sexta-feira, 8 de março de 2013

Uma rosa com amor

Por mais distante que possa parecer das palavras, há um dia em que faço questão de escrever: o 8 de março (os demais é quando bate a vontade, quando precisa). Mas 8 de março não, é o dia de escrever. Não apenas reproduziz clichês sobre o ser mulher e abordar os problemas da desigualdade de gênero- isso também. Porque ser mulher é bom demais. Me lembrei que era dia 8 quando ganhei uma rosa na sala da OAB do Fórum da Freguesia. A rosa, para mim, não sou como um clichê. Me fez lembrar da minha amiga Rosa, revolucionária desde o ventre. Me fez pensar na Rosa de Luxembourg. Me fez pensar nos nossos espinhos e no nosso perfume, na maciez de nossas pétalas, na nossa vida. E pensar em rosa me faz lembrar da revolução. Não à toa, é um substantivo feminino (não tinha como ser masculino!). E me lembrei das revoluções da humanidade, sempre com carinho da Francesa pois a Bastille foi meu lar em Paris. Pensar em revolução sem pensar em mulher não é possível, não pelos quadros e as canções, mas é porque somos revolucionárias na essência. Toda revolução teve mulheres e não há mulheres sem revolução. Todos os dias quando decidimos levantar da cama e criar nosso filhos estamos revolucionando. Quando estamos educando um homem no nosso peito e quando estamos gerando absurdamente novas vidas é uma das maiores revoluções por segundo. Revolucionamos no ser mulher, no ser mão, no ser profissional. Mas, acima de tudo, estamos sempre revolucionando. Pense em qualquer grande evento e estaremos lá. Infelizmente, a história não escreveu nossos nomes com dignidade que merecemos em seus livros, mas estamos desde o livro Velho Testamento até a criação da Palestina. Nossa revolução pode ser silenciosa ou barulhenta, mas sempre é revolução. Seja na moda, quando ditamos a elegância, seja quando entramos na frente dos policiais para não atirarem em nossos filhos. Nós não somos as filhas da revolução e nem burguesas sem religião, somos a mãe da revolução, a revolução em nós mesmas. Cada trabalho, cada eleição, cada opinião de uma mulher conta- e muito. Em tudo somos revolucionárias. E hoje é o dia de ver isso- e se orgulhar também. Porque revolução que se preze traz sempre inova e se renova em si. E sim, somos assim. Revolucion¿arias, com ou sem armas, com palavras ou no silêncio, estamos sempre dispostas a amar e lutar não apenas por nós, mas por eles. Sim, porque nos amamos: e os amamos também. Não critico o comércio pois ser lembrada e mimada é muito bom e nós também somos filhas de Deus. Somos obra Dele, com nossos espinhos e nosso brilho, nosso cheiro e desejos, a beleza de uma rosa em seus infinitos tons de cores, mas sempre prontos a dar beleza é vida. Dia 8 de março de 2013, às 23h. Revolução e rosas, nós, mulheres. Este post é dedicado à minha doce, corajosa, brava e revolucionária amiga Rosa Cantal.