quarta-feira, 27 de maio de 2009

Desculpa esfarrapada




Cena 1. Redação/Baia da Ivy/Int/Dia.

Ivy acaba de chegar da pauta e redigir a matéria sobre os dez anos de genérico. Enquanto aguarda a publicação, liga para o AMIGO.

Cena 2. Casa do AMIGO/Cozinha/Int/Dia.
AMIGO atende o telefone celular.

IVY
Alô? Tá podendo falar?

AMIGO
Oi Ivy, to sim.

Ivy e o Amigo começam a falar da vida. Jogam conversa fora. Falam das pautas do dia.

IVY
Ah, e você nem sabe: acabei de vir da pauta dos genéricos. Sabia que o viagra vai ser genérico?
AMIGO
Hahahaha. Viagra genérico, já pensou? Quanto vai custar?

IVY
Não sei, a lei determina que o preço deve ser 35% mais barato que o de marca. Quanto custa o viagra?

AMIGO (com tom bravo engraçado)
IVY, EU NÃO SEI QUANTO CUSTA O VIAGRA!

IVY (dando risada)
Nossa, mas que bela forma de sair pela tangente heim? Dizer que não sabe o preço...

AMIGO (dando gargalhadas)
Eu não sei quanto custa o viagra porque eu nunca precisei comprar o viagra. Ainda bem que eu não preciso né?

IVY (dando mais risada ainda)
Não sei né bem? Graças a Deus eu nunca te testei.

Câmera afasta e mostra IVY no maior papo furado e AMIGO cozinhando.
Fade out.

Comer, comer!

Meninas, preparem-se para serem cantadas por sexyagenários a partir do ano que vem: a Pró Genéricos, associação que agrega empresas fabricantes de remédios genéricos, anunciou na segunda-feira que a partir de 2010 vão começar a produzir o genérico do viagra (no duro, literalmente).

Como a lei estipula que os genéricos custem 35% a menos que o preço do genérico convencional, a pílula azul da felicidade sexual estará acessível à maioria da população brocha. Isso significa que a cartela com quatro comprimidos de 25 gramas cor dos Smurfs que hoje custa R$ 116,25 custará R$ 41,60. A cartela com quatro comprimidos de 50 sai hoje por R$ 127,80 e chegará ao consumidor final com problemas de ereção por apenas R$ 45,45. E, por último, a cartela com duas pílulas de 50 gramas que hoje custam R$ 63,91 custarão R$ 23,05. Os preços são da Drogaria São Paulo e as contas são minhas (mas não custa lembrar que eu não sou boa em matemática).

Ontem almocei um PF na Brigadeiro que, junto com o suco de laranja e o doce, custou R$ 20. Com mais R$ 3,05, dava para comprar dois viagras. Aí fiquei me perguntando o que vai ter de velhinho que vai deixar de comer para... comer outra coisa depois não está no gibi. E resolvi avisar as mocinhas para ficarem espertas: it is going to rain men. Old men, I´d rather to say.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Atchin, parte II

Na pauta:

- Nossa menina, você está mesmo gripada.
- Estou.
- você esteve recentemente no México?
- Não, nem nas imediações do Palestra Itália.
- Você é corintiana?
- Não senhor.
- Você é são paulina?
- Sou.
- Para mulher tudo bem ser são paulina. se fosse homem, te acharia suspeito e não te receberia.
- Atchim!

Bring Birkin home


Se tem algum jornalista lendo este blog, deve estar achando que eu trabalho no diário do passado já que só tenho comentado notícias velhas, ou seja, de semana passada. Já aviso que neste blog quem manda sou eu e que eu escrevo sobre eu quiser e quando eu quiser, portanto esta história de ter gancho, nomenclatura que os jornalistas usam para justificar uma matéria, não funciona aqui.


Como já foi noticiado em tudo quanto é lugar, a poupança mudou. Não vou ficar discutindo aqui as mudanças e vantagens e desvantagens, para isso existem os economistas. Para falar a verdade, desde que o Collor confiscou a minha nos idos de 1990, eu sempre achei que a única poupança no Brasil capaz de dar rendimentos era a bunda da Gretchen (para os leitores mais jovens: a Mulher Melancia da época). Por isso penso em investir na bolsa. Calma gente, nada de procurar a BMF! Vou apresentar mais uma teoria de Ivy Farias com um pequeno detalhe: ela não é minha! Ladies and gentlemen, I give you Lygia Matias' theory, a.k.a. my best friend.


Lygia, a moça mais fashionista de New York City que eu conheço, leu na Elle (ou na Vogue, na In Style ou sei lá onde) no ano passado que uma bolsa de marca (leia se Gucci, Prada, etc) valoriza cerca de 150% ao longo dos anos. "Ivy, você não sempre quis ter uma vovó fashionista que tivesse te deixado de herança uma Birkin Bag? Então, vamos começar a investir em Louis Vuittons para nossas netas", argumentou Lygia. Além de incrementarmos o nosso guarda-roupa agora, em 20 anos nossa bolsa estará valendo praticamente o triplo do que quando foi adquirida (alguém aí já viu o preço de uma Chanel vintage?). Se precisarmos de dinheiro (ou quem sabe nossas netas), basta procurar um brechó de confiança e pronto, você recebe seu dinheiro de volta com juros superiores a 6% ao ano e com a devida correção monetária.


Achei esta teoria simplesmente brilhante. Investir na bolsa- nas clássicas, no caso- tem várias vantagens: levanta a sua auto-estima, é capaz de curar dor de cotovelo (Fergie, I love you for singing "don't cry, buy a bag and get it over"!), combina com qualquer roupa, não é preciso ler jornais para se informar sobre o mercado financeiro e nem ficar se descabelando com o sobe e desce de ações. Sem contar, claro, que as bolsas são como diamentes: duram para sempre e não podem ser confiscadas por nenhum governo.


Portanto garotas, esqueçam a poupança, o CDI e qualquer outra modalidade de investimento que o seu gerente lhe oferecer. Invista na bolsa. Hermès, de preferência.


Becky, Carrie, Elle: don't you guys agree with me?

domingo, 17 de maio de 2009

3 picaretas com um anel de doutor

Agora com a reforma ortográfica, a língua portuguesa será uma das mais faladas do mundo (Wait for us, UN Security Council!), fiquei me perguntando que tal e qual eu leio via web o New York Times (como diria Ibrahim Sued, sorry periferia), tem muita gente de Angola, Moçambique, Guiné Bissau e de tantos outros países hermanos em la lngue lendo o Globo.com

E aí eu fiquei me perguntando o que eles, que entendem a língua mas não o país, pensariam das seguintes manchetes:

STF abre ação penal contra o deputado do castelo

Eu, brasileira nata, sei porque ele é o deputado do castelo. Mas o que será que o internauta de Portugal, por exemplo, entenderia isso? Que o deputado é um príncipe encantado? E o que um príncipe teria feito de tão errado para ser réu em uma ação penal? Não ter beijado a princesa?

STF nega pedido do deputado que 'se lixa' para voltar à função de relator

Eu, brasileira nata e de Osasco ainda por cima, tô bem por dentro de porque não só ele, como os quase outros 500 colegas dele estão se lixando pro resto do país. Mas e o pobre do leitor do Timor Leste, que está reaprendendo nossa língua a cada dia vai achar? Que o deputado não precisa ir ao salão de beleza porque ele mesmo sabe lixar suas unhas? Ou talvez ele seja assistente de um pintor e lixa as paredes? E tal e qual andar de gatas para os portugueses é a mesma coisa que engatinhar talvez um desavisado de São Tomé e Príncipe ache que lixa deve ser o feminino de lixo e que o deputado recolhe o lixo de sua casa?

Deputado com carteira suspensa bate e mata 2

Eu, brasileira nata e jornalista, só realmente quis me dar conta do fato hoje à noite assistindo à entrevista que a mãe do deputado concedeu ao Fantástico. E depois desta me perguntei: o que os cerca de 240 milhões de falantes da língua portuguesa que moram em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste lessem estas três manchetes que ficaram na home do portal durante toda a semana achariam deste país chamado Brasil?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

The Song Remains The Same



Quando eu trabalhava na Rolling Stone, fiz uma matéria cujo título provisório era Rock de Batom (não lembro que título teve no final) cuja história se resumia no seguinte: depois do sucesso da Pitty, as gravadoras estavam procurando meninas gostosas, que de preferência soubessem cantar para vender mais discos. Foi a partir daí que inventaram bandas como a Lipstick, cujas integrantes eram quatro loiras.

Na época eu perguntei pro Rafael Ramos, aquele moleque do Baba Cósmica que virou executivo de gravadora, por que as mulheres eram minoria no rock, seja no palco ou fora dele. Ele sugeriu que eu fizesse uma tese de mestrado a respeito, já que o tema era interessante e que ele não sabia responder. A única coisa aproveitável que ele disse foi que o sucesso da Pitty inspirava meninas em todo o Brasil: se antes elas só podiam ouvir rock, agora elas poderiam fazer rock, já que a Pitty fazia.

Como a minha vida sempre foi o rock and roll, eu nunca entendi porque a maioria das minhas amigas gostavam de pop e afins. Enquanto eu ouvia Iron Maiden, minhas colegas de escola ouviam Shakira, Spice Girls e Backstreet Boys (nossa, os anos 90 foram mesmo a pior década ever). E eu não conseguia entender que graça as meninas viam naqueles meninos brancos, que dançavam em coreografias horrorosas e sem nenhum sex appeal, enquanto esta última é totalmente inerente aos rock stars.

Aqueles meninos brancos rebolando eram (são?) a coisa mais brochante que uma mulher pode achar. Enquanto isso, no meu planeta, os mocinhos com guitarras, baterias e baixos literalmente rocked my world. Não existia (existe?) nada mais sexy que um rockstar, pelo menos para mim. Enquanto as meninas babavam no Rick Martin (cada uma, né?) eu pensava como deveria ser maravilhoso transar com o Jimmy Page (quando ele era novo, claro).

Lembro de uma banda cover do Led Zeppelin que era formada só por meninas. A vocalista argumentou que aquele era a realização do sonho de todo homem. Segundo ela, todos os fãs que amavam o Led queriam transar ou com o John, ou com Jimmy, ou com o Robert ou com o John Paul, ou com todos juntos, mas era impossível porque eles eram heteros. E com elas cantando Kashimir, os fãs poderiam realizar seu sonho antigo, certo?

O fato é que em toda a música que existe no mundo, os rockstar literalmente rock. Se alguém aí disser que Victor e Leo são modelos de masculinidade, por favor, vá embora e não volte a este blog nunca mais. Aqueles Rodriginhos, Serginhos, Carlinhos, enfim, todos inhos que entoam hinos de corno (vulgo músicas de pagode) como o próprio nome sugerem são meros inhos. Cantores de ópera tamanho Pavarotti também estão longe de ganhar qualquer concurso de sedução. Em suma, rock stars rock, tanto que suas fãs ganharam um novo nome, groupies.

Isto tudo só para dizer que se arrependimento matasse eu já estaria morta e enterrada há sete palmos da terra desde que, graças ao meu primo, me dei conta de que perdi a excelente oportunidade de dar para um legítimo rockstar. Pior: além de não ter dado para um legítimo rockstar, eu dei para outro idiota. God, how stupid I am.

Nilton, even if you made me feel the stupid girl in this world, I still love you so much!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Assaltaram a gramática

Quando comecei a escrever este blog, decidi que ele se chamaria Delírios Insanos de Ivy Farias porque seria o espaço para eu escrever tudo o que me desse na telha. Se eu quisesse falar de lojinhas mil, colocar receita de bolo e escrever todas as besteiras que se passam na minha cabeça, tava valendo. Hoje decidi postar um classificado:

Procura-se a professora Terezinha, que costumava ensinar na Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Di Cavalcante e deu aula para a primeira série A no ano de 1988.

Eu sempre fui do contra. Na infância, a atitude era interpretada como rebeldia. Ou arrogância, às vezes com alguma razão. Por isso, a professora Terezinha me classificou como insuportável na primeira reunião de pais e mestres quando se encontrou com a minha mãe. O que ela não esperava que a minha mãe era igualmente do contra e deu carta branca para ela me endireitar, nem que para isso fosse necessário dar uns petelecos (não era mais época do joelho no milho, mas ainda não tínhamos chegado na era do politicamente correto). Com 21 anos de magistério, a professora Terezinha entendia mais de criança que a minha mãe, que era mãe apenas há sete anos.

A professora Terezinha era alta, muito alta, pelo menos era assim que me parecia quando eu tinha sete anos. E era muito brava. Ela realmente me deu uns petelecos, mas, no fim, eu aprendi a gostar dela, tanto que obriguei a minha mãe a dar um blazer de presente para ela no dia 15 de outubro (e depois trocar, porque ficou pequeno nela).

A professora Terezinha foi responsável não apenas pela melhora do meu comportamento e das minhas notas: ela me ensinou a gostar de aprender. E foi assim que eu comecei a gostar de estudar. Foi ela também que me alfabetizou e me apresentou ao maravilhoso mundo dos hiatos, ditongos, tritongos. Me ensinou a separar as sílabas e que as palavras eram classificadas em paroxítonas, oxítonas e proparoxítonas. Tal e qual a Emília, cai de amores pela língua portuguesa. O que eu nunca imaginei é que um dia, aquele ensinamento todo se tornaria importante para que eu ganhasse o meu pão. E muito menos que um dia, assembléia, idéia não seriam mais acentuadas. E que o trema iria cair mais que manga madura. E tantas coisas mais iriam mudar depois da tal Reforma Ortográfica, que mais parece uma reconstrução do que reforma.

A partir de amanhã, eu terei que escrever de acordo com esta nova reforma. Que, é bom dizer, não entra muito bem na minha cabeça. Como é que eu vou escrever não pára sem acento? E microorganismos? Na minha casa, eu faço reforma para ficar mais bonita. Esta aí só serviu para deixar a minha língua portuguesa feia. Horrorosa, eu ouso dizer.

Mas como manda quem pode e quem tem juízo obedece, eu preciso obedecer estas novas regras. Fico desesperada só em pensar no hífen que foi abolido em um monte de palavras. A professora Terezinha me ensinou a ler e a escrever. Ela me ensinou uma vez, vai conseguir ensinar de novo.

Tia Terezinha, se a senhora estiver lendo este blog, por favor, me procure. Não tenho nenhuma foto sua, mas se te ajudar a lembrar saiba que esta, um dia, fui eu:


domingo, 3 de maio de 2009

Salve o Corinthians?



Meus amigos corintianos andaram reclamando que eu só faço piadas ou reproduzo piadas falando mal do Corinthians. Ou do Ronaldo. A verdade é que nunca vi nenhuma piada benéfica ao time, pra ser sincera, nem sei se existe. Dizem que é porque não torço pro Timão. Como se eu, são paulina, não tivesse feito nenhuma piada sobre o Rycharlyson. Mas enfim, atendendo a pedidos, vou tentar fazer uma piada favorecendo os corinthianos. Agora se tem graça, isso eu não garanto.

Restaurante Parque São Jorge
Chef: Ronaldo, o Fenômeno
(Na entrada da cozinha há um cartaz criado em homenagem ao chef: Não confie em cozinheiro magro)

Menu Paulista

Entrada: Peixe frito à moda santista

Prato Principal: Leitão assado com salada verde e lascas de palmito de palmeira indigena. Acompanha arroz à portuguesa.

Prato Principal, opção 2: Rôti de Cerf avec riz (Veado assado com arroz)

Sobremesa: Pudim de Arroz


Aos leitores deste blog, não devolvemos o dinheiro caso a piada não seja engraçada. Para piadas engraçadas sobre todos os times, favor consultar o Turma da Mamadeira.