domingo, 30 de novembro de 2008

Sabedoria popular

No táxi:

- Há quanto tempo o senhor trabalha na praça?
- 20 anos.
- E o trânsito está melhor ou pior?
- A mesma coisa.
- Eu acho que está pior, mas meu pai acha que é a mesma coisa há 30 anos.
- Também acho.
- E o que o senhor acha que tem que ser feito para melhorar o trânsito em São Paulo?
- Tirar as pessoas daqui.
- Como assim tirar as pessoas daqui? E o rodoanel, metrô, o senhor acha que não funciona?
- Você já esteve fora do país?
- Já.
- Que países você foi?
- Alguns.
- Já foi para Inglaterra?
- Já.
- Já foi para Londres?
- Já.
- E o que tem em cada bairro?
- Uma estação de metrô.
- E por que tiveram que criar o pedágio urbano no centro?
- Nossa, eu nunca pensei por este ponto! E pensar que o Maluf queria levar a capital para Brotas...
- O Maluf pensa, mas não faz.

Como medir o nível de álcool dos seus vizinhos Parte II

Quando seus vizinhos começam a cantar "Ela e Namorado dela, eu e minha Namorada" às 3h50 da manhã: além de álcool em excesso, os vizinhos tem péssimo gosto musical e é hora para mandar parar.

Nova rota

Quando eu morava em Paris, fui visitar uma amiga minha em um dos pontos mais extremos da cidade. Era um lugar longe, muito longe, que não me lembro qual era. E nem era bonito, tinha muitos prédios, todos comerciais. Fiquei surpresa por ter encontrado um bairro à la Berrini em plena Paris, famosa por construções antigas, ruas de paralelepípedo. E fiquei feliz por ter descoberto mais aquele canto na cidade Luz.

Hoje me lembrei daquele passeio graças ao convite do Regis, amigo querido da faculdade, que me chamou para ver A Reserva, peça excelente da Marta Goes, com elenco encabeçado por irene Ravache. O teatro fica na Avenida do Café. Não sei o bairro, só que fica perto do metrô Conceição. Em resumo: era longe.

Convidei o Olavo, que recusou o convite exatamente por conta da distância. Chegando lá, Regis zombou da minha cara e quando disse que meu + 1 tinha me dispensado por causa da longura, ele falou que esta a desculpa mais comum que ouvia. Longe em São Paulo é totalmente relativo. Eu levei 30 minutos para chegar no teatro. Estacionei na rua sem nenhum menino, flanelinha ou qualquer guaridão das ruas me abordando pedindo dinheiro. E lá descobri um pedaço da cidade que não conhecia, mas que tinha um quê daquele canto inesperado de Paris.

Na volta, fiquei pensando no que Irene Ravache falou: "Por favor, divulguem o teatro". Como o Cosipa não fica no miolo dos Jardins, era meio que rejeitado, apesar de ter uma acústica incrível. Da última vez que fui ao Borboun, que é do lado de casa, eu levei 45 minutos para chegar (com os faróis e as ruas sem saída) e para encontrar uma vaga no estacionamento numa odisséia estressante. Quando que na rua Augusta eu acharia uma vaga assim de boa? E para atravessar a cidade num dia de domingo foi tão relaxante que nem me dei conta que me tomou meia hora da minha existência para assistir uma peça que valeu muito a pena.

Em tempos de Google, não tem desculpa não se achar. Com um clique eu peguei o mapa e descobri onde era a avenida do Café. No carro fiquei me perguntando porque a avenida era do Café, sendo que os barões do café moraram mesmo na Paulista. Pensei nas pesoas que moram naquele bairro, que parece ser tão interior, se a vida na zona sul é muito diferente da zona oeste. Como diz Regininha, "seria muito chato se eu soubesse tudo porque não teria espaço para a sua grande imaginação".

Achei bacana a iniciativa da Cosipa, de fazer um teatro naquela região, que levou entretenimento para aquele público.

Fiquei me perguntando porque as pessoas são como o Olavo, que tem medo da distância. Ou melhor, por que as pessoas tem tanto medo do desconhecido? Por que o terror em descobrir sua própria cidade? Em descobrir um novo caminho, saber os cantos da própria casa. O que eu mais gosto na vida é poder conhecer os lugares, saber onde fica a avenida do Café, que é só ir pela Pedro Bueno que eu caio nela. Acaba sendo mais um jeito de sentir São Paulo, de viver na metrópole. Viver de verdade.

sábado, 29 de novembro de 2008

Como medir o nível de álcool dos seus vizinhos

De uma a duas garrafas de cerveja por pessoa: conversa simples.

De duas a quatro garrafas de cerveja por pessoa: conversa, vamos assim dizer, animada.

De quatro a seis garrafas de cerveja por pessoa: um violão aparece na conversa.

De seis a oito garrafas de cerveja por pessoa: o repertório é basicamente Raul Seixas.

De oito a dez garrafas de cerveja por pessoa: o repertório cantado, em coro, é Demônios da Garoa. "Moro em Jaçanã" mesmo estando em Perdizes.

Não há mais sangue, só álcool: "Eu não sou macaco mas eu gosto de banana/ Babalu banana que chegou!"

O lado bom das coisas



No bar:

- O meu episódio favorito é aquele que a Phoebe quer ir no show do Sting.
- Qual é este?
- Aquele em que ela fala pro Ross conseguir os ingressos.
- Nossa, não vi este.
- Eu adoro este.
- O bom de não ser superfã é que sempre tem um episódio de Friends para assistir.


Lygia, I miss you so much!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Seguindo a corrente do bem

É hora de ajudar.
Em Santa Catarina, muita gente perdeu tudo.

Se você puder ajudar,
deposite a sua doação
na conta da Defesa Civil de Santa Catarina:
Banco do Brasil
Agência 3583-3
Conta corrente 80000-7
Defesa Civil de Santa Catarina

Você também pode doar cobertores,
lençóis, fronhas, roupas em geral
e alimentos prontos, como biscoitos e enlatados.

Ligue (48) 4009 9886 ou 4009-9883 para mais informações.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Estranho no Ninho




Eu não sei como surgiram os gays. Que eu me lembre, eles sempre existiram, desde a Grécia antiga. Então, não sei como nem por que um dia eles foram parar dentro do armário. Não faz sentido ter que esconder uma coisa que sempre existiu! Os homossexuais existem desde que o mundo é mundo. E vão existir sempre.

Não me lembro bem, mas lembro que li no Museu do Sexo de Amsterdan que um capitão grego tinha dito que todo bom militar precisava de um ou dois meninos. Se naquela época eles andavam entre os demais, se eram considerados responsáveis pelo sucesso de um militar, como eles passaram a ser minoria? Não sei se eles eram maioria ou meio a meio, mas pelo menos deveriam ser respeitados naqueles tempos. E hoje não são.

Tanto não são que tem que se enrustir. Ficar no armário. Convivo com um gay enrustido e vejo o quanto ele é infeliz. E fico me perguntando por quê, sendo que hoje as coisas estão tão liberais. Como eu sou tola não? Que sociedade é esta que uma cantora de sucesso (que até agora ainda não acabou...) pede pra Deus livrá-la de ter um filho gay? O filho dela tinha que ser macho! Senhor...

Eu li uma entrevista do Bruno Chateaubriand dizendo que as pessoas da sociedade tratavam ele bem para parecer descoladas e politicamente corretas. Ter amigo gay é moda, é chique, é fashion. Ai vem a cantora e a modelo e dizem que amam os gays, que convivem com os gays e tals, só não querem que os filhos sejam. Eu não amo os gays, eu amo gente de bem. Eu não vou amar um gay se ele for mal caráter e fofoqueiro. Mas vou amar se ele for leal e honesto. Tenho muitos amigos assim, que, por um acaso são heterossexuais. E também homossexuais.

Ok, ok... elas amam os gays só porque eles são gays. Mas que tipo de gays elas amam? Eu não entendi como os gays entraram no armário, mas sei que saíram com força total de uns anos pra cá. Como o ser humano odeia o que é diferente, repudiou os gays. Aí quando viu que não tinha mais jeito, inventou um esterótipo para o tipo ficar aceitável, que é a bicha alegre, purpurina, fashion. Pára tudo!

Não é de me espantar que o menino não queira sair do armário. Afinal, se se assumir significa ser uma bichinha, ai que amor, ele não tem escolha a ser diferente. E se ele simplesmente não for assim? Se não for da personalidade dele? Se ele prefere esportes a moda, o que que tem? E se ele prefere homem a mulher, e dai? Só por que ele gosta de homem tem que gostar de rosa também? Sexualidade não é número do Mc Donald's, pede um e vem o outro automaticamente.

Quando eu morava nos States, o Willian me falou que levava vários mega top blaster executivos... gays. E eles eram de boa, falavam grosso, usavam terno e gravata, nada afeminados. O Willian achava aquilo legal, porque, ele não precisava ser afeminado para ser gay.

Só que, pelo jeito, ninguém pode ser simplesmente gay. Afinal, a cantora e a modelo que amam gays, sonham em ter um Stanford, o marido gay da Carrie Bradshaw, ninguém quer ter um amigo Brokeback Mountain. Afinal, glamour mesmo é andar com um careca de óculos feio como o Stanford, não um gostoso como o Heath Ledger.

Eu não sou mãe, mas entendo as mães. E não julgo esta moça que falou isso porque, mesmo estando grávida, ela ainda não é mãe. E mãe que é mãe quer a felicidade do filho, tá pouco se fudendo do que ele gosta ou deixa de gostar. O que tem são umas que sucumbem à pressão social e deixam o filho de lado. E outras que pensam que homossexualidade no filho dos outros é refresco. Oh mundinho... Mas tem umas que vão à parada gay marchar com seus filhos. E era destas que eu queria ouvir resposta à esta cantora e a modelo que dizem "Deus me livre ter um filho gay!". Se todas as mães pensassem como ela, a cantora não teria amigos gays para amar porque, se Deus escutasse os pedidos destas mães, não haveriam gays (para certos pedidos ele deve ser mesmo surdo)!

E os direitos humanos, cadê?!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Velha Infância




Hoje eu conheci um menino que tinha um site chamado Nostalgia 90. Não faz muito tempo que ele deixou de ser criança, então não entendi tanto as saudades. Não sei se foi porque eu tive uma infância trash, mas nunca senti saudade alguma dos anos 80. Até hoje.

Quer dizer, não foram bem saudades. Foi um "thank you God, I was born in the 80's" depois de ver a propaganda de uma boneca chamada Litlle Mommy Banheirinho. A menina ensina a boneca a ir ao banheiro, dar descarga e lavar as mãos. Detalhe: na privada, tem um lado que representa o número 1 e outro que representa o número 2. A boneca fala: "Tchau Xixi!" e "Tchau Cocô" de acordo com o lado escolhido pela garota.

Não tenho nada contra ensinar crianças que as funções fisiológicas não são nada demais. Achei até educativo. Divertido? Nem um pouco. Fazer uma ida ao banheiro uma brincadeira já é demais. O que acontece com este povo que inventa bonecas? Ninguém é capaz de ter uma idéia mais limpa? Se as idéias estão fracas, por que não um revival?

God, thank you so much, I was born in the 80's, use that awfull clothes, but, at least, I played with Bolinha de Sabão. Tutupla, tuplin!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Crítica televisiva




Tets e eu assistindo a Sid & Nancy:

- Este Gary Oldman é do caralho!
- Ele é um puta ator, no Drácula ele estava incrível.
- Juro por Deus, quando eu assisti a Harry Potter, não consegui reconhecê-lo.
- Mas um bom ator é assim mesmo, ele fica irreconhecível de um papel para outro, você tem que se esforçar pra lembrar de onde a gente conhece.
- Pois é, com o Gary Oldman no mundo e a gente ainda tem que ouvir que a Grazi Massafera é boa atriz.
- Ouvir isso de quem, do Cauã?!

Mulher de Fases

“São Paulo é uma mulher na TPM.“

“Quem te falou isso é porque não chegou na menopausa ainda. São Paulo é uma mulher na menopausa.“

Tempo Perdido

Diálogo:

- Estou com saudades.
- Eu também. Queria tanto falar com você.
- A última vez que falei com você, Obama ainda não era presidente e o Itaú era um banco, o Unibanco, outro.
- E o Kassab tinha chances remotas de ser reeleito...
- Nossa, faz tanto tempo assim?
- Não, mas o mundo mudou tanto né?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ponto de Partida

Eu nasci na Lapa. Mas, por conta de mil e uma coisas, me mudei com minha família para a distante terra de ninguém chamada Osasco. Eu tinha nove anos na época. E como Osasco é Osasco, eu nunca deixei de frequentar São Paulo. E toda vez que tinha um motivo para ir para São Paulo, seja médico, dentista, aeroporto, eu passava pela Lapa e me sentia bem. A Lapa era a única coisa que eu realmente conhecia bem naquele mundaréu que era São Paulo.

Não sei se eram as lembranças da infância ou se era pelo fato de não ser estranho, mas o bairro era um porto seguro para mim. Sabia que se estivesse em qualquer canto da cidade, era só voltar para Lapa que tudo daria certo.

Sai de Osasco e, com um Nike 35, eu corri mundo. Morei em Nova York, em Paris, em Genebra, mas sempre que via algum detalhe que parecia com a Lapa eu dava um jeito de me aproximar. Era um jeito de ficar perto do que a minha vida era quando começou.

Voltei para São Paulo e não fui morar na Lapa. Escolhi a Vila Madalena porque era perto do metrô e da PUC. Na verdade, Lapa era a infância, a Vila, adulthood. E hoje, mesmo morando há tempos na Vila, ainda me sinto mais segura na Lapa. Parece que nada vai me acontecer lá, tanto que eu ando de vidros abertos e não tenho medo de assalto, como se as pessoas ainda me conhecessem, como se eu ainda morasse lá.

Estou escrevendo tudo isso porque ouvi a história de um cara que namora há anos uma menina em sua cidade natal, mas mora numa capital e mete chifres adoidado na coitada. Me perguntaram: será que ele a ama? Eu acho que do mesmo jeito que eu não amo a Lapa, mas a tenho como porto seguro, este cara deve ter esta garota como o canto para ir quando não se tem mais o que fazer.

Certas pessoas precisam se um porto seguro, seja ele uma pessoa física ou jurídica. Mas precisar não significa amar. A definição que mais gosto de amar vem de um filme adolescente chamado The perfect guy em que o Chris North conta que um homem apaixonado é aquele que prefere ficar com a mulher amada sendo que ele poderia estar em qualquer lugar do mundo.

Eu poderia estar na Lapa, mas prefiro deixar o bairro no meu coração como um porto seguro, não como o bairro de cada dia. E acho o mesmo deste e de outros caras que mantém um relacionamento simplesmente para ter onde ir quando não se tem mais para onde ir. Amar é querer ir, não ir por falta de opção.

Aliás, amar é bem mais que isso. Amar é cuidar, respeitar e, se for o caso, abrir mão da pessoa amada para vê-la feliz. Nós não abrimos mão dos nossos portos-seguro, porque senão não seriam seguros, seriam qualquer porto. Porto seguro é aquele lugar ou aquela pessoa que no matter what, would be there. E amar é estar com a pessoa que se ama no matter what.

A Lapa fez parte de uma fase de uma vida, hoje não faz mais. Acho um erro insistir no que se passou. Acho estas relações porto seguro isso, a insistência em querer algo que já deu.

Claro deve até ter algum sentimento em uma relação porto-seguro/marinheiro. Mas, como já disse Renato Russo, eu acho que isso não é amor.

domingo, 9 de novembro de 2008

Por que o scarpin é O sapato



Se não fosse, ele seria escolhido para ilustrar o cartaz deste filme?

Nada mais a dizer, declaro o scarpin vermelho O sapato!

"Não sabemos quem inventou o salto alto, mas devemos ser sempre gratas a ele."
Marilyn Monroe

Por que o scarpin é O sapato

Seguindo a linha dos Delírios Fashions (ops, categoria a ser criada!), vou descrever a minha outra paixão do guarda-roupa feminino, o scarpin.(Abre parênteses: Iria dizer que não sou nenhuma Imelda Marcos mas me dei conta de que este exemplo está velho demais. Fecha parênteses.) Enfim, não sou nenhuma Carrie Bradshaw (ou pelo menos não como gostaria), mas eu tento e tenho váriosss pares nas minhas araras.

Quer dizer, acho melhor não. Vou colocar aqui o texto da Joanna de Assis sobre os nossos fetiches (competimos para ver quem tem mais pares), que é um dos meus favoritos dela:

Coisas de mulher...

É vermelho, cor de sangue. Textura suave, material de primeira linha. Quando vi, fui atraída instantaneamente. Não resisti ao rubro que cintiliava na vitrine.

Muitos olhares femininos se lançavam cobiçosos, mas eu tinha reparado primeiro em toda a sua exuberância italiana. Conseqüência da impulsividade, o levei para casa. Morram de inveja, mulheres. Ele é meu!

Não é sempre que me acompanha, afinal, ele foi feito para ocasiões especiais. Foge da regra, rompe o comum. E ainda por cima era meu, de desenho assinado por um dos mais respeitados estilistas. Há quem achasse que se tratava de uma extravagância. Mas seu charme está exatamente em seu ar estrambótico. Só é preciso cuidado para usá-lo.

O conforto que me proporciona é relativo. Devo confessar que me aperta, como se quisesse consumir aquele pedaço de carne. Mas sua beleza e majestade são insuperáveis. O que é a dor perto de algo como aquilo? Onze centímetros de puro prazer. Ai! É capaz de levar qualquer mulher às alturas.

Dá-lhe, Scarpin Vermelho...

Este texto foi escrito para uma aula do Wellington e eu encontrei uma cópia dentro do "Notícias do Planalto" dela há dois anos. Eu tô numa vibe de desenterrar tão forte que daqui a pouco vão me acusar de exumação de textos...

sábado, 8 de novembro de 2008

Por que o vestido é A peça

Tenho andado com mania de vestidos. Perdi as contas de quantos comprei nos últimos meses. O que sei é que minha paixão por eles começou tal e qual a minha coleção de blusinhas pretas, mas, até agora, não tem hora para acabar. Tenho vestidos menina, vestidos sexy, cocktail dress, vestido soltinho pra ficar em casa, vestido para bater, vestido descontraído, para casamento. Estou catalogando todas as prováveis situações que posso enfrentar na vida e adquirindo um vestido especial para cada.

Desencanei de calças, das bermudas (outras das minha paixões) e até mesmo das saias, que são as jogadoras reservas quando um vestido está unvailable. Minhas blusinhas estão praticamente aposentadas, todas elas coitadas, porque estou na vibe do dress e não tem jeito.

Não sei de onde surgiu esta minha paixão, mas, pelo menos, achei um motivo para justificá-la (eu e os meus motivos...). Estes dias estava na academia e, para promover uma festa, dois professores se vestiram de mulher (não entendi também). Eles ganharam alguns looks das alunas para a empreitada e todas as peças foram...vestidos. Nós, mulheres, usamos muita calça, praticamente todo dia. Calça já virou peça feminina, tanto que tem umas bem sexies. Mas, quando o assunto é feminilidade fashion, não tem por onde fugir: é ele e pronto.

Vendo os meninos usando vestido é que me dei conta: por mais que as calças sejam nossa, elas não exclusividade só nossa. Assim como as bermudas, as blusas, as camisas. Estas peças unissex nos deixam todos e todas no mesmo closet. Já os vestidos não, só nós podemos usar, tanto que, quando um cara quer se vestir de mulher, é a ele que ele recorre. E claro, dentro desta categoria estão também as saias e todas aquelas peças óbvias, como calcinha, sutiã, meia-calça e salto alto.

Os dois professores poderiam muito bem "look like a lady" com uma calça e uma frente-única. Mas não faria o mesmo sentido. Outra coisa que me lembrei foi de uma cena de Confissões de Adolescente quando a Deborah Secco (direto do túnel do tempo!) se apaixona por um colega de classe, e, para conquistá-lo, pede dinheiro para o pai para comprar um vestidinho (e ela era uma menina supermoleque, só de bermudão, camisetão e boné). Sem contar aquelas cenas de cinema em que a mulher entra abrindo alas (tipo a Laney Boog em Ela é Demais): não me lembro de uma saindo de calça ou bermuda.

Falando com a menina do G1 também apaixonada por vestidos, cheguei à conclusão final sobre o meu "estudo" da roupa: eu trabalho igual homem, pago contas igual homem, me debato por uma declaração da Dilma igual homem, enfim, eu sou praticamente um homem. Como diz a Marina, mulher tem que ser muito macha neste meio para sobreviver. Então, se eu acabo fazendo tudo como eles, que pelo menos uma coisa eu me reserve o direito e me dê o luxo de ser diferente, no meu jeito de vestir. E como só mesmo os eles meio duvidosos que se arriscam nesta peça, eu vou de vestido mesmo seja lá para onde for.

P.S.: Como boa menina-menino que sou, o que eu gosto mesmo em usar vestido é praticidade: é uma peça só, não tem que ficar combinando, é mais rápido de por, pronto e acabou.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Por que o rosa é A cor

Como o psicológo Andrew Elliot tem muito o que fazer, ele resolveu estudar em sua universidade o efeito (positivo) que uma mulher usando uma roupa vermelha exerce sobre os homens (hetero, creio eu). Sei que isso foi semana passada, mas me lembrei deste texto que está há mais de um ano na gaveta e que tem a ver com isso. Se não tem, pelo menos eu acho que tem. Se a minha gaveta não fosse digital, minha bombinha de asma estaria literalmente bombando por causa de tanta poeira, já que finalmente estou publicando meus textos antigos. E viva a tecnologia!

Porque o rosa é a cor

Minha amiga Joanna de Assis quase me matou quando eu levei um blazer e
um casaco da mesma cor. Rosa, é claro. "Você tem milhões de coisas
rosas em casa. Pare com isso. Varie", me alertou.

Eu nunca fui uma garota rosa. Gostava de preto, vermelho, azul, branco
no verão, quando estava superbronzeada. Gostava de quase tudo, menos
verde e roxo. Mas no ano passado comecei a comprar tudo rosa. Acho que
peguei a mania da minha prima, que tinha tudo rosa.

Sei que um dia fui numa loja de lingerie e achei uma bolsa de toalha.
Rosa, é claro. Comprei e comentei com a vendedora que estava na minha
fase rosa. "Deve ser porque
as coisas estão indo muito bem para você, a sua vida deve estar rosa",
teorizou. E era verdade, aquele momento era mesmo la vie en rose.

Mas nada disso explica porque o rosa é a cor. Nem sei se existe uma
razão, mas vou arriscar algumas. A primeira coisa que me veio à cabeça
foi a nossa origem. De quando a médica fala para nossas mães que "é
uma menina". Imediatamente nossa mamãe já começa a preparar o enxoval-
rosa. Todas as pessoas passam a dar presentes… rosas. São roupinhas,
mamadeirinhas, chupetas, tudo absolutamente rosa. Logo depois começa a
decoração do quarto, que é rosa. E na maternidade, ganhamos
pulseirinhas de identificação rosa. Desde cedo, rosa é a nossa cor
oficial, aquela que nos identifica como meninas que somos, nos
distingue dos meninos que estão ao lado.

Outra linda coincidência sobre o rosa é o seu nome. Por um acaso, é o
nome da flor que mais encanta as mulheres. Homem que sabe de mulher dá
buquê de rosas, pronto e acabou. E como já disse Vinícius de Moraes,
se a rosa não se chama-se rosa, seu perfume não seria tão marcante.
Rosa, a flor, é tão feminina e linda quanto rosa, a cor.

E pense ainda em todas as nossas heroínas modernas do cinema. Bridget
Jones, Elle Woods, Penelope Charmosa, Molly Ringwald, Hello Kitty…
todas usam rosa. E as bailarinas, figuras mais femininas de todos os
tempos? A primeira imagem que veio à sua cabeça certamente não são
dançarinas vestidas de azul. E fada de outra cor sem ser rosa, já viu?
Ah, e as princesas da Disney? Apesar da Cinderela vestir azul, a
Branca de Neve com aquela saia vermelha, a Bela e a Aurora usarem
aquele lindo vestido amarelo, todas tem nos pequenos detalhes a cor
rosa.

Sei que o rosa é tão poderoso que tem vários tons e diferentes tipo
estilos.Tanto que até a Rita Lee, roqueira máxima de todos os tempos,
já escreveu uma canção sobre a cor. "Por isso não provoque, é cor de
rosa choque…"

E como disse a moça da loja, sim, a minha vida estava cor de rosa. Se
dizemos que a situação "está preta" para tristeza, angústia e
sofrimento, para a felicidade, alegria, às mil maravilhas dizemos que
está rosa.
A verdade é que o rosa guarda e preserva nossa doçura, nossa
delicadeza, nossa feminilidade. Podemos ser sérias no preto ou fatais
no vermelho, mas é no rosa que realmente somos meninas, mulheres.

Não sei se é por uma destas ou qualquer outra razão que uso tanto
rosa. Posso dizer que me encontro no rosa, no jeito que me comporto
estando de rosa. Lembro que passei a investir ainda mais em peças e
acessórios rosa depois que comecei a trabalhar com um monte de homens.
Tal e qual na maternidade, precisava me destacar deles pelo único
fator que me diferenciava deles: meu sexo.

Na vida, buscamos uma explicação para tudo. Mesmo quando não existe ou
seria melhor não existir. Certamente, todas estas minhas hipóteses
sobre o rosa são totalmente inúteis. Afinal, cada uma de nós tem (ou
não) sua própria razão para rosa ser a cor.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Para o fogo, a água



Para o fogo, a água. Ou toda panela tem sua tampa. Não interessa o ditado, a essência quer dizer o seguinte: mesmo homem hetero estar na mesma categoria que os duendes, sim, é possível encontrar alguém. Eu conheço um monte de gente nesta vida e me recordo apenas de três mulheres e dois homens que não se casaram e não tiveram filhos. Uma fugiu do amor porque tinha medo de casar e ter filhos deficientes. As outras duas eu não sei. Um dos homens era judeu e não queria dividir o seu dinheiro com ninguém. Isso é sério.

Não, eu não acredito que o casamento seja o happly ever after ou seja a solução dos problemas. Mas tem muita mulher surtando porque não achou o pretendente pro altar. Para estas pessoas, sempre conto a história do Maníaco do Parque.

O Maníaco do Parque, para quem não se lembra, foi um serial killer que ficou famoso em 1998 por estuprar e matar nove mulheres. Uma se fingiu de morta (literalmente) e, graças a isso, escapou vida do monstro. Francisco de Assis Pereira, além de ser um maluco de pedra, é feio, pobre, sem cultura nenhuma, enfim, ele não tem nenhum pré-requisito destes do novo Inmetro social para fazer alguma mulher feliz.

Depois que ele foi condenado a mais de 121 anos de prisão, ele começou a cumprir pena em Taubaté. Meses depois, ele começou a receber cartas. Várias cartas. Todas de mulheres que se diziam apaixonadas e dispostas a casar com ele. Guilherme de Souza Nucci (aka professor gato de penal) contou em sala de aula que o teor das missivas que era o mais impressionante: "Isso mesmo, fez bem em matar todas aquelas vagabundas, amo você" e "Elas mereceram o que tiveram, quer sair comigo?" eram alguns dos dizeres das cartas.

Dentre as não sei quantas pretendentes, o Maníaco escolheu uma e se casou com ela dentro da prisão. A lua de mel foi lá dentro. Ainda conforme o gostoso, ops, professor Nucci, a tal esposa queria ter filhos: eles estavam dispostos a reproduzir, em cativeiros, os maníacos do parquinho.

Resumo do rap? SE ATÉ O MANIACO DO PARQUE CASOU, NOS TAMBEM CONSEGUIMOS! Constance Zahn, nos aguarde.

P.S.: Tirei esta foto do Bem-Casadas para mostrar que toda panela tem mesmo a sua tampa e porque não quero ter o desprazer de ter em meu estimado blog uma foto deste psicopata.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Bêbado

"Ele não é um porre, porque porre até que é bom. Ele é uma ressaca mesmo."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Velha Verdadeira, a Velha Falsa e eu

Quando estava escrevendo sobre Velhice, me lembrei deste texto que estava na gaveta e foi um dos meus best sellers, embora eu não tenha vendido nada, mas foi um dos mais comentados pelo povo que lê o que eu escrevo ( aka família).

Na Sé

Para os que são de São Paulo, nem preciso explicar o que seja a Sé. Mas para os que não são-e são muitos os que lêem as minhas histórias- ai vai: a Sé é uma praça no centro de São Paulo, onde tem uma catedral linda que leva o mesmo nome e para muitos é considerado o coração de São Paulo. Pronto, falei.

Mas não é só isso: é na Sé que tem a Estação de Metrô da Sé(não diga?!). Na Estação da Sé, especificamente, encontram se as linhas vermelhas e azuis do metrô. Em resumo: ali é lotado de gente.

Então, imaginem, o que significa pegar um trem na Sé às 19h de uma sexta feira. É uma tarefa tão ingrata que numa determinada sexta feira, eu tive que esperar dois trens lotados saírem para poder entrar em um. E foi nesta determinada sexta feira que por um golpe de sorte(tão igual a ganhar na loteria), eu achei um lugar para sentar. E sentei.

O tal assento era cinza, destinado para pessoas idosas, gestantes, deficientes físicos ou mulheres com crianças de colo. Mas, como explica o anúncio, o lugar é livre na ausência de pessoas nestas condições. E como não havia ninguém por perto com estes requisitos, lá fui eu e sentei.
Antes da porta se fechar, uma senhora(vou usar este tratamento para não parecer mal educada) se dirige a mim:

- Saia daí.

- A senhora disse alguma coisa?, eu não tinha entendido o que ela disse.

- Sim, eu disse para você sair daí agora.

- A senhora quer que eu segure a sua bolsa?, perguntei sem entender o que acontecia.

- Não, que quero que você se levante porque este lugar é meu, respondeu em alto e bom som.

- Como assim seu?

- Meu, este lugar é reservado para idosos.

- Como é que é?, respondi ainda sem entender.

- Levanta logo que este lugar é meu, disse a senhora.

- O seu nome está escrito aqui?, perguntei com ar de criança petulante da quarta série.

- Não, mas eu sou idosa.

- E desde quando a senhora é idosa?, perguntei com o mesmo ar de criança petulante.
Como numa peça de teatro, as pessoas do trem olhavam para ver qual seria o próximo ato. O trem das 7 da noite. Na Sé.

- Mas não levanto mesmo, disse com o nariz empinado.

Neste momento entra uma verdadeira senhora. Não sou boa para ver a idade das pessoas, mas a primeira senhora, que passarei a chamar aqui de Falsa Velha, em nada parecia velha. A outra senhora chamarei de Velha Verdadeira.

A Velha Verdadeira era destas senhoras de cabelos grisalhos presos num coque e muitas rugas; tinha poucos dentes na boca e se vestia com saia comprida e blusa comprida. E portava um saco enorme. Ela, felizmente, entrou e ficou à minha frente.
- Para a senhora eu levanto, para esta ai, de jeito nenhum, disse já me levantando.
As pessoas do trem(trem das 7 da noite na Sé) se entreolharam. Aquele trem estava repleto de homens, a maioria deles com aparência de trabalhadores cansados após uma semana de labuta. E o engraçado que mesmo sendo homens os homens nunca deixam de ser moleques e se comportam como moleques numa sala de aula, vaiando, fazendo “Uhu” ou rindo e emendando piadinhas. Os homens que estavam no trem das 7h da noite e que já não estava mais na Sé começaram a zoar, como dizem os paulistas, da Falsa Velha após o meu ato.
A Falsa Velha, não se dando por satisfeita por ter perdido lugar para a Velha Verdadeira, começa a revirar a bolsa:

- Vou mostrar para vocês que sou idosa, diz enquanto procura algum documento que comprove sua idade. E acha e me mostra:

- Nem adianta me mostrar porque eu não quero ver, digo enquanto como aquelas pipocas doces que vem no saco cor de rosa.

Descontente com a minha atitude, ela mostra para a Verdadeira Senhora que responde:
- Não fica mostrando que ninguém aqui é carteiro, fala assim bem seca.

Os homens, que como disse, não deixam de ser moleques começam a rir alto e dizer coisas como “Tome” e “Podia dormir sem esta”.

Eu, que já perdi o meu tom de menina abusada de primário, começo a explicar que ela, a Falsa Velha, não pode sair por ai falando assim com as pessoas. E se eu estivesse grávida? Ou não tivesse uma perna? Ou uma doença terminal? Em dois segundos ela não tinha como ter visto algo do gênero e logo o lugar também seria meu por direito adquirido.

- Mas você não está grávida e nem doente, retrucou a Falsa Velha.

- Mas ela trabalhou um dia inteiro e está cansada tanto quanto você, respondeu a Velha Verdadeira, interferindo em minha defesa. E com esta barriga, continuou, acho que ela está prenha sim.

- Não, é só gordura mesmo, disse enquanto comia as pipocas. E como comia sem parar, ela não duvidou.
Os homens/moleques se deliciavam com a cena e riam, riam, riam.

Foi quando vagou um lugar, que não era para idosos, e a Falsa Velha correu para sentar. Estava obstinada em sentar, a Falsa Velha. Mas, durante a corrida, ela bateu a bolsa com tudo no rosto de uma moça que estava sentada.
Acho que a Velha Verdadeira deveria ser advogada, não é possível: mal a Falsa Velha sentou e ela começou a discursar como um rábula de outros tempos:
- Você não pode sair por ai, batendo a bolsa as cara das pessoas. Coitada da moça, que trabalhou o dia inteiro e ainda leva uma bolsada na cara esta hora da noite?, falava em alto e bom som. Os homens/moleques riam e pararam quando ela continuou seu discurso:

- Agora você, nova, toda pintada deste jeito- nem eu tinha reparado na maquiagem da Falsa Velha- vem com esta pose de senhora, mas de senhora não tem nada. Nem eu que tenho câncer e faço quimioterapia fico resmungando deste jeito. Se a senhora tem problemas, fique em casa, não saia descontando nos outros. Sua sorte é que hoje estou de bom humor, mas, se não tivesse, você se mudaria imediatamente desta cidade, ameaçou a Velha Verdadeira. Não sei se ela sabia que São Paulo tem 18 milhões de habitantes e elas nunca mais se cruzariam ou se a Velha Verdadeira era tão poderosa que seria capaz de esmagalhar a Falsa Velha deste jeito.
Os homens/moleques começam a fazer baderna: riem, dizem que a Velha Verdadeira está certa, zoam a Falsa Velha. Uma moça diz em alto e bom som que “Boa Educação não tem idade” e um dos homens/moleques(acho que na escola ele deveria ser o inferno das professoras) me cumprimenta e diz que gostou do que eu disse, que eu sai da cena “com classe”. Neste ponto da viagem, todos são atores, todos falam, todos palpitam, menos a Falsa Velha, naturalmente.

E no palco daquele trem, que já não estava mais na Sé, eu me retiro de cena: é a minha estação, o Tatuapé e eu preciso descer. Vou embora, não sem antes ganhar a benção da Velha Verdadeira, que me deseja boa sorte na vida e fala um singelo “Vá com Deus, minha filha”. Vou, minha senhora, vou...

Velhice

Ontem, estava quase atrasada para o trabalho. Quase atrasada é assim, quando você está no horário, mas qualquer coisa que aconteça pode vir a lhe atrasar. Pois bem, descia eu quase correndo a rua do cemitério da Lapa quando todos os carros pararam. Sai da faixa da direita, que estava parada. Fui para do meio, parada. Entrei na da esquerda e entendi o motivo porque todas elas estavam paradas: três velhinhas tentavam atravessar a rua e os carros, simpáticos, pararam para elas.

A minha vizinha tem 74 anos (eu acho) e sempre aborda a mim e/ou a minha roomie com assuntos, vamos assim dizer, impertinentes. Ela já chegou ao cúmulo de reclamar que usávamos a máquina de secar, que foi rapidamente rebatida por um: "mas é a senhora que paga a conta?"

Eu morei uma boa parte da minha vida com a minha vó. E, quando vi as três velhinhas, vejo a minha vizinha falando impropérios ou lembro da minha vó eu me pergunto: quando eram jovens, elas eram assim? Eu tento imaginar a minha vizinha 50 anos mais nova falando para a outra que a máquina de secar ficou ligada e não consigo visualizar a cena porque nenhum dos meus vizinhos jovens, por mais intrometido que fosse, teria a cara de pau de me falar isso. Será que ela fala por que sabe que é velha e, sendo velha, acha que tem o direito não de falar, mas de se meter na vida e encher o saco dos outros?

E as velhinhas que atravessavam a rua? Será que se fosse 40 anos mais cedo elas iriam tentar parar o trânsito ou se dirigir até a faixa mais próxima, que ficava a meio metro, e esperar o sinal fechar? Bem, se elas fossem uma Martha Rocha da vida ou qualquer musa da época, até que vai a cara de pau.

Eu entendo que muita gente acha que só porque passou de uma certa idade tem direito a ficar abusando os outros. Acha que porque já passou da fase, pode assumir o papel de velho chato e ficar pertubando os alheios. Não acredito que a minha viinha, por exemplo, enchia o saco dos outros quando era nova. Ela poderia ser fofoqueira, talvez, porque este é um defeito que se manifesta cedo nas pessoas, mas o bom senso, a auto-crítica, isso ela deveria ter e por isso tentava se controlar. Ai porque chegaram os cabelos brancos, ela resolveu radicalizar e ficar buzinando nos ouvidos das novas vizinhas?

Eu tenho medo de envelhecer. Não pelas rugas e tals, mas por ficar dependente dos outros ou acabar sendo um estorvo para a sociedade. Ou ter Alzehimer e esqueci tudo o que eu vivi. Seria uma baita ironia para quem tem uma memória como a minha. Mas do que eu tenho mais medo é de me tornar uma velha chata e sem pudores, como a minha vizinha ou as velhinhas de hoje, que só porque acha que é velha pode falar o que quiser ou parar o trânsito, mesmo quando não se tem mais aquelas pernas.

Frequência

"Você não tem mais ido ao meu blog, não é Ivy?"

"Pois é, não."

"E nem ao seu né? Porque eu vou e está sempre desatualizado."

I am so sorry guys...

sábado, 1 de novembro de 2008

O tempo passa, o tempo voa




Não me lembro como nem por quê, mas sei que passei batido por Grey's Anatomy. Quando voltei ao Brasil, estava na casa da minha prima, quando vi o comercial e o Patrick Dempsey nele. O reconheci de cara e, sem pensar, soltei o seguinte comentário:

- Como ele envelheceu!

E ela:

- Pois é né ivy, as pessoas envelhecem.

E eu:

- E como o tempo fez bem a ele!

Como diz a Fabi, ele já foi um cara que precisava alugar namorada. Hoje ele é O cara. Olhando estas fotos eu pergunto: Dempsey antes ou depois? Eu fico com ele agora!!!!

Eu fico me perguntando se ele tem noção de quão gostoso ele é. Mais: será que ele deve pensar: hahaha, bem feito a todas vocês que me esnobaram quando eu era jovem, olha que gostosão eu fiquei? Isso inclui a Amanda Peterson, a que fazia a namorada de aluguel e hoje nem foto no Imdb tem...

ó Portugal...



"Os ingleses são muito gostosos. Acho que são os mais bonitos da Europa."

"Não, os portugueses que são mais gostosos. Eles são tudodebom.com.br"

"Melhor: tudodebom.pt."

"Toda vez que eu vou para Portugal eu penso: por que eles não me colonizam?"

"Tô à disposição para fornecer a minha capitania."

"A gente poderia fazer uma campanha pedindo a volta deles ao Brasil, né?"

"E aí ao invés de ter o dia do Fico, a gente faz o dia do Figo!"