quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sobe e desce

Meu peito começou a cair quando eu tinha 15 anos. Se eu falto na ginástica, a minha bunda também segue a mesma tendência ditada por Isaac Newton: cai. O peito cai, a bunda cai, tudo cai, menos a Selic. Ou como disse a minha versão masculina, sim, a Selic cai, mas cai tão pouco que qualquer mulher se mata de inveja.

Estou pensando seriamente em enviar uma carta aos laboratórios de cosméticos e entidades de cirugiões plásticos e personal trainers para que eles se reunam com os representantes do Banco Central na próxima reunião do Copom para descobrir o segredo da Selic, única taxa de juros do mundo que desrespeita a lei da gravidade e cai numa escala praticamente nula.

Estou convencida que a Selic deve ser muito melhor que o botox ou qualquer loção firmadora do mundo. Já vi até o slogan do novo produto: "Se ligue, o único creme que pode te segurar é a Selic". Os outdoors (para quem não mora em São Paulo, claro) poderia ser a bunda de qualquer mulher da turma da feira com os dizeres: "Selic: a única que realmente segura o tchan".

Outro uso para a Selic seria loção capilar anticalvice. Talvez o BC abra as portas para os estudiosos pensando em benefício próprio. Já pensei até no slogan, com Guido Mantega e Fernando Meirelles como garotos propaganda: "Com a Selic, seu cabelo cai apenas 1 p.p.".

A única coisa que eu to preocupada é com o preço destes novos cosméticos milagrosos. Vindo do Banco Central, barato não deverá ser.

terça-feira, 28 de abril de 2009

The gentlemen prefer the blondes?





Quando o Freud disse que não nos entendia e perguntou o que nós queríamos, acho que ele nos fez um favor: ao invés de ter ditado um monte de regras sobre o nosso comportamento, ele entregou os pontos e disse que nem ele, o pai da psicanálise, não faz idéia do que se passa na nossa cabeça e deixou a interrogação pronta. Não há rótulos, não há fórmula mágica, não tem nada pronto para nos satisfazer. Já os homens...

Os homens a gente sabe: eles gostam de futebol, cerveja e mulher. Sabe-se lá como, a Anita Loos sentenciou em 1925 que os homens preferem as loiras. Para dar mais verocidade à teoria, a Marilyn Monroe de vestido tomara que caia provou que é das loiras que eles gostam mais.

No Brasil, país com complexo de vira lata, não podia ser diferente. A morena Hebe Camargo pintou as madeixas de loira quando ainda cantava no rádio; coincidências à parte, nossa tv sempre foi dominada pelas moças com cabelos dourados. Primeiro foi a Xuxa e aquele bando de paquitas oxigenadas, depois a Angélica, a Eliana, Adriane Galisteu, enfim, todas elas já começavam alimentando o imaginário masculino na infância que as loiras são o must.

A partir dai, as lendas sobre as loiras começam a ganhar status de pesquisa. A última que vi é da Universidade de Nottingham Trent, na Inglaterra, que diz que as louras tingidas têm a auto-estima redobrada em comparação com as mulheres que mantêm as madeixas com a cor natural. Além disso, como são mais confiantes, a possibilidade delas fazerem sexo aumenta também.

Pronto, os homens preferem mesmo as loiras. Sabemos tudo de homens, certo? Errado! A tinta mais vendida no Brasil é a chocolate, segundo informou a Niely. Os brasileiros preferem as morenas! Não é incrível?

Costumo dizer que o Brasil é o país onde tudo pode acontecer: o Ronaldo joga- e faz gols- no Corinthians, o Maluf ainda é eleito, o Maníaco do Parque casou e eu, filha de negro, nasci... loira. Loiro escuro acizentado, este é o nome do tom natural do meu cabelo. Mas como sou do contra, nunca me prendi a este poder das loiras e já fui morena e ruiva. Por isso posso dizer com conhecimento de causa que a cor do meu cabelo nunca influenciou em nada as minhas conquistas. O que homem hetero, raça em extinção, prefere mesmo é mulher, seja ela loira, morena, ou ruiva. E ponto final.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Atchin



Enquanto isso, na redação:

- Dr Gustavo, aqui é Ivy Farias e sou repórter da Agência Brasil. Eu queria que o senhor me explicasse um pouco o que é esta gripe suína porque vários corintianos estão me mandando e-mails, preocupados com a possibilidade deles virarem palmeirenses.
- Olha, este risco eles não correm não.
- Nem os santistas, os são paulinos?
- Não, o único risco que os são paulinos correm é ganhar mais uma vez a Libertadores.
- Mas Dr. Gustavo, tem algum perigo comer carne suína?
- Não, de jeito nenhum.
- E ter contato com os porcos, pode?
- Pode.
- Até aqueles da Turiassu?
- Hahahahahahahaha, pode, eles não transmitem a gripe.


Este porquinho que ilustra o post é do Paulo Nobre, a.k.a. Palmeirinha, ser este capaz de contagiar qualquer um com sua paixão pelo Palmeiras.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O tempo passa, o tempo voa

Eu sou de um tempo em que só existia uma Coca Cola no mundo
Hoje são tantas, zero, limão, cereja, light que eu fico confusa quando me perguntam que Coca Cola eu quero. Mas não era só uma?

Eu sou de um tempo em que na padaria só vendia pão, doces e frios
Hoje tem de revista a CD, passando por pen drive, brinquedos, pilha e tudo mais que se possa imaginar

Eu sou de um tempo em que criança fumava cigarro de chocolate
Hoje tem criança fumando crack

Eu sou de um tempo em que um presidente negro só existiria em filme de Eddie Murphy, afinal, até príncipe ele foi
Hoje esta é a realidade dos Estados Unidos

Computador e telefone celular eram coisas de ficção científica
Hoje, ficção é viver sem eles

Eu sou de um tempo em que toque de recolher era o que as mães faziam para gente ir dormir
Hoje, é lei

Eu sou de um tempo em que a novela das oito passava às oito
Hoje, o horário da novela é o ibope quem diz

Eu sou de um tempo em que até rinoceronte do zoológico era eleito vereador
Hoje a única piada é o Maluf deputado

Eu sou de um tempo em que comida japonesa só tinha no restaurante japonês
Hoje até no mercado tem

Eu sou de um tempo em que tirar a digital era na tinta
Hoje é no scaner

Eu sou de um tempo em que a Madonna cantava Like a Virgin
Hoje o Jesus Luz que deve cantar isso para ela

E eu também sou do tempo que a Xuxa só apresentava filme infantil e namorava o Sergio Mallandro
Hoje ela apresenta um programa pra sabe Deus quem e não namora ninguém
(E o Sergio Mallandro tentou ser político e só)

Eu sou de um tempo em que a Vila Leopoldina era bairro de casa de pobre
Hoje só se tem apartamento de meio milhão

E eu sou de um tempo em que prédio só tinha parquinho e salão de festas
Hoje o prédio tem salão de festas, que agora é espaço gourmet, o parquinho é espaço kids e ainda tem o espaço teen (novo nome para reduto de adolescentes), espaço mulher (novo nome para salão de cabelereiro), espaço baby (novo nome para parquinho de nenén), garage room (aquele quarto abandonado onde a molecada ensaiava) , fitness center (novo nome para academia) e o quartinho da bagunça fica na garagem e chama de storage

Eu sou do tempo em que a Regina Duarte era a mocinha
Hoje ela é coadjuvante da Carolina Dieckmann

Eu sou do tempo que o título deste blog era jingle da poupança Bamerindos
Hoje nem a poupança e quiça o Bamerindos continuam numa boa

Eu sou do tempo em que bunduda era como as mulheres como a Gretchen e a Rita Cadillac eram chamadas
Hoje qualquer uma que tem a retaguarda avantajada é chamada de qualquer fruta arredondada

E eu sou de um tempo em que assembléia tinha assento
Hoje já não tem

E eu não sou tão velha assim
Na verdade, não sou nem um pouco velha
Não estou com saudades de ontem, só estou achando que o ontem pareça cada vez mais o anteontem
O mundo mudou tanto…

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ele não se importa com você

Vocês bem sabem que eu odeio livros de auto ajuda. Odeio, aliás, tudo o que é ou parece ser de auto ajuda. Mas cá estou eu a escrever umas poucas linhas sobre um assunto que tanto me pertubou e eu sei que pertuba muitas mulheres por este mundo. E por isto eu escrevo hoje para vocês, minhas amigas, pois sei que vocês estão passando ou passaram por coisas semelhantes.

Hoje acordei cedo e assisti The Oprah Winfrey Show. Para as minhas amigas nos EUA, é desnessário explicar quem é Oprah. Para vocês brasileiras eu vou dizer: Oprah é uma mulher negra, que nasceu pobre e gorda, mas conseguiu se formar em jornalismo. Foi estuprada, deu a volta por cima e hoje tem um dos maiores programas de TV dos Estados Unidos. E claro que o programa é sobre auto ajuda. Hoje assisti dois casos: o de seis mulheres que casaram com o mesmo homem sem saber e de uma mulher que após cinco anos, viu o marido desaparecer do nada. Ele era rico e a deixou com uma dívida de seis milhões de dólares quando ela completava 30 anos, num iate na Grécia.

A tal mulher abandonada disse que queria entender por quê o marido fez isso com ela, se os cinco anos que eles viveram foram uma grande mentira, se ele a amava, enfim, ela queria entender. Ela dizia que o marido era o seu melhor amigo, que ele era doce, carinhoso, especial. Me identifiquei muito com ela, principalmente porque o meu ex namorado está vivendo agora com outra pessoa, dizendo que nunca esteve tão feliz na vida, que ele está com medo de perder aquela pessoa tão especial. Eu, como a moça da TV, queria entender por que ele me procurou tanto, por que ele insistiu tanto em mim, por que ele ficou com outra na minha frente depois de ter feito tanta coisa para ficar comigo, eu queria entender o por quê. E este por quê me intrigava e intrigou até hoje quando a psicóloga do programa respondeu as mesmas dúvidas que a moça tinha:

“ELE NAO SE IMPORTA COM VOCE. ELE NAO E O SEU MELHOR AMIGO. ELE NUNCA FOI. ELE NUNCA GOSTOU DE VOCE, PORQUE QUEM GOSTA NAO FAZ ISSO. ELE NAO SE IMPORTA COM VOCE”.

E passou a repetir a frase que é o título deste texto. Parei de procurar entender todas as questões, buscar respostas para as perguntas- e principalmente uma resposta que me agradasse- mas vi a resposta ali na minha cara. Ele não se importa comigo. Nunca se importou. Eu, com o pensamento burro dos que amam, achei que ele era imaturo, que ele gostava de mim e precisava crescer. Achei que ele realmente me amava porque tudo o que ele fez por mim, de ter insistido, de ter me procurado tanto, das tardes de amor, dos beijos, dos chamegos, que isso era um sinal e ele não queria admitir. Não era não: quem não queria admitir era eu, era eu que não queria ver a verdade que ele não gostava de mim.

Me dei conta disso graças ao programa; o fato dele estar hoje com outra, feliz e não lembrar da minha existência é a prova de que ele não gosta de mim, nem nunca gostou. Pior que não gostar é não se importar. Porque ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas ter respeito e compaixão é o básico. Se importar é o mínimo. E eu me dei conta de que ele não se importa pois nunca lutou por mim; me dei conta que tal e qual o meu ex, está também o ex namorado de uma amiga minha, que insiste em ligar para ela e dizer que a ama, que a quer, pertubar a felicidade dela com um novo amor, mas não mandar um buquê de flores, não ir atrás dela, não ficar com outras e assumi-la de uma vez por todas.

E tal e qual o meu ex e o ex da minha amiga, tinha o ex da outra amiga que era casado e queria te-la como amante. E como o meu ex e os exes das minhas amigas, existem tantos outros ex que não nos dão esperanças concretas, mas nos beijam, nos tratam como princesas por poucos segundos e não assumem compromissos sérios com nenhuma de nós (e ainda vem com aquele papinho furado de “bons amigos”, que você que inventou tudo).

E nesta eles brincam com os sentimentos alheios, iludem e machucam. Machucam os corações apaixonados, sejam eles das amigas, namoradas ou ex namoradas. E a gente fica tentando se justificar, dizendo que não é possível que ele seja tão mau, tão escroto e tão canalha. E talvez até não seja mesmo, é muito difícil julgar outras pessoas. Mas o fato é que mesmo que ele não seja tudo isso, ele não se importa com você. Ele não se importa comigo, com ela, com a outra.

A tal moça da TV confessou o que ela sonhava todos os dias. Coincidentemente era o que eu sonhava: que ele voltasse arrependido, me reconquistasse e me fizesse a mulher mais feliz do mundo. A psicóloga continuou a repetir a frase “ELE NAO SE IMPORTA COM VOCE” e ainda completou: “Para ele, você não significa absolutamente nada. Se ele estiver vendo este programa, ele não está nem ai”. A Oprah terminou o quadro com a máxima: “Você tem e sempre teve o poder de decidir a sua vida. Parta para outra e aprenda a viver sem o nada. Você diz que ele te completa, mas isso é errado: você tem que se completar primeiro, para depois ser feliz ao lado de outra pessoa. As mulheres acham que a felicidade está no outro, que depende do outro, mas não é assim não. Digo isso porque nos meus 20 e poucos anos eu pensava assim e só me ferrei”.

A psicóloga terminou dizendo que nós mulheres somos educadas para nos vender, nos vender para um conto de fadas, a uma emoção, a um homem. Somos educadas a apenas ser felizes com uma troca, nos encaramos como um produto.

Tirando todas estas teorias de lado, eu pensei muito neste assunto o dia inteiro. Concordei com tudo o que ouvi naquele programa e vi que sim, ele realmente não se importava comigo. Mas estou eu aqui a ainda me importar com ele. E foi ai que me perguntei: mas é isso que eu quero para mim? Alguém que não se importe? E a resposta foi não, mesmo sendo o meu ex o cara mais foda do mundo, o mais apaixonante, o que me faz me sentir viva, feliz, bonita, o que me faz amar, mas, infelizmente, não me faz sentir amada e importante. E eu queria ser importante. Eu quero ser importante para um homem. E acredito piamente que serei até baseada nos fatos de hoje: sou importante para muitas amigas e amigos, para minha família, para meus colegas de faculdade. Oras, se sou importante para tanta gente, pra que perder tempo com quem não me considera como tal? E foi assim que decidi de uma vez por todas sair desta história que tanto me consumiu.

A vontade de dividir isso tudo com vocês foi porque vocês são muito importantes para mim. E que não importa se ele não está nem ai com vocês, eu estou- e muito. E quero dizer para as amigas que hoje não são importantes para um homem, parem de uma vez por todas tentar achar desculpas, se iludir, se prender a um passado/presente que como eu mesma disse não importa. Porque o importante é ser importante. Para as amigas que ainda estão na busca como eu, pode parecer piegas e Pollyanna demais, mas um dia seremos importante para um homem tanto como somos importantes para nós mesmas. E até lá, vamos aprender a ser feliz e nunca mais aceitarmos estes homens que não se importam conosco.

Desculpem me o tom de auto ajuda, a idéia é nos ajudar. Acreditem: mais do que escrever para vocês, eu escrevo para mim mesma.

Beijo grande,

Ivy

Esta carta foi escrita para duas amigas há três anos. Felizmente, nós três nos livramos dos ex que queriam a gente no pé deles ao invés de nos ver felizes. Coincidentemente, uma amiga que está muito feliz hoje passou por uma situação destas e também superou. A carta ficou no meu arquivo e sabe Deus por quê, resolvi publicar.

Alô?

Se o Graham Bell soubesse o caos que ele criaria nas relações amorosas, ele nunca teria inventado o telefone. Não faço a menor idéia de como era a vida pré-telefone, mas sei bem o que é ficar e esperar um telefonema depois do dia seguinte.

Eu sou do tempo em que só havia uma Coca-Cola no mundo (já percebeu quantos sabores existem hoje? Zero, limão, light, etc) e que o telefone era aquele aparelho que ficava em local de destaque na sala. Não havia segunda linha e nem identificador de chamada. Hoje vejo que aqueles tempos eram literalmente mais fáceis porque a gente poderia usar como desculpa que o telefone ficou ocupado ou que aquela ligação de engano era ele tentando ver se estávamos em casa. Que doce ilusão…

Hoje não. Com o celular que atende todas as linhas imagináveis, caixa postal, identificador de chamadas e tudo mais que existe o fato do bichinho não tocar é porque… não era pra tocar. Não temos mais como nos iludir. E nem deixar de esperar.

Quem teve a idéia de criar um telefone portátil só pode ter sido uma mulher. Para mim, o celular teve o mesmo intuito que a máquina de lavar: libertar a mulherada. Hoje podemos nos dar o luxo de sair, mas não conseguimos nos desvencilhar do verbo esperar conjugado ao ligar.

Mesmo podendo ir ao shopping, à praia ou qualquer outro canto do planeta, não conseguimos nos livrar deste aparelhinho esperando ele ligar. Hoje a minha amiga me perguntou: mas por que você quer tanto que ele ligue se você não quer sair com ele?

A minha primeira resposta foi que não sabia. Sei lá, mesmo quando a gente sabe que a relação está fadada ao fracasso, não consegue deixar de esperar. Parece que o trim-trim (credo, que coisa velha, o ringtone, seja qual ele for) é um atestado de qualidade, algo que lhe informa que a ficada foi boa, que seu beijo é bom e que ele quer mais (mesmo quando ele não quer). E que não há nada de errado com VOCÊ (pelo menos comigo). E, claro, tira toda a responsabilidade das suas costas. Se não der certo é porque ele não ligou

Uma amiga minha pecou e só não se arrependeu porque foi bom: ficou com um cara casado, pobre e que tinha um gosto musical para lá de duvidoso. Mesmo a bola ter rolado muito bem nos dois lados do campo, ela não queria ver o sujeito nem que ele trouxesse um par de sapatos Jimmy Choos e uma caixa de Godiva porque seu detector para confusões soou em alto e bom som. Mas, sabe se lá por quê razão, a senhorita não esperou o telefonema do macho que nem para ser reprodutor servia? E ficou pensando: "Será que nem para amante eu presto? O que tem de errado comigo?". Infelizmente, o cara ligou, duas semanas depois é bom dizer. E ela saiu mais uma vez porque naquele dia não queria ficar no zero a zero (dito e feito: ganhou de goleada). Esperou de novo. E resolveu ela mesma ligar. Ligou e achou que o cara era um babaca e caiu fora de vez.

Depois de ouvir o relato dela, me perguntei por que nós, que vivemos num mundo em que Simone de Beauvoir já habitou a Terra e mostrou que somos o segundo sexo mais forte do planeta, não temos domínio sobre este maldito aparelho? Por que a gente se recusa a ligar? Por que quando a gente liga parecemos idiotas? Ou por que ainda temos medo da reação deles? E por que, mas por que, eles não LIGAM Deus do céu?

E quando eu comecei a usar o MSN, achei que iria ficar livre de uma vez por todas da espera do tal telefone. Como dizem os gaúchos, capaz… agora, graças ao meu querido Bill Gates, fico presa na frente do computador, esperando ele entrar, esperando ele falar comigo… Ai, não é a toa que espera é um substantivo feminino.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Amor no Parque de Diversões

Costumo falar para minhas amigas que o amor não é uma coisa fácil. Amar não é nem um pouco fácil. Ter uma relação saudável significa investir - e muito. Mas achar o amor e amar (ser amado então...) não é nenhum um pouco fácil. Detectar aquele sinal perfeito, amar alguém pelo que se é e não pelo que se espera deste alguém é complicado. Mas dá para descomplicar um pouquinho.

Este tal de amor, é um bichinho até que fácil de se entender, que me perdoeem os cientistas que ficam estudando this crazy litlle thing called love. Eu to longe de fazer um lead sobre o assunto, mas já sei algo que pode ajudar a compreender, viver e, se for o caso, tratar o danado: são os tipos de amor.

Se estivesse que ter um endereço, o amor estaria no parque de diversões mais próximos. Não, o amor não gosta de pegar fila (embora a gente costume pegar muita para encontrá-lo), mas ele é tão contrário a si mesmo que só pode morar num lugar tão cheio de emoções e diferenças como o Six Flags. Isso porque ali ele pode ser dois brinquedos completamente distintos.

O primeiro, claro, é a Montanha Russa. Você nunca sabe o que vai ser na próxima curva, se vai te embrulhar o estômago ou se simplesmente acaba. A Montanha Russa é uma grande aventura, cheia de altos e baixos, adrenalina a mil. Quem nunca ficou esperando uma ligação durante horas e horas? Ou sentiu vontade de vomitar ao descobrir que era traído e só você não sabia? Ou ainda, ficou rindo descontroladamente, num misto de alegria e medo sem saber qual seria o futuro da relação? Mas, que acima de tudo, se divertiu horrores e se lamentou (ou foi uma tortura tão grande que deu graças a Deus) por que acabou?

Em qualquer parque do mundo, a fila da Montanha Russa sempre estará cheia de jovens. Adolescentes empolgadissímos loucos pela primeira dose de emoção forte que se pode ter. Por isso você pode pensar que o amor da Montanha Russa é para os mais novos. Os mais novos, é bom dizer, tem mais identificação com este tipo de brinquedo, estão mais dispostos a se descabelar dentro de um carrinho de 200 km/h. Mas não são os únicos: basta um olhar mais atento para encontrar homens e mulheres na faixa dos 30, 40, 50, 0, 70... isso porque todo mundo quer dar uma voltinha na Montanha Russa, sentir aquele friozinho na barriga. Se você tiver tempo e entrevistar um por um, vai descobrir certamente um que vá naquela atração toda semana, simplesmente porque gosta da sensação. Ou alguém que quer experimentar pela primeira vez, enquanto tem gente que está ali só para acompanhar um filho, sobrinho, neto.

Bem, longe dali, num daqueles cantos do parque que só se acha com a ajuda de mapa, guia e GPS, está uma montanha mais singela, mas igualmente gostosa: senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Montanha Encantada, aquele mesmo onde é gostoso navegar, onde os sonhos são a realidade e é estar sempre a sorrir e a cantar! Ali, no meio daqueles bonequinhos mecânicos, naquela água calma, o barquinho que imita um tronco de árvore faz um tour pelos contos de fada. E assim pode ser o amor: calmo, doce, tranquilo. Onde você pode levar os filhos, sobrinhos, netos, avôs e avós. Um modo de ser em que você tem certeza que a vida sempre será como é, as mãos sempre estarão dadas, apesar dos (poucos) solavancos que se têm. E estes mesmos solavancos dão um friozinho na barriga, apesar de não serem tão fortes como os da Montanha Russa.

Na fila da Montanha Encantada há famílias levam as crianças uma vez por ano e acham graças nos mesmos bichinhos, dão risadas da mesma coisa sempre. Mas a Montanha Encantada não é de “velhos”: tem sempre turma de adolescente, que está ali para rir, se divertir, lembrar das doçuras da infância. Este amor rotineiro, esta segurança e bem estar são os maiores responsáveis pelas risadas duradouras, pelas piadas que são entendidas por toda a família.

E assim é o amor: ele pode ser bom de todos os jeitos. E pode ser fácil, desde que se identifique que tipo de brinquedo você quer ir. Se você está na fase da Montanha Russa, vai fazer o que na Montanha Encantada? Se você gosta de Montanha Encantada, para que investir num relacionamento que só vai dar frio na barriga?

De qualquer forma, é sempre bom pegar a fila e andar nos dois, nem que seja uma vez na vida. Não apenas para se ter idéia do que se quer, mas para entender também que o amor, apesar dos diferentes percursos, sempre nos leva para o mesmo lugar. Por isso, o mais importante é saber como se quer chegar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Bom senso?



Motéis e hotéis de SP não serão fiscalizados pela lei antifumo

Secretaria de Estado da Saúde diz que lei de privacidade será respeitada.
Proibição de fumo em lugares fechados foi aprovada pela Assembleia.

A nova lei antifumo, aprovada na semana passada na Assembleia Legislativa de São Paulo, proíbe o fumo em lugares fechados públicos ou privados. Para fiscalizar se os cerca de 6 milhões de fumantes paulistas cumprirão a nova medida, o governo paulista até criou um grupo com 250 funcionários que vai fazer a fiscalização em todo o estado. Dois lugares, no entanto, ficarão de fora da mira dos fiscais: quartos motéis e hotéis.

Vou escrever aqui exatamente o que eu pensei quando li esta notícia do G1: eles deixaram de fora por que não saberiam como e quando fiscalizar? Tava pensando: eles esperariam o casal dar uma e cortariam o cigarro depois do "foi bom para você" ou chegariam no final? Ou fizeram isso por que abrir mão deste cigarro seria sacanagem demais (literalmente)? É bom senso ou simancol? Senhor...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A hora

Nem parecia que finalmente era hora. Hora para por para fora tudo o que estava engasgado, toda a angústia, os sentimentos embutidos. Não, não havia ali ódio, raiva, era amor, somente amor. Os olhares fulminantes se perguntavam quem daria o primeiro passo. Quem beijaria quem? Quem iria tentar?

Foram longos anos até chegar ali. Uma paixão dividida entre duas pessoas que não podiam tê-la, sentir. Era apenas desejo, imaginação, tentação. Por todas as convenções sociais, todos os valores, todas as coisas, tinham se sufocada. Resolveram que não poderiam mais. Pelo menos, só naquela noite, naquela hora.

O quarto barato de motel foi a única coisa que restou do encontro, porque os dois desapareceram. Aqueles que ali entraram, não em busca de prazer, mas de saciar os ânimos mais íntimos, nunca mais foram os mesmos. Chegaram, um depois do outro. Primeiro ele, nervoso, como se fosse a primeira vez. Era. Com aquela mulher cheia de loucuras, misteriosa e repleta de contradições que desde o primeiro dia o atraiu. Ela, que confessou ser louca por ele não foram poucas as vezes, mas que nunca se entregou. Se recusava a baixar a guarda. Mas, por estas coisas da vida, ela tinha se rendeu ao seu maior inimigo, sua maior ameaça.

Mais uma vez, se cruzaram ao acaso. Mas aquele, por ser o maior de todos, foi interpretado como sinal do destino. Todas as outras vezes havia um motivo plausível: ambos tinham a mesma profissão, frequentavam os mesmos lugares, gostavam das mesmas coisas. Aquela tensão entre os dois se dava a cada encontro de uma maneira que só eles podiam enxergar. Era tesão? Era, mas era mais. Era muito além. Por isso, ela recuou e preferiu lutar contra aquele que despertava os mais profundos sentimentos, que era a maior avalanche emocional que já tinha enfrentado. Era perigoso.

Mas, naquele fim de tarde, na beira de uma estrada, tão longe de casa, não fazia sentido não se entregar. Ela entrou apressada no posto de gasolina, estava frio, ela usava um casaco quente, rosa. Lembrou-se de comprar qualquer coisa e entrou na lojinha, aonde ele estava, na fila do caixa. Os dois se viram. E se olharam mais uma vez, numa tentativa de acreditar que aquilo não era possível. Era. E a atração estava ali, como quando dois ímãs puxam um ao outro. Se puxaram e perguntaram o trivial. O que você está fazendo aqui? Estou indo para o outro lado, mas não tenho pressa. Tenho toda a pressa do mundo, só tenho uma hora. Bastava. Olhou sem desviar o olhar. E não precisou falar: seria hoje, seria agora, seria ali perto, provavelmente, mas seria. Finalmente seriam beijos, abraços, afagos, loucos, loucos toques, a maior de todas as vezes. Para os dois.

Ele não conhecia as redondezas e perguntou para o caixa, discretamente, onde haveria um lugarzinho por ali. Não muito longe, na beira de uma estrada, um motelzinho nada convencional, como se fosse um chalé. Desenhou-lhe um mapa e pediu para entregá-la, enquanto dirigia. Chegou. E esperou, nervoso, os minutos mais distantes de todos os minutos do mundo.

A porta se abriu. E ela entrou com um olhar curioso naquele quarto com as janelas semi-abertas, a cortina filtrando a luz alaranjada que vinha do sol. Era a hora. Sem tirar os olhos dos olhos, jogou o casaco no chão. Soltou o cabelo preso no coque e sorriu, só sorriu. Fazia tempo que ele não via aquele sorriso, ali, aberto, só para ele. No começo ela sorria, mas, quando sentiu a ameaça, tornou-se a mais emburrada das guerrilheiras. Quando sorria perto dele, era um sorrisinho que não tinha jeito de não sorrir. Mas ficava curtinho, ela abaixava a cabeça encabulada, porque sabia que não podia sorrir para ele. Não para aquele que amava. Mas ali, naquela hora, ela sorriu.

E foi sorrindo que ela foi ao seu encontro e eles se olharam de perto sem saber o que fazer. Ela encostou a cabeça no ombro dela como se pedisse conforto, colo, carinho. E era o que ela queria: não era somente uma, duas ou todas as noites de amor. Era mais. Era além do que se podia pensar, do que se podia prever. E ele o fez. E ficaram ali até encontrarem suas bocas e respirarem juntos. Se beijarem com doçura, delicadeza, sonho.

Mas ela tinha hora para depois dali, só tinha aquela hora. O jeito foi abrir as portas para o desejo e colocar em prática todas aquelas fantasias nunca reveladas nem para o travesseiro. E se tocaram da maneira mais sensível que um toque selvagem pode ter. E se amaram com rapidez, que pareceu ter durado a eternidade.

Sem palavras. Os dois não tocaram nenhuma palavra. Se vestiram e saíram. O sol tinha se posto, mas havia os seus rastros laranjas no céu. Aquela noite de inverno, sabe-se lá como, virou a mais quente noite estrelada de verão. E, mais uma vez, ela interpretou aquela mudança climática tão comum em tempos de aquecimento global, como outro sinal. E saiu do chalé de mãos dadas em direção ao topo daquela colina esverdeada à sua frente. E se sentaram como se estivessem olhando o mar na praia pela primeira vez, maravilhados. Ela encostou em seu peito: queria mais colo. E os dois se deitaram, olhando o céu, enquanto ela se divertia brincando com os botões de sua camisa. Passava a mão em cada pedaço de pele, conhecia cada pêlo, numa tentativa de descobrir tudo aquilo que sempre desejou.

Ele acariciava seus cabelos molhados quando fez uam pergunta inocente, que se transformou em uma resposta e eles, pela primeira vez, conversaram como sempre quiseram conversar. Falaram de tudo, livro, discos, amores. Do sorvete preferido e do dia em que caiu do skate na rua. E, naquela hora, atualizaram a vida toda. A conversa parou quando a urgência por mais beijos foi se fortalecendo. E ali mesmo, no alto daquela colina, houve uma noite quente e estrelada de verão no mais perfeito inverno de julho.

sábado, 11 de abril de 2009

Investimentos futuros

Tem gente que investe na poupança, tem gente que aposta na bolsa e tem gente pensando em como cuidar do futuro. Eu não faço plano de previdência privada, mas invisto no meu futuro: eu continuo flertando com meu ex namorado. Isso mesmo, eu escrevo, ligo, falo, e xaveco o dito cujo discaradamente. Já cheguei ao cúmulo de transar com ele pela internet, a coisa entre a gente é séria mesmo. Ele, por sua vez, faz a mesma coisa. E nessa nós vamos nos divertindo, afogando carências e pensando no nosso futuro.

Nós nunca falamos que estamos investindo um no outro, mas ambos sabemos. Ele tem namorada, eu vivo a minha vida de solteira feliz da vida. Só que a gente não perde o contato. Estamos sempre nos falando. Não teria nada de errado se a gente só fizesse isso, mas a gente não faz. Aliás, não tem nada de errado no que a gente faz, a gente sabe que um é especial pro outro, que somos made for each other, mas não estamos juntos. Não podemos estar. E por que não preparar o terreno para um futuro não tão distante? O que tem demais cultivar uma amizade para lá de colorida e manter como backup?

Minha amiga diz que backups atrapalham o futuro da gente. Porque a gente sabe que tem um e não se preocupa em correr atrás de outra chance. Eu discordo. Meu backup me faz feliz e, quando tem outro moço na parada, eu nem lembro da existência dele(é por isso que eu o chamo de backup). E como diz a minha amiga, nos momentos de carência eu sempre volto pro velho e bom ex namorado e eu volto mesmo. Ela diz que é um círculo vicioso e que ai mora o perigo: a gente não se move porque sabe que tem um ao outro.

Eu discordo de novo: eu procuro outros caras, não estou dizendo que vou voltar para ele no fim da história(se é que existe um fim), mas, se as coisas não derem certo um pro outro, a gente sozinho não fica.

A minha amiga me perguntou porque eu não paro de ver meu ex como um investimento futuro e passo ele pro tempo presente. Porque eu não quero. Eu to bem assim. Não quero voltar para ele, mas, se isso acontecer espontâneamente, vai ser bom também. Eu é que não vou correr atrás se, de uma maneira ou de outro, posso viver com ele hoje, do meu lado.
Eu parei de me preocupar se estou certa ou se estou atrapalhando ou não o meu destino quando fico suspirando pelos cantos lembrando da última coisa fofa que ele me fez. Eu curto meu backup, ele me curte também. E é melhor ter alguém com quem contar do que não ter ninguém. E se esse melhor é seu ex, que mal há nisso?

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Assumir o amor

Estava pensando hoje porque as pessoas estão se queixando da solidão e da falta de amor. Simples: amar é dificíl. Difícil pacas eu diria. Para você chegar naquele amor que até a sombra da pessoa lhe faz sentir completa, é preciso penar. Lembro de um motorista que depois de 25 anos de casado me disse: “Hoje a minha mulher é minha companheira. Se eu chegar com esta árvore em casa, ela vai procurar um vaso para colocar. Não vai brigar, não vai perguntar, vai compartilhar.” A assessora que estava comigo olhou com olhos grandes, no que ele responde: “Isso leva tempo, paciência, raiva, muitos sapos. O amor chea por útltimo.”

E hoje vejo que ele tem razão: amar dá trabalho. Mas vale a pena. Uma amiga, depois de seis meses sem reencontrar o ex, me disse: “Já sabia que piada ele ia fazer, por quê ele ia rir e como ele reagiria. E isso é tão bom!”. Foi neste momento que ela se deparou o quão difícil era construir novamente o que ela e o e tinham feito em dez anos e se lamentou progressivamente. E ela não falava de paixão, não falava de sexo, falava do amor, da segurança, da compatibilidade, da divisão, do “amor tranquilo, com sabor de fruta mordida”.

E é por isso, alegava a minha amiga, que muitos não se entregavam. Porque para amar, é preciso assumir aquele sentimento poderoso. Ter o compromisso de apoiar, receber apoio e cuidar daquele que se ama. De sair, de rir, de respeitar, porque sabe se que está com alguém que merece amor, carinho e principalmente respeito. Assumir o amor é deixar por alguns momentos de pensar em si e “servir a quem vence, ao vencedor”. Mais que isso: saber da bolsa dos sonhos e passar o chopp e o frango à passarinho primeiro para a mulher amada.

Amar é conhecer. Não é conexão, não é “a ligação que não se tem com mais ninguém” e sim , não é sofrer, não é adrenalina de ficar esperando a ligação, não é nada disso. O amor é exatamente isso que a gente tem do lado, a alegria mais básica, o carinho de ficar em casa de pijama no domingo sem se preocupar com a lingerie. Claro que isso não vira regra. Mas que no domingo de chuva pode, pode.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Melhor x pior

Uma das cenas de novela que mais gostei foi de uma trama de Manoel Carlos chamada “História de Amor”. Aquela novela fez parte de minha vida quando tinha 13, 14 anos e me fez muita falta quando acabou. As personagens Scheila e Paula, representadas respectivamente por Lilia Cabral e Carolina Ferraz discutiam:

- Mas me conta Scheila, como é ser trocada por uma mulher mais nova?
- Me conta você Paula, como é ser trocada por uma mulher mais velha?

Não passei pelo dilema mulher mais nova x mulher mais velha. Mas passei-e tive amigas que passaram- pelo dilema de ser trocada por uma mulher pior que você e por uma igual.

Nesse mundo não existe ninguém melhor ou pior que ninguém, mas me refiro a ser trocada por alguém que não tem o mesmo nível cultural, financeiro que você. Ou que não tem carater ou dignidade moral. Ou até mesmo uma pessoa mais feia ou mais gorda que você. Senti na pele os dois lados da moeda e não sei qual é pior.

Quando o cara te troca por uma pior, você ainda pode usar toda a sua raiva, expressar todo o seu ódio e ainda se consolar pensando que o cara é um idiota e não sabe o quão idiota está sendo, o quanto ele está perdendo. Você aprende um pouco, perde um pouco a arrogância(se é que se tem), porque afinal, quem está com ele é ela e não você. Aprende- se que amor nao tem lógica e não se conquista coração de ninguém com curriculum vitae. Mas também se conforta em ver que você, de maneira ou de outra, está se dando bem por ter se livrado de um traste que sequer te valoriza. “Tem gente que a gente perde, tem gente que a gente se livra.” Claro, se fica meio arrasada também. Lembra daquela música “o que ela tem que eu não tenho?’ Nesse caso, você se pergunta: “O que tanto eu tenho que ele foi procurar uma fulaninha que não tem nada de mais?”

Como esse,vi vários casos. Teve o meu, teve o da Carolina, da irmã da Silvinha. Da Carolina sei com detalhes, porque ela é minha amiga: namorou anos o Rodrigo, desde que eles eram estavam na escola. Ele foi o primeiro beijo, primeiro homem, primeiro tudo. Estava com ela em todos os momentos, aprender a dirigir, entrr na faculdade e começar a trabalhar. Depois de cinco anos de namoro, do qual ela se dedicou muito, os dois entrararam numa crise e terminaram. Todo mundo achou que era passageiro, mas ele nunca mais voltou. Pior: depois de um mês, arrumou uma garota, começou a namorar, em dois meses estava morando junto. O pouco que ficamos sabendo ê que a moça era pobre e morava em Itapevi. Era uma das funcionárias dele. E, Carolina, que esperou por cinco anos um simples noivado, viu uma qualquer conseguindo o que ela sempre sonhou. Rodrigo e Carolina não voltaram, assim como eu não voltei com o meu ex e a irmã da Silvinha também não. O da irmã da Silvinha foi pior (não sei, nesse caso tudo é ruim) porque eles eram noivos, tinham apartamento comprado e depois de anos de relacionamento o noivo casou( de papel passado e tudo) com uma japonesa e foi morar no apartamento que os dois tinham comprado. Foi uma crise dessas crises passageiras e ele aproveitou pra passear. Foi para bem longe dela, diga-se de passagem.

Mas quando a outra em questão também é bonita, inteligente, legal e gostosa(não precisa nem ser gostosa) e vem de um mundo igual ao seu parece que o sentimento é pior porque o problema não está nele, que é um babaca e sim em você que o deixou “fugir” para ficar com alguém como você. Dá pra se consolar pensando que ele gostava de você tanto que procurou outra igual. E que isso mostra o quanto ele te acha especial. Mas, lá no fundo, é muito ruim porque você sabe que nesse exato momento você podeira estar com ele, vivendo com ele o que ela está.

Vou confessar: quando a mulher é igual a vocé, sabe se que ela tem as mesmas chances, é páreo duro. Se ela hoje tem tudo o que deveria ser seu, significa que ela pode ter tudo o que você sonha, ou seja, as coisas podem ficar sérias e, no fim, ele pode ficar com ela e não com você. E no fundo, quando o seu homem está com uma pior, você ainda sonha que uma hora ele vai acordar, vai cair em si e, um dia, vai voltar pra você… Resta saber se se consegue perdoar e ficar com alguém que pode ficar com alguém muito pior que você. Infelizmente, nunca vi nenhum caso desses. Ainda.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Como nascem as vagabundas

Era uma noite de desenho animado clássico da Disney: lá estava a minha irmã caçula dançando, ao som da música tema de A Bela e A Fera, uma valsa com meu pai. A resposta mais óbvia para a pergunta de o que se pode fazer numa festa de 15 anos quando você tem 25 era beber, naturalmente. E beber muito. E se esbaldar na pista de dança com a sua irmã e primas da mesma idade e curtir o fato de que naquele lugar você era uma tia velha- porém gostosa.

Lá pelas tantas, a cerveja teimava em sair do meu corpo e me dirigi ao banheiro feminino. Certos grandes produtos da humaninade como sabão para lavar calcinhas no chuveiro sairam da cabeça de uma mulher. O tal banheiro da festa foi projeto de uma arquiteta, sem sombra de dúvida: sabendo ela que as mulheres se reunem no banheiro para conversar, sabiamente ela colocou divãs e sofás para as moças sentarem e conversarem. Conversarem no banheiro.

Após a saída da cerveja, só me restou sentar para descansar já que minha turma de mulheres de 25 anos não estava ali e eu não teria com quem falar mesmo. Eis que me entra uma adolescente perguntando quem havia ficado com o menino de preto, porque o menino de preto quis ficar com ela e com a amiga dela e estava ficando com todo mundo na festa. Já que eu era tia mesmo resolvi dar um conselho para a adolescente aflita:

- Menina desencana e sai do zero a zero. Fica com o menino de preto porque os cafajestes sempre valem a pena, nem que seja como experiência profissional. Quando você tiver a minha idade você vai ficar feliz por ter ficado com o menino de preto ou infeliz por não ter ficado.

A adolescente aflita ouviu a voz bêbada da experiência. Neste momento entra- sem ser sequer chamada- uma terceira adolescente na conversa. E começa a provocar a tia bêbada, se aproveitando de estar em clara vantagem por estar sóbria e no clã etário dela.

- Quem é essa ai Moni?, pergunta a vagabunda para minha prima Monique, tão adolescente e respeitável no banheiro quanto ela.
- Ela é irmã da aniversariante, respondeu Monique indicando que eu não era penetra, eu aliás, fazia- e muito- parte da festa.

A tal vagabunda começa a disparar coisas deselegantes, dizer que esta que vos escreve é gorda(realmente é, mas sem problemas), que está bêbada(realmente estava) e mal vestida(estava com um vestido bárbaro assinado por Carlos Miele. Não, não estava não). E eu falando para ela que estes conceitos que temos aos 15 anos são inúteis, que uma hora a gente ri disso tudo e que curte a vida como ela merece ser curtida. Não obstante, a vagabunda começa a falar mal da aniversariante, sim, a minha irmã, a menina de 15 anos mais linda do mundo. E que na festa DELA estava um arraso. Sem contar que a festa dela foi a festa do ano, a mais comentada na escola, no ballet, no inglês…

A cerveja e o cigarro foram fortes mas não o suficiente de tirar me o resto de lucidez. Falar mal da minha irmã a vagabunda até que podia. O que ela nõa podia de jeito nenhum era falar mal da minha irmã na festa de 15 anos dela, na qual a vagabunda poderia comer, beber, se divertir e conversar no banheiro sem pagar um tostão. Foi ali que me dei conta: aquela garota era uma vagabunda. Coitada, tão nova e já uma vagabunda. Uma galinha baby. E para sempre seria uma vagabunda. Porque mulher de verdade não faz este tipo de comentário, não zoa com bêbados, mulher de verdade tem mais o que fazer, mesmo que esta mulher tenha só 15 anos de idade. Mulher de verdade bebe mesmo quando não tem idade para beber(bebi muito guaraná),se diverte mesmo quando não dá para se divertir e só fala mal de outra mulher para as amigas, destilando o veneno da roupa feia que a concorrente escolheu. Mulher de verdade não arruma confusão e não perde tempo com quem não é para se perder.

Naquele banheiro repleto de garotas que ainda frequentavam a escola veio como num flashback as memórias de todas as vagabundas que passaram pela minha vida, dos meus 15 anos até os dias de hoje. Historicamente as vagabundas sempre existiram e sempre existirão, estava ali a vagabunda em treinamento para me provar isso. Num futuro próximo será ela a amiga que roubará o namorado da melhor amiga, a que fará fofocas no trabalho, enfim, atanazará a vida das mulheres de verdade.

Mas eu, mesmo bêbada, ainda era uma tia na festa e resolvi aproveitar para usar minha autoridade como tal: levantei me e disse para ela que rosa era uma cor para poucas e realmente ela não era uma delas. Ao retrucar, perdi a minha paciência e como estava bêbada demais para dar um tapa na bunda dela, puxei com força o cabelo da dita cuja e disse:

- Olhe bem para você: você é uma vagabunda, nasceu uma vagabunda e sempre será uma vagabunda. Quanto a mim, eu sou, fui e sempre serei a presidente do clube. E até as minhas descendentes serão presidentes, estarão sempre no topo da escada hierárquica das mulheres. E a minha irmã é sim a mais bonita e gostosa desta festa.

Depois desta, claro, ela não teve o que dizer. Tentou ficar por cima da carne seca, mas o próprio clã dela apoiou a tia mais velha. Na saída, duas meninas que não faço idéia de quem são vieram me abraçar. Uma delas sabia o meu nome e me mostrou o tal menino de preto. Ele estava ficando com outra na hora mas ela me garantiu que não perderia uma próxima oportunidade com o garoto. Esta sim me provou que se existião para sempre as vagabundas, existirão as presidentes, diretoras e associadas do clube. Sempre.

Post it

Hoje fui à faculdade. Fazia tempo que não ia lá. Tinha que pegar um documento e passei na secretaria. Olhei as salas de aula, deu saudades. Foi aí que me lembrei de você: engraçado, nossa história teve tantos desdobramentos que eu nem lembrava mais que a gente se conheceu ali, no meio daqueles bancos.

Lembrei de como a gente se conheceu e de que você disse que lia minhas matérias e que adorava a minha foto no mural da minha sala; de como queria se aproximar de mim e não sabia como. Lembrei de como a gente conversou de tantos assuntos, de como descobrimos torcer pelo mesmo time e de como combinamos que veríamos o próximo jogo juntos.

Lembrei de que tudo aconteceu ali, naqueles corredores. Engraçado, a gente viveu tanta coisa fora deles, tantas aventuras, tantas coisas divididas. Lembrei do nosso primeiro beijo, da nossa primeira ficada, do primeiro telefonema. Lembrei dos nossos aniversários, de você ter me ligado para dar parabéns. Passei na frente do laboratório, a luz continuava vermelha, estava tudo do mesmo jeito que a gente deixou. Nossa, quanta coisa para lembrar...

Engraçado, tanta coisa que a gente viveu, cada episódio que foi construído, ali por nós dois. Onde estaria você? O que teria acontecido com aquele estudante como eu? Como é que aquele casalzinho fofo que a gente era foi se perder assim? Foi aí que me dei conta de tudo o que aconteceu depois daquele curso, na nossa vida pós diploma e como foi que tomamos rumos tão diferentes. Assim fazia sentido eu não lembrar de como começou. Foi ali que eu me lembrei porque eu me esqueci de você.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Vade Mecum



"Faça o que queres, há de ser tudo da lei"
Raul Seixas

Um dia, estava tentando convencer a minha amiga que o ex dela não prestava. Ela, como toda mulher apaixonada (leia-se burra), tentava defendê-lo de todas as formas. Na discussão, ela dizia que ele poderia até não prestar como homem, mas que como profissional era um gênio. Eu disse que ele não era gênio porra nenhuma porque não pagava os impostos nem os direitos trabalhistas de seus funcionários.

A paixão é mesmo uma coisa ruim porque quando estamos tomados por ela, além de não enxergarmos o óbvio, também perdemos o bom senso como é o caso desta amiga, que, na defesa do canalha, disse que era um absurdo pagar impostos e direitos trabalhistas.

O que as pessoas que não frequentaram uma faculdade de direito não costumam entender que, sem lei, só há bárbarie, é o caos. Se com ela a gente já vê este tanto de absurdo, imagina sem? E se a lei, por mais absurda que possa parecer existe, é porque precisa existir. Meu pai costuma me contar de um artigo do código comercial que ele achava rídiculo e foi perguntar pro professor o por quê da existência, se aquilo era realmente necessário. O que ele ficou pasmo é que a lei foi criada depois de um episódio igualmente bizarro.

O que quero dizer é que se as leis existem é porque precisam existir. Se não existem, talvez é porque um dia existirão ou não são necessárias. A internet hoje é usada completamente sem controle, cada um (eu inclusive) escreve o que quer, quando quiser, sem respeitar qualquer critério. Sim, é a democracia digital, mas que muitas vezes é desrespeitada. Por isso, creio eu, que um dia existirão regras para este novo jogo online.

Se existe o Código Civil, de Processo Civil, Penal, de Processo Penal, Eleitoral, e todos as demais consolidações, constituições e etc para regular todo tipo de matéria é porque a sociedade precisa. Entretanto, não há um Código do Amor embora muitas "regras" de relacionamento estão dispostas em livros de auto-ajuda. O fato é que as leis do amor existem no consciente coletivo da sociedade, mas nunca foram estudadas, pensadas e testadas como as leis "normais".

Tem gente, porém, que segue a risca estes manuais do amor. Outros não. Nunca vou esquecer do que uma amiga me disse a respeito de outra amiga dela, que ficou com o namorado dela: "é que ela acha normal ficar com o namorado das amigas, ela não vê problemas nisso, não acha nada de errado". Eu, que não acho normal porra nenhuma ficar com o namorado de amiga, rebati: "Ela anda pelada na rua? Ela rouba? Trafica? Não, porque ela sabe que não pode. Ficar com namorado de amiga é a mesma coisa".

Hoje vejo que não é não a mesma coisa. Quando se fala sobre amor, não há regra nenhuma. Não há nenhuma previsão legal, cada caso é um caso. Digo isso porque, coincidentemente, eu e muitas amigas estamos vivendo situações em que estamos quebrando todas as "leis". Outra amiga querida, pessoa que muito estimo, está com medo de "desrespeitar" uma destas regras e, ao invés de se dar o benefício, está vivendo o martírio da dúvida tudo porque não consegue tirar a prova dos nove.

Claro que eu ainda acho a amiga da minha amiga uma grande de uma safada e acho um absurdo ficar com o namorado das amigas. Mas... quem sou eu para dizer alguma coisa? Nos últimos tempos, tenho escutado histórias de pessoas felizes, que começaram um relacionamento nada convencional, "quebrando" todas as regras. Outras seguiram devidamente o "protocolo" e quebraram a cara. Se for pra quebrar alguma coisa, que sejam as tais leis não?

Uma coisa que não me esqueço é aquele filme Hitch, com o Will Smith em que ele ensina um cara gordo e esquisito a conquistar uma moça linda e milionária. No final do filme, a milionária conta que se apaixonou por tudo de estranho que o cara fez e o conselheiro amoroso se dá conta que todos os conselhos que ele deu foram totalmente inúteis e que não há fórmula para se apaixonar.

Hoje, olhando de fora, vejo o quanto estas regras podem ser absurdas. Tipo: "Não namore pobre" ou "Não ligue" ou "Não saia com homem casado" ou "Não traia" ou "Não conte nada" ou "Onde se ganha o pão não se come a carne", enfim, todas estas "leis" que, por um acaso, começam com "não" podem ser um total fracasso. Estas "leis", inclusive, não tem nem manual de aplicação, como as que estão nos nossos códigos. Em direito penal, por exemplo, cabe ao juiz aplicar sempre a lei mais benéfica para o réu, entre tantos outros preceitos. E no amor, quando estamos em dúvida, que "lei" devemos seguir?

Conheço uma pessoa que casou com o porteiro do prédio em que morava- e está feliz da vida. Aliás, feliz é pouco, ela está radiante de tanta felicidade. Imagina o quanto esta moça não ouviu? Quantas leis ela quebrou? Nenhuma, ela só seguiu a lei mais importante de todas, a que está no topo do ordenamento jurídico: a do coração. E, esta meus caros, é a que realmente importa.

P.S.: Vade Mecum é um volume que tem TODOS os códigos que um aluno de direito precisa na vida.
P.S.2: Dedico este post para todas que quebraram as leis do amor.
P.S. 3: Este post é para uma amiga pra lá de especial que vai saber bem que "lei" deverá usar.

Impedimento



O bar não era muito grande, mas de longe dava para ver que estava lotado, o que faz um pouco de sentido numa balada no coração dos Jardins, na hypada rua Mario Ferraz. A maior ironia é que a festa era da carne num lugar de nome de santo, o Santoantônio, que estava a todo vapor para abrigar a noite de lançamento da Playboy de julho. Na entrada, meninas de pernas bem torneadas, shorts e chuteiras brincavam de fazer embaixadinhas, no melhor estilo da homenageada da capa, a bandeirinha Ana Paula Oliveira.

Gente bonita e bem vestida, todos estavam super à vontade no ambiente repletos de bolas, coelhinhas da Playboy(mas daquelas de verdade, com rabinho, orelhinha e gravatinha) e drinks free. A maioria de homens, claro. Jovens, bonitos, bem vestidos e interessantes, os moços do Santoantônio desfilavam sem aliança em nenhum dos dedos. A balada era de solteiros, naturalmente. E gays, porque a noite de São Paulo é para tudo e todos, até quando o ambiente é- ou deveria ser- tipicamente hetéro.

Os homens atentos, não desgrudavam o olhar da parede da entrada. A concentração era tanta que nem a mais gostosa que passasse os faria virar a cabeça. Vários e vários "uh" de esperança e "ah" de desapontamento: não, não era sobre a chegada da estrela Ana Paula e sim o jogo do Brasil e Uruguai que era a atração da noite naquele salão.

Ana Paula chegou num vestido cinza e sandálias de salto alto. Muito sexy. Mas ninguém parou para ver porque ainda era o segundo tempo e o Brasil ganhava de 2 a 1, num gol de última hora de Júlio Batista, aos 53 minutos do primeiro tempo. A vitória parecia certa quando Abreu empatou para o Uruguai nos 24 minutos do segundo tempo. Mais um grito de droga. E Ana Paula lá, sendo assediada pela imprensa- e só.
Os homens continuavam na sua epopéia dos gramados. Vencer o Uruguai não era só uma questão de garantir vaga na final da Copa América, era também de honra já que os vizinhos de azul nos tomaram o caneco na final de 1950.

Tudo bem, aos trancos e barrancos o jogo foi e acabou nos emocionantes pênaltis. A emoção estava alta, todos juntos num vibração que lembrava a Copa do Mundo. Todo mundo torcendo, gritando e se perguntando "Quem é esse Fernando, que entra agora e ainda perde um pênalti?". Outros xingavam o goleiro e como brasileiro não é torcedor, é técnico, se indignavam o que afinal Doni fazia ali.

E Ana Paula? Não, hoje ela não bandeira jogo nenhum(nem que bandeirasse, ela está de licença e na segunda divisão). Ah, a Ana Paula! Ela está lá, recebendo a imprensa e dando autógrafo para as fãs. Sim, porque os fãs estavam vendo o jogo, claro, O coro da galera era para o uruguaio Lugano, que errou o último pênalti.

Não seria estranho que numa festa para mostrar as fotos de uma mulher pelada que os homens prestassem atenção em… outros homens? E ainda11, mais especificamente? E Ana Paula? E as coelhinhas? E todas as modelos contratadas para embelezar o salão? Não rola azaração? Não!!! Ana Paula, do escanteio, não estranha o fato de ter ficado de fora deste jogo:
- Futebol é paixão. E para os brasileiros, a maior paixão que existe
no mundo. Eles vibram mais com o gol do que comigo. Aliás, vibram mais com gol do que com qualquer uma, por mais gostosa que seja.

Críticas à parte, a moça entende bem do assunto já que é bandeirinha- e gostosa. Convivendo com os homens há 13 anos, Ana Paula já aprendeu o que toda mulher deveria saber: com futebol não se compete. Se entrar no campo, além do cartão vermelho a derrota é certa. Só ganha se for de W.O. E impedir… se nem a bandeirinha peladona conseguiu, alguma mortal irá?

Esta crônica ganhou status de matéria em julho de 2007, quando eu era repórter do Jornal da Tarde. Enquanto não coloco textos novos, vou republicando uns antigos que eu gosto só para não deixar a Lygia triste.

domingo, 5 de abril de 2009

E não é que eles medem?



O bom de não ser surda é que você ouve as seguintes coisas:

- Você não é nem louca de dispensar 21 centímetros de pura gostosura não é?
- Calma benzinho, como é que é? Você tá me dizendo que seu pinto tem 21 centímetros?
- Tô.
- E como é que você tem tanta certeza disso?
- Porque eu medi.
- Calma benzinho: você realmente mediu? Como foi isso? Quando?
- Eu tinha uns 17 anos. Peguei aquelas fitas métricas da costureira e medi.
- Por que você fez isso?
- Porque eu fiquei curioso, queria saber quanto media.
- Você tá me zoando né benzinho?
- Não, eu realmente tenho 21 centímetros. Mas se você duvida...
- Traga a régua, o esquadro e o transferidor que eu vou medir tudinho!

E não é que eles medem mesmo?! Gente, para tudo...

Ops

Droga. Me apaixonei. Mas juro que foi sem querer.