazio.




Churrasqueira? Bom saber, da próxima vez eu trago a carne, o pessoal do Estadão traz a cerveja, da Folha o carvão e por ai vai. Churrasco na laje, uhu! Jornalista é a maneira mais glamourosa de ser pobre mesmo.




A prova de que nós estivemos lá.







Já dizia a minha mãe: mente vazia é o laboratório do coisa ruim.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Crime e Castigo

Cena 1. Int. Noite. Fim de pauta longaaaaa

IVY segura o elevador esperando a REPÓRTER FOFA para descer. Um funcionário do Banco do Brasil entra no elevador.

FUNCIONÁRIO DO BANCO DO BRASIL: Quem estava ai hoje?

IVY: O Lula, a Dilma e mais um bando de ministros.

FUNCIONÁRIO DO BANCO DO BRASIL (em dúvida): Mas eles estavam aqui, no 19º andar?

REPÓRTER FOFA: Não, eles estavam no terceiro andar.

FUNCIONÁRIO DO BANCO DO BRASIL: Bem que a menina disse que vocês estavam de castigo.

IVY: Quem disse que a gente estava de castigo?

FUNCIONÁRIO DO BANCO DO BRASIL: A menina disse que vocês ficaram lá em cima sem água, café ou comida. É mentira?

IVY (irritada): Não, é verdade.

FUNCIONÁRIO DO BANCO DO BRASIL: Qual o problema então?

IVY: Porque eu sei que jornalista é a maneira mais glamourosa de ser pobre. Voê não deveria saber isso.

Elevador chega no térreo. REPÓRTER FOFA se despede de IVY. Fade out.

Laje 1

Cena 1. Int. Noite. Pauta após a pauta longa.

IVY se encontra com os outros repórteres.

REPÓRTER: Oi Ivy, você tava lá na outra pauta? Rendeu?

IVY: Rendeu, a Dilma falou, mas a gente ficou horas lá, sem fazer nada.

REPÓRTER: O ruim é que lá é tudo fechado, não tem nada para fazer, nem dá para fumar.

IVY: Não, jogaram a gente lá no último andar, tinha uma churrasqueira, uma geladeira com uma garrafa de água vazia, hortelã, rosas, azaléias e espada de são jorge, entre outras plantas.

REPÓRTER: Ah, então deixaram vocês tomando sol na laje? (risos)

IVY: Boa, agora eu sou a garota da laje.

Todos riem. Fade out.

Cena 2. Int. Noite. Repórteres estão sentadas perto de um monte de fontes, todos de terno preto e cabelos brancos.

REPÓRTER: Por que vocês não vem com a gente no chiqueirinho? Querem um velho para chamar de seu?

REPÓRTER DESBOCADA: Quem gosta de velho é o INSS.

REPÓRTER BOAZINHA: Nem o INSS, você quer dizer né?

Todos os repórteres riem.

Fade out.

Etiqueta

Cena 1. Int/Ext. Dia. Pauta longaaaaa

Repórteres esperam Lula e ministros no teto do Banco do Brasil, na Avenida Paulista. Uma repórter decide se sentar numa rodinha, mas não há cadeiras. Todos conversam sobre assuntos aleatórios.

REPÓRTER MENINA: Ai, mas não tem cadeira, peraí que vou pegar.

Todos continuam conversando, apenas um repórter para de falar.

REPÓRTER MENINO (levantando): Não, sente-se na minha cadeira, que eu pego uma para mim.

IVY: Vocês viram isso?

REPÓRTERES: Não.

REPÓRTER MENINA senta e REPÓRTER MENINO volta com sua cadeira e se senta.

IVY: Gente, eu não acredito que vocês não viram isso! Este menino deu lugar para esta menina, um gentleman. Menino, quem é você?

REPÓRTER MENINO: Eu sou o Fernando.

IVY: De onde você é?

FERNANDO: Da Folha.

IVY: Quer dizer que a Folha está ensinado seus repórteres a serem gentlemen?

FERNANDO (rindo): Eu fiz um curso de etiqueta para rapazes. Mas só o módulo 1.

IVY: Quantos anos você tem?

FERNANDO: 27.

IVY: Fala sério, como você aprendeu isso?

FERNANDO: No curso. E ainda faltam os módulos 2, que é onde aprende a puxar a cadeira no restaurante e abrir a porta do carro e o 3, que é onde aprende a por o tapete na poça de água para menina passar.

IVY: Meninos, olhem para este rapaz aqui e aprendam com ele. Isso sim que é repórter.

Cena 2. Int./Ext. Dia. Mesma pauta.

Repórteres de outra mesa chamam IVY para conversar.

REPÓRTERES: Ivy, senta aqui com a gente.

IVY: Peraí que vou pegar uma cadeira.

OUTRO REPÓRTER MENINO: Não, Ivy, senta aqui na minha.

IVY: Como?

OUTRO REPÓRTER MENINO: Aprendi com o menino da Folha.

Todos riem. Fade out.

Conclusão desta pauta longaaaaaaa: Meninos, vocês não precisam trabalhar na Folha para serem gentlemen.

Conclusão dois: Caso vocês estejam curiosas para saber sobre o Fernando, aqui vai: não, eu não perguntei se ele era hetero, nem se era solteiro e nem nada. E sim, ele é bonito- e bem vestido. Dúvidas? Liguem para redação.

The Wall

"Good Girls go to heaven, Bad Girls go to Berlin"

Quando eu vi o Coliseu pela primeira vez, a única coisa que eu conseguia pensar era: "Dai me um Corneto, é mui cremoso, é da Gelatto, siempre um Cornetto". Acho que porque quando eu era criança, pirava nas imagens da Itália que o comercial do sorvete mostrava. Quando eu cheguei ao Muro de Berlin pela primeira vez eu pensei: nossa, o mundo, um dia, foi dois. Que bom que hoje ele é um só!

Hoje, aos 20 anos da queda do Muro, eu lembro da história que meu pai costuma contar quando falamos da Alemanha. Pedro Bial, então correspondente da TV Globo, fez uma matéria em que mostrava uma velhinha que durante mais de 28 anos deveu um livro para biblioteca. Em 89, ela voltou ao local onde anos antes emprestara o periódico dizendo: "Desculpe o atraso, é que construíram um muro aqui no meio e eu não consegui entregar este livro".

Se esta ê a história que guardo do Muro, guardo muitas outras de Berlin. Tirando Genève, não há outra cidade na Europa em que o verão seja tão lindo quanto em Berlin. Depois de ter sofrido um dos invernos mais rigorosos dos Estados Unidos, com temperaturas como - 24 graus Celsius, cai em Paris sedenta por sol nas vésperas do 4 de julho, ponto alto do verão no hemisfério norte. Naquele dia e nos seguintes, não fez sol. Chovia e o céu era nublado, uma decepção para esta soteropaulistana criada sob o sol.

Ao contrário dos vampiros, eu era sedenta por sol. E matei a minha sede em uma semana de Berlin, onde me estirava no Tiergarten para sentir as maravilhas daquela luz natural na minha vida. Fiz, claro, todos os programas que se deve fazer em Berlin: enchi a cara de cerveja com os alemães (não tente fazer isso em casa, eles têm uma resistência maior à cerveja e vão bebendo. a gente nem percebe que está bêbada de tanto rir), fiquei no melhor albergue da minha vida de mochileira, o Circus, fui para o campo de concentração, fui no BierGarten e desde então eu sonho em abrir o meu próprio em São Paulo, caminhei pela East Gallery, conheci o que um dia foi a Bahaus...

De todas as minhas memórias de viagem- e não foram poucas, 16 países, um montão de cidades- acho que Berlin é a lembrança mais alegre de todas. Voltei tão mais feliz de lá que até hoje minha melhor amiga e sócia Renate Krieger lembra de mim quando vai para lá. Mesmo sendo teuto-brasileira, a minha repórter favorita da Deutche Welle conheceu Berlin depois de mim. E, como eu, ela sempre se alegra quando anda pelas largas ruas daquela cidade, que, pelo menos para nós, tem um pouco do calor do nosso país.

Hoje guardo no coração o amanhecer em Berlin (sim, eu vi o dia começar na cidade, looonga história) e o entardecer da janela do albergue, enquanto esperava as minhas roomies se arrumarem para sairmos. Eu sou mais eu em São Paulo, mas, se por alguma razão muito forte tivesse que sair daqui, eu escolheria Berlin: talvez por não ter tido a oportunidade de ver Berlin sob a neve, acho que gostaria de ver suas transformações a cada estação do ano.

Gosto do fato que nas bancas de jornal de Berlin se venda a Cosmopolitan em russo. Gosto do fato de que em Berlin as pessoas são educadas, solicitas. E gosto sobretudo do fato de que Berlin é geminiana como eu (deve ser por isso que eu me senti tão à vontade lá)- a união e as diferenças delas me encantam como poucas cidades no mundo conseguem ser.



Ich bin ein Berliner!
Berlin Wall, summer of 2005.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Erramos

"A única vantagem do jornalismo é dar uma errata no dia seguinte."
Mino Carta

Será que ele é?

- Qual a deste cara, ele é gay?
- Não, ele é broxa mesmo.


Eu perco o amigo e o emprego, mas eu nunca perco a piada.

"A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não."

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lista de Schindler




Será que é sina que o único objeto fálico que conseguimos segurar seja um microfone?

Desculpem o título, mas é verdade: a lista de personagens solteironas jornalistas nos filmes comédias românticas não pára de crescer. As mais recentes são Abby Ritcher (Katherine Heigl) de A Verdade Nua e Crua, que é uma produtora de TV que fica 11 meses sem sexo e precisa da ajuda de um canalha (maravilhoso, por sinal), para arrumar um namorado.

E tem ainda a Sandy (Catherine Zeta-Jones) de Novidades no Amor, que é uma produtora, depois vira repórter e depois apresentadora de um canal de esportes depois que pega o marido a traindo na festa de aniversário do filhinho fofo.

Pedi para minha prima, que é cineasta, um contato em Hollywood: vou escrever uma carta reclamando e exigindo que as personagens destastrosas amorosamente arrumem outra profissão, como enfermeira, médica, esteticista, enfim, qualquer outra coisa. Só não escrevi ainda porque estou com medo da resposta: as nossas obras de ficção SÃO inspiradas na vida real e qualquer semelhança é TOTAL coincidência com a vida nas redações.

Ah, a lista está aqui e aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Reprodução assistida

Cena 1. Ext. Noite. Bar. Um monte de amigas jornalistas de várias editorias estão batendo papo no bar. Assunto? Pautas, chefes chatos, depilação a laser e homens, é claro.

AMIGA DO ESPORTE: Ivy, eu quero te apresentar um amigo meu que lê seu blog e quer te conhecer.

IVY: Ele é hetero? Lê meu blog? Como é que ele conhece o meu blog? De novo: ele é hetero?

AMIGA DO ESPORTE: Porque um dia eu tava lendo da redação, comecei a rir demais, ele perguntou o que eu tava rindo, eu mostrei seu blog e ele lê sempre. Ah, e ele é hetero sim.

IVY: Perai, então o seu amigo é hetero mas é bofe de redação, é isso?

AMIGA DO ESPORTE: É.

IVY: Sinto muito, to fora, nem apresenta.

AMIGA DE CULTURA: Por que não Ivy? O que é que tem demais o menino ser jornalista também?

IVY (voz alterada): PORQUE EU NÃO SOU PANDA PARA PROCRIAR EM CATIVEIRO. Estamos entendidas?

AMIGA DO ESPORTE: Nunca tinha pensado nisso.

AMIGA DE CULTURA: Nem eu.

AMIGA DE ECONOMIA: Ivy, mas pensa bem: eu sei que você acha que onde se ganha o pão não se come a carne, mas como a gente só tem tempo de ganhar o pão, se não comer a carne na redação vai passar fome entendeu?

IVY: Neste caso eu prefiro virar vegetariana.

AMIGA DE CELEBRIDADES (interrompendo): Eu to passando tanta fome que daqui a pouco eu vou ligar pro Fome Zero!

Todas as AMIGAS riem.

IVY: O cara é hetero mesmo? Tem certeza?

AMIGA DO ESPORTE: É.

IVY: Tá bom, como eu também to passando fome, vou pensar no seu caso. Mas não tem como você ver sei lá, um jogador de futebol da próxima vez não?

AMIGA DO ESPORTE: É antiético.

IVY: Antiético para você my friend. Vamos começar a trocar figurinha? Eu te dou um político, você me dá um jogador, ela te apresenta um ator da Globo, assim todo mundo fica bem.

AMIGA DE POLICIA: E todo mundo vai furar todo mundo também. Você me passa o furo do seu bofe, que eu passo o meu e por aí a gente vai.

AMIGA DE CULTURA: Ai que pena que somos éticas ao extremo...

AMIGA DE ECONOMIA: Pois é, éticas e completamente doidas né?

Todas as amigas concordam e começam a rir. O assunto muda repentinamente para diferença entre luzes normais e luzes californianas. Fade out.

Por que eu escolhi o jornalismo

Tati says: Oi Ivy, o meu irmão me passou seu MSN.
Ivy says: Oi Tati, ele falou que você iria me adicionar. Você tem certeza que você quer fazer jornalismo?
Tati says: Eu gosto muito de escrever e quero mesmo fazer, mas ainda tô em dúvida entre direito e letras.
Ivy says: Que bela dúvida heim?
Tati says: Pois é, queria saber se você poderia me ajudar.
Ivy says: Ajudar? Eu? Como?
Tati says: Ah, sei lá, tipo, você poderia me dar umas dicas.
Ivy says: Tati, vou te fazer três perguntas para te ajudar a refletir. São coisas que eu queria que tivessem me falado antes de eu entrar na facul, que eu demorei anos para descobrir tá?
Tati says: Tá.
Ivy says: Você tem namorado Tati?
Tati says: Tenho.
Ivy says: E você gosta de namorar?
Tati says: Gosto.
Ivy says: Então Tati, se você gosta de namorar, eu não te indico jornalismo como profissão. Primeiro porque raramente namoro de escola dura após a escola e depois que você não tiver mais com este cara, vai ser muito difícil achar outro. Por dois motivos: um você não terá tempo de ir à caça e dois porque as redações foram invadidas por bibas, logo, a probalidade de você achar um homem hetero numa redação é tão pequena que chega a ser nula. Sem contar que nós, repórteres, temos um "poder" excelente para repelir seres do sexo oposto. Já reparou que toda solteirona de filme é jornalista?
Tati says: Não tinha pensado nisso não...
Ivy says: Claro que não, ninguém pensa nisso mesmo quando está prestando vestibular, mas, acredite, você deve levar sua vida pessoal dentro da sua vida profissional em conta SIM. Agora me fala uma coisa, você é vaidosa?
Tati says: Sou.
Ivy says: Quão vaidosa?
Tati says: Ah, sei lá, eu sou vaidosa.
Ivy says: Olha minha querida, então já te digo logo: jornalismo é uma excelente carreira para detonar vaidades. Aumentam os egos, diminuem os alteregos. Enfim, no começo você não terá tempo e dinheiro para gastar no salão. Depois, você até que terá um dinheiro, mas não terá tempo para isso. Vou lhe contar uma história: o meu role model de jornalismo se chama Renata Lo Prete. Ela foi minha primeira professora mulher de jornalismo na faculdade e ela é meu role model porque ela é uma pessoa EXTREMAMENTE generosa, educada, linda, inteligente, mega bem casada, tem dois babies incríveis e, além de tudo isso, ela é uma hiper ultra mega jornalista, ganhou o prêmio ESSO e tudo. Mas enfim, um dia a rENATA Lo Prete estava fazendo depilação quando ouviu as mulheres no salão comentando que o Guilherme de Pádua tinha matado a Daniella Perez. Só para você entender, a Daniella Perez era tipo a Alinne Moraes da época eo Guilherme de Pádua era tipo o Thiago Lacerda. Enfim, o cara era par romântico da menina na novela e matou a garota porque ele era doente. O caso é que isso virou manchete em tudo quanto é jornal. Inclusive na folha, onde a Renata Lo Prete trabalhava. Sabe o que ela fez? Saiu com as pernas meia depiladas e voltou para o jornal. Enfim, se você preza pela sua depilação, sua hidratação e as suas unhas feitas, talvez esta não seja a menor carreira pra você. As minhas sobrancelhas estão parecendo a da Malu Mader, porque eu não consigo marcar horário no salão.
Tati says: Nossa...
Ivy says: E finalmente, a última pergunta e a menos importante: você gosta de dinheiro? Porque jornalismo é uma carreira que NÃO dá dinheiro. Em resumo, é no vanity, no sex and no money.
Tati says: E se é tão ruim assim, por que você ainda é jornalista?
Ivy says: Veja bem, eu não disse em nenhum momento que é ruim. Muito pelo contrário, para mim não poderia haver profissão melhor. Mas a realidade dela na prática é isso mesmo. Sinto muito se estou te jogando um balde de água fria, mas é bem assim que a banda toca mesmo.
Tati says: mAS VOCÊ GOSTA DE SER JORNALISTA?
Ivy says: Então, tirando a parte do no vanity, no sex and no money, eu amo completamente. Eu costumo dizer que jornalismo é a maneira mais glamourosa de ser pobre porque a gente vive situações que a maioria das pessoas comuns não vivem- nem nunca viverão. Exemplo: eu, que fui ginasta, sempre quis conhecer a nadia Comaneci, como toda ginasta. e eu conheci, as outras ginastas da minha turma não conheceram entendeu? Tipo, eu já peguei no inventário do Santos Dummont, andei no gramado do Pacaembu, entrevistei o Dave Ghrol, qe é um mega cara do rock, aliás, eu entrevistei um monte de gente do rock, do cinema, da TV. Eu vi de perto um monte de coisas, conheci histórias reais bonitas e tristes... eu não consigo me sentir tão viva fazendo outra coisa do que reportagem. Mas eu já aviso logo: o esquema é bem punk rock.
Tati says: Mas tem outra coisas que eu possa fazer além de reportagem não tem?
Ivy says: Tem, mas eu só me atrevo a falar da reportagem. O, dá uma olhada nos posts que eu escrevi no meu blog sobre jornalismo:
Ivy says: http://deliriosinsanosdeivyfarias.blogspot.com/2008/09/ser-reprter-parte-ii.html
Ivy says: http://deliriosinsanosdeivyfarias.blogspot.com/2008/09/no-meio-da-pauta-estagiria-vem-falar.html
Ivy says: http://deliriosinsanosdeivyfarias.blogspot.com/2008/07/ser-reprter.html
Ivy says: http://deliriosinsanosdeivyfarias.blogspot.com/2008/06/god-save-blondes.html
Ivy says: http://deliriosinsanosdeivyfarias.blogspot.com/2008/06/como-pude-me-esquecer-delas.html
Ivy says: Lê ai, pensa ai, depois você me fala, se quiser vir conhecer a redação fala pro seu irmão te ligar que eu te trago e ai você forma a sua própria opinião ta?
Ivy says: Desculpe a sinceridade, mas é assim que eu penso.
Tati says: Não Ivy, brigadão viu? Vou ler depois a gente se fala.



Resumo do diálogo entre a indecisa estudante de ensino médio que quer fazer jornalismo e eu.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fim

"Morto amado nunca pára de morrer."
Mia Couto

E as saudades nunca páram de acontecer. Dizem que o tempo cura tudo, mentira. O vazio que fica não tem remédio. Dói menos, mas ainda dói. O tempo não apaga todas as lembranças boas e ruins que vivemos. Você continua lembrando e há uma hora que você lembra de como só aquela pessoa te entende. E aí você faz o que com tudo isso quando quer ligar para sua tia, e puxa, ela não está mais lá? Era o fim, é o fim. Você tem que aceitar que aquilo tudo acabou, fim. Mas as saudades, ah, as saudades...saudades, saudades, saudades, saudades, saudades.






Só hoje eu consigo entender porque a rua do cemitério da Bela Vista, em Osasco, se chama rua da Saudade.