quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O dia em que me tornei Ivy Cristina

Quem me conhece, sabe que eu conheço muita gente e tenho muita história para contar. Quem me conhece melhor ainda, sabe que EU tenho um monte de histórias para contar. São coisas que vi, vivi e ouvi dizer. Eu gosto de histórias. História do Brasil, do mundo, mas das pessoas. Gosto mais do que de estórias. Acho que esta é a minha verdadeira coleção, de histórias reais, de pessoas reais, que vira e mexe eu ponho uma vírgula aqui e outra acolá para dar um quê a mais.

Estes dias estava pensando que a primeira história que tive não pude presenciar. Mas por ironia era sobre mim. Felizmente, meu pai estava lá. Meu pai é outro bom contador de histórias, que gosta de colecionar os causos do povo que viu, do povo que vê. E ele me contou, que lá pros idos de 1981, mais precisamente no dia 20 de junho, nasceu uma menina.

Minha mãe conta que achou o melhor nome para esta menina na Capricho, anos antes, numa fotonovela. Desde que ela viu Ivy nas páginas da revista, decidiu que assim que eu nascesse, este seria meu nome. Quando ela engravidou, mamãe tinha uma banca de jogo de bicho no bairro da Lapa. Acho que o jogo de bicho está um tanto quanto demode e convém explicar que é um tipo de loteria em que as pessoas apostam num número que corresponde a um bicho. 11 é burro, 9 é vaca e 24… bem, todos sabem o que é 24.

Na banca, ela tinha várias clientes assíduas. Uma delas, acho que era a Adelaide, disse que Ivy era um nome bonito, mas sem impacto. E que como aquela criança que ali estava um dia seria famosa, precisava de um nome famoso. E escolheu Cristina, assim sem mais nem menos, só porque combinava com o Ivy.

Quando minha mãe viu minha carinha pela primeira vez, achou que Adelaide estava certa: eu tinha cara mesmo de Ivy Cristina! Por isso, ela e papai foram ao cartório da Lapa para, vamos assim dizer, formalizar meu nome.

Chegaram lá. Até hoje não entendi porque os atendentes de cartório costumam ser mal humorados. O da Lapa, papai contou, era muito, mas muito mal humorado mesmo. Chegou o casal comigo, um bebê de poucos dias no braço. E como todo casal com um bebê quer registrar o neném, ele foi pegar o livro e perguntou:

-Como é o nome da criança?
-Ivy Cristina.

O cartorário ficou em silêncio por dois segundos. Folheou um grande livro e respondeu:

-Não pode.

Minha mãe, atônita, perguntou:

-Como assim não pode?
-Ivy não está no livro.
-Que livro?
-Este livro.


Minha mãe não pensou nem um segundo. Muito cínica – ela é extremamente cínica – perguntou:

-E Brigida, pode?

Meu pai tremeu. Ali vinha uma boa. Brigida era o nome dela. Mas como ela estava muito calma, ele não se desesperou. O cartorário consultou o livro e disse:

-Brigida também não pode, não tem no livro.

Mais cínica ainda, ela respondeu:

-Jura? Que interessante. Você poderia então me fazer um favor?
-Claro.
-Por gentileza, seu filho da puta, rasgue esta merda porque eu me chamo Brigida. Vamos, acabe com o meu RG.

Completamente sem graça pela resposta e pelo riso geral que provocou no cartório (os presentes não se conformaram com a cara dele), ele abriu o livro, datilografou as letras e firmou que era verdade e ainda dava fé que aquele bebê era sim, Ivy Cristina.

Confesso que sempre gostei de Ivy, mas nunca fui muito chegada no Cristina. Quando vinha um “Ivy Cristina” era porque a coisa estava feia. Foi estes dias que vi que a (por que não dizer) petulância de mamãe, foi fundamental para ser quem eu sou. Por causa de um merdinha de um escrivão, eu poderia ter sido qualquer coisa, menos Ivy Cristina. E o que sempre gostei do meu nome é porque ele é único (nunca conhecei uma Ivy, muito menos uma Ivy Cristina). E isso marcou a minha personalidade.

Se minha mãe não fosse gaiata, provavelmente eu teria sido Camila, Ana Paula, Carolina, Maria. Nada contra nenhuma destas meninas com estes nomes, é que tem muitas destas por ai. E se não fosse por mamãe, provavelmente eu teria sido como a Hivína, que na maternidade era apenas Hivna, um nome russo. O irmão de Hivína, Saulo, me contou que o “cara do cartório não deixou que fosse só Hivna, tinha que ter o ‘i’ e o acento”.

Ou poderia ter sido como o Illan Co. O avô dele era Cohen, nome importante na tradição judaica, que significa “sacerdote”. Por um erro do cartório, o pai dele(e logo ele e o resto dos decendentes) passaram a ser simplesmente Co. Ou como o Nelson Saccho, que tem os primos, os avós e todos os familiares como Sacco. Tudo porque o cartorário errou.

Ou poderia ser como a Laeyza, já que o cartorário obrigou sua mãe a colocar um “y” e um “z”. Ou mesmo como a filha do ministro, já que o cartorário achava que “Preta” não era nome, era cor. Gil, muito esperto, disse que se Rosa e Branca eram nomes (e cores), a filha dele poderia ser Preta sim. Mas o cartorário só deixou depois de por um nome de santa. E a tal da Preta, que era para ser apenas Preta, virou Preta Maria Gil.

Acho incrível alguém não se dar conta que o nome, coisa mais básica e importante de um cidadão, um dos seus mais valiosos bens, esteja errado. E ainda não fazer nada para corrigir. Acredito que por ai devam existir muitas Camilas, Ana Paulas, Carolinas e toda a sorte de Marias porque o cartorário simplesmente não deixou que fossem outra coisa. Ou errou.

Me pergunto: quem o cartorário pensa que é para dizer umas coisas destas? E quem somos nós que permitimos, que não o fazemos checar e reescrever? Ou ainda alteramos no próprio cartório (a PUC serve para alguma coisa e o professor de direito civil me ensinou que até os 18 anos podemos fazer tudo isso sem advogados no próprio cartório)?

Tudo isso parece absurdo. E realmente é. Mas infelizmente, acontece. Hoje vejo que a ousadia de mamãe foi única neste País de cidadãos passivos. Vejo ainda que cada dia que passa, é mais necessária, não só no cartório, como nas urnas, nos fóruns, nos semáforos, em cada esquina por ai. E penso que deve ter sido um dia memorável aquele dia. Não para mim ou para minha família. Esta vai lembrar para sempre. Mas para a lição que aquele cartorário da Lapa levou. Acho que ele, mais do que ninguém, deve ter pensado duas vezes antes de abrir aquele livro de nomes “oficiais”. Talvez ele nem se lembre de mim ou do meu nome, mas certamente nunca se esqueceu do dia em que eu me tornei Ivy Cristina.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Calendário

"Eu amo o Mastercard porque ele já está em novembro. Meu Visa é de outubro."

Minor



Que pena que é crime...

Taylor Lautner, ator, tem 17 anos.

Pare de tomar a pílula

"Tomar pílula é excelente para sua pele, mas só indico se você achar que s a sua vagina tem vocação para ser bromélia."

Da médica dermatologista, hoje.

0800

"Não tem disque pizza, disque esfiha, disque lanche? Pois acho que deveria ter disque pinto. Funciona assim: você está estressada e liga lá e pede o tamanho que você quer, na hora que você quer e pronto, resolve logo o seu problema. E claro, tem que ser 0800, porque ninguém merece pagar para dar."

Da amiga inconformada com a loucura da outra, hoje.

Favor

"Porque quando eu perdi a minha virgindade... quer dizer, pausa. Escreve aí: quando eu joguei fora a minha virgindade, porque virgindade é uma coisa para se jogar fora, para se livrar, a gente tem mais é que agradecer o cara que nos livra dela."

De uma entrevistada extremamente prática, ontem.

Sonho meu

Cena 1. Pauta chata (chatissima). Int. Dia

Em um sindicato na cidade de São Paulo, um deputado federal faz um discurso chatissimo sobre a reforma tributária. Com exceção dos sindicalistas, todos estão com cara de sono e tédio. Repórteres ficam desenhando em seus bloquinhos, tentando não ouvir o deputado, que fala sem parar. Em um canto, vemos IVY juntando todas as suas forças para não dormir quando, subtamente, presta atenção na fala do deputado.

DEPUTADO: Tem duas coisas que eu entendo na vida: reforma tributária e biscoitos.

Cena 2. Coletiva após pauta chatissima. Int. Dia.

Repórteres se amontoam na frente do deputado.

IVY: Deputado, tenho uma dúvida há anos. Pela primeira vez na vida achei alguém capacitado para respondê-la.

DEPUTADO: Pois não.

IVY: Já que o senhor entende de reforma tributária e biscoitos, o senhor poderia me responder se Tostines vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais?

DEPUTADO (dando um sorriso sem graça, começa a olhar feio pra repórter e busca uma identificação da mesma): Esta pergunta eu também não sei responder porque eu sou da concorrente.

Câmera começa a rodar e ficar embaçada. Vemos IVY abrindo os olhos assustada. De repente, IVY acorda. O DEPUTADO continua com seu discurso chato. A pauta continua chatissima. Tudo não passou de um sonho. Sobe som do discurso do deputado. Fade out.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sinônimos

Cena 1. Pauta na Avenida Paulista. Int. Dia

ASSESSORA: Ivy, como você está atrasada! Aconteceu alguma coisa?

IVY: Fiquei mais de 20 minutos parada na Paulista.

ASSESSORA: Nossa, mas não estava trânsito hoje.

IVY: E não estava mesmo. A polícia fechou a Ministro, ninguém cruzava a Paulista e todos ficamos parados.

ASSESSORA: A Polícia parou a Paulista? Como assim?

IVY: Foi super estranho: um policial de moto ficou no meio da rua, impedindo os carros de cruzarem. Depois, outro policial de moto vinha e o outro saia. E ninguém poderia avançar o sinal.

ASSESSORA: Que coisa mais estranha.

IVY: O mais estranho é que depois veio um caminhão sem logotipo do Estado, com dois táxis atrás e escoltados pela Rota e mais motos.

REPORTER 1: Eles deveriam estar transportando um político.

REPORTER 2: Ou um bandido.

REPORTER 1 olha para REPORTER 2. As duas se olham com cara de quem pensou a mesma coisa: estariam sendo reduntantes? Bandido e político são sinônimos? No Aurélio não diz nada, mas quem sabe a reforma ortográfica veio para corrigir este pequeno lapso do grande professor da família Buarque de Hollanda?

Cena 2. Pauta na Avenida Paulista. Int. Dia.

REPORTER 1: Bem, pode ser as duas coisas não?

REPORTER 2: Sim, e ao mesmo tempo.

Câmera mostra fontes entrando na sala de imprensa. Sobe o som de barulhinho ambiente enquanto IVY, ASSESSORA, REPORTER 1 e REPORTER 2 entram na sala. Fade out.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Se eu fosse você

Deus não dá asas a cobras. Assim me ensinou minha mãe sobre a vida: cada um tem aquilo que merece- e o que não merece também. Mas, ainda pequena, me perguntei: "Mamãe, por que Deus não dá asas para as cobras?". "Porque elas não saberiam voar", respondeu.

Hoje, ao ler esta notícia, não sei dizer se mamãe estava certa, se Deus está errado ou sei lá mais o quê. A única coisa que eu sei é que se meu nome fosse Ivy mas o meu sobrenome fosse Sarney, minha vida seria muito, mas muito diferente.

Se eu fosse uma Sarney, a primeira coisa que eu faria era continuar no Maranhão: viveria a beira dos belos lençóis maranhenses, com um bando de mucamas para fazer meu suco e arrumar a minha cama, bem longe do trânsito e da fila do supermercado. Aliás, se eu fosse uma Sarney, eu nem saberia o que era supermercado, porque nunca teria entrado em um.

Ou, como boa geminiana que sou, se eu fosse uma Sarney iria me dividir entre minha residências em Roosvelt Island e meu apartamento no sexième. Aliás, se eu fosse uma Sarney, a minha vida seria uma eterna polêmica: passo o verão em La Joya ou em Genève? Vou andar de balão em Napa Valley ou vou apenas curtir um rafting no Grand Canyon? Nossa, é realmente uma dúvida cruel.

Como eu sou superfashion, iria a todos os desflies de todas as temporadas de moda do mundo, teria uma coleção incrível de Birkin Bags (de todas as cores possíveis e imagináveis, incluindo as vintage) e a Stella McCartney saberia o meu nome, afinal, além de Sarney, eu seria sua cliente vip.

E como as fashionistas não só compram, também são politicamente corretas eu também faria eventos beneficentes doando minhas roupas usadas, seria amiga da Bridget Bardot, afinal, nós duas somos amigas dos animais, enfim, seria Ivy Sarney, a bozainha (mas antes uma pergunta: será que é possível ser uma Sarney e ser politicamente correta?).

Enfim, como uma Sarney eu teria tantas opções na vida... poderia fazer cursos em Yale e na UCLA ou simplesmente almoçar todos os dias na Closerie de Lilas na primavera, podendo me estender ao Jardin du Luxembourg sem compromisso com horário...

Ah, tantas coisas para fazer quando se é uma Sarney... por isso não consigo entender como alguém que nasce no berço explêndido da corrupção, que tem tanto dinheiro pode querer perder o seu precioso tempo num gabinete velho, pequeno e com móveis de extremo mal gosto em Brasília enquanto se pode fazer tantas coisas no mundo!O que é um salário de sei lá, 12 mil reais, comparado com uma fortuna acumulada durante uma dinastia política? Ah, e outra coisa: se eu fosse uma Sarney eu definitivamente não namoraria pobre. Eu só iria sair com os herdeiros do Eike Baptista e olhe lá! Onde já se viu isso, namorar um desempregado e ter pedir pro meu avô arrumar um emprego pra ele? Que coisa de loser. Gente, não é só Ivy Farias que delira neste país!

Realmente, Deus sabe o que faz: mesmo dando asas para as cobras, elas insistem em se rastejar.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ten things I hate about you

I hate the way you talk to me,
And the way you cut your hair.
I hate the way you drive my car,
I hate it when you stare.
I hate your big dumb combat boots
And the way you read my mind.
I hate you so much it makes me sick,
It even makes me rhyme.
I hate the way you’re always right,
I hate it when you lie.
I hate it when you make me laugh,
Even worse when you make me cry
I hate it when you’
I hate it when you’re not around,
And the fact that you didn’t call
But mostly I hate the way I don’t hate you,
Not even close…
Not even a little bit…
Not even at all.

sábado, 19 de setembro de 2009

Metodologia



Cena 1: Laboratório médico. Int. Dia.

IVY chega atrasada para fazer o exame pedido pela ginecologista graças as ruas contra mão do Paariso. Ouve uma voz típica de atendente de laboratório.

ATENDENTE (em voz muito alta): SENHORA IVY CRISTINA DA SILVA...

IVY (interrompendo): Estou aqui.

ATENDENTE: Coloque este avental com o lado aberto para frente, a doutora já vai te chamar para colher o exame.

IVY (pensando por que temos que colocar aventais tão patéticos antes do exame. Pior: por que mesmo depois de anos ainda não sabemos qual o lado certo): Tudo bem.

Cinco segundos depois, novo chamado: SENHORA IVY CRISTINA DA SILVA...

IVY (interrompendo novamente): Presente!

ATENDENTE: Engraçadinha você não? Por favor, senta bem no finalzinho da maca e coloque os seus pés aqui. A doutora já vai te atender.

DOUTORA: Bom dia, dona Cristina. Vai doer um pouquinho, mas é rápido. Mas antes preciso fazer umas perguntas: qual foi a última data da sua menstruação?

IVY (pensando por que eles sempre perguntam mesmo sabendo que a gente sempre esquece?): Não lembro.

DOUTORA: Você está grávida?

IVY: NÃÃÃO!

DOUTORA: Qual o método contraceptivo que você usa?

IVY (pensando que não só tinha esquecido quando ser usado- no caso, quando se está evitando bebês- como o seu significado): O quê?

DOUTORA: Que método você utiliza para evitar filhos?

IVY (pensando: Ah, filhos. Resultado de sexo. Ah, putz...) O Fischer's Method.

DOUTORA: Como?

IVY: The Fischer's Method.

DOUTORA: Nossa, eu sou médica há nove anos e nunca ouvi falar deste método.

IVY: O Método Fischer doutora... a senhora sabe, ficar longe de seres com capacidade reprodutora involuntariamente.

IVY (levanta levemente os cotovelos e vê que a DOUTORA usa uma bela aliança no dedo anelar. Além de não entender língua portuguesa, ela também não estava mais no mercado e não consegueria interpretar a sentença apropriadamente): Pelo jeito a senhora não frequenta muito salões de cabelereiro não?

DOUTORA (olhando para mão dela): Como?

IVY: Não doutora, não há nada errado com o seu esmalte. Aliás, eu adoro jaboticaba com rebu. Estou querendo dizer que a senhora não lê revistas de celebridade não?

DOUTORA (cada vez mais confusa): Ah?

IVY: O método da Vera Fischer doutora!

DOUTORA: Qual?

IVY (enfática): EU NÃO DOU DOUTORA!

DOUTORA (compreendendo o óbvio e sem graça): Ah... então neste caso então não tenho nem que fazer a recomendação padrão.

IVY (curiosa): Que recomendação padrão?

DOUTORA: Ficar dois dias sem manter relações sexuais.

IVY: Ah, quem me dera poder seguir a risca.

DOUTORA: Como?

IVY: Ficar só dois dias sem dar, doutora, só DOIS DIAS...

Just Like Heaven

O mais incrível das ruas contra mão consecutivas é que elas conseguem fazer até o Paraíso virar um inferno...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ligue os pontos

Cena 1: Estacionamento. Ext. Dia.

IVY chega para pegar o carro. Coincidentemente, o veículo está de fácil acesso e ela vai pegar o carro. PELÉ, o mocinho que trabalha no estacionamento, a vê e fica parado na porta.

IVY: O que foi Pelé?

PELÉ: Você não vai passar para o lado de lá para eu abrir a porta?

IVY: Ah?

PELÉ: Abrir a porta.

IVY: Abrir a porta do carro? Para quê?

PELÉ: Eu-homem. Carro. Você-mulher. Abrir a porta. Cavalherismo. Está tão difícil assim para você completar a sentença?

IVY: Você quer abrir a porta do carro para eu entrar, é isso?

PELÉ: É!!

IVY: E você quer abrir a porta do carro para eu entrar por que você é um cavalheiro, é isso?

PELÉ: Também por isso.

IVY: Como assim, também por isso?

PELÉ: É que eu sou pago para isso. Mas também sou um cavalheiro.

IVY: Ah, claro que é. Mas enfim, obrigada. Só assim para um homem abrir a porta do carro para mim.

PELÉ: Tá tão ruim assim?

IVY: Tchau Pelé, tenha um bom dia viu?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Banana Price



Querido governador José Serra,

Apesar de não ter votado no senhor e não ser sua fã, sempre acompanho seu trabalho nas ruas, escolas e hospitais de São Paulo. Gostaria de saber como fica a expressão preço de banana agora que a fruta será vendida por quilo? Ela ainda está valendo? Em caso afirmativo, devo falar preço de banana por quilo para ficar de acordo com a lei? Ou posso continuar falando preço de banana, mesmo que a expressão se refira ao preço do cacho?

Obrigada,

Ivy

Quem quer dinheiro?

Cena 1: Redação. Int. Dia

EDITORA escreve para IVY no MSN.

EDITORA: Oi Ivy, aqui é sua editora de Brasília e estou com uma dívida.

IVY: Desculpe, mas não tenho dinheiro para te emprestar.

EDITORA: É dúvida, desculpe.

IVY: Sim, como posso lhe ajudar?

Idade



Você percebe que está ficando velha quando a enquete sobre qual sua Helena favorita de Manoel Carlos não cita a Maitê Proença em Felicidade.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Book is on the table



Nilton says: Você virou judia?
Ivy Team Jacob says: Não, por quê?
Nilton says: E por que você está no Team Jacob então?
Ivy Team Jacob says: Ah, porque eu torço pro Jacob Black.
Nilton says: Quem?
Ivy Team Jacob: O Jacob Black, o werewolf.
Nilton says: Ivy, do que você está falando?
Ivy Team Jacob: O Jacob, o lobisomem. Eu gosto mais dele do que do Edward.
Nilton: Você pirou, do que você ta falando?
Ivy Team Jacob: Do Twilight.
Nilton says: Twilight?
Ivy Team Jacob: Você não conhece Twilight?
Nilton says: Não. O que é isso?
Ivy Team Jacob says: Então, é uma série de livros e filmes em que uma adolescente se apaixona por um vampiro, que também é adolescente, mas ele tem 108 anos. E o triângulo amoroso se completa com o lobisomem.
Nilton says: Ah, Crepúsculo!
Ivy Team Jacob says: Isso, aqui chama Crepúsculo. Você leu?
Nilton says: Não, eu sou heteresexual. E você, quantos anos tem mesmo?
Ivy Team Jacob says: Nevermind...

2000's

Eu sempre gostei de ter nascido nos anos 80, porque assim eu pude ter uma infância bizarra (olhando agora para trás, a Xuxa não tem a menor graça). Mas, pensando bem, a minha adolescência não foi das melhores se comparada com os adolescentes de hoje, que tem iPods coloridos, Harry Potter e... Twilight. Sem contar, claro, o Youtube, MSN e todas as outras coisas bacanas que os teens têm acesso hoje (eu só tinha a Capricho e a Atrevida). Ah, como eu queria ter sonhado com o Jacob aos 15 anos ao invés dos 28!

Adulthood




Você está no mercado. Não, não é a primeira vez que você faz compras na sua vida. Só que hoje, depois de passar pela geladeira e escolher Yakult e danoninho, você cai na área reservada aos cereais. E, ao invés de levar Sucrilhos ou Chocokrisps, você tenta, pela primeira vez, levar All Bran, afinal, você já é adulta. Ai no dia seguinte você come o cereal na manhã seguinte e se dá conta que a vida adulta é bem menos saborosa que a infantil.

Life sucks, and then you die. Jacob Black

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Altos e baixos

Gripe suína afeta popularidade de Lula

Só por que ele é corintiano?

Novo dia

São seis horas da manhã quando o despertador toca. Você acorda meio sonolenta e lembra que o adiantado da hora se justifica porque você tem uma missão: entrar ao vivo no rádio nos próximos trinta minutos com notícias atuais da sua cidade. Ai mais sonolenta ainda você abre o e-mail para checar se tem alguma novidade, alguma coisa muito urgente, de última hora mesmo par os seus ouvintes e se depara com as seguintes manchetes na sua caixa de entrada:

SEIOS FARTOS VIRARAM A PREFERÊNCIA NACIONAL.

Até dois anos atrás a maioria das cirurgias plásticas realizadas no Brasil eram lipoaspirações. Segundo a última pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica pela primeira vez no país o número de implantes de silicone (96 mil) ultrapassou o número de lipoaspirações (91 mil).

Aí você pensa que está realmente nos braços de Morfeu e que aquilo nada mais é que um sonho seu. Até começar a virar pesadelo.

Já se foi o tempo em que a morena do bumbum grande e o peito pequeno era o modelo de feminilidade brasileira. Esse estereótipo deu lugar ao padrão de beleza feminino das americanas: seios fartos e cintura fina. Inspiradas no corpo da boneca Barbie que invadiu o Brasil nos anos 80 o gosto da mulher brasileira mudou. O bumbum foi perdendo seu reinado e agora a bola da vez são os seios.

Nesta hora você vê que não está dormindo, muito pelo contrário, e que aquela notícia não faz sentido algum estar na sua caixa de entrada de e-mails, já que você cobre política e economia. Mais alguns segundos depois você lembra que desde que o mundo é mundo você usa soutien 46 e que o fato de você ter peito grande não te ajuda em nada a conquistar homem nenhum (mesmo morando em São Paulo, eu ainda to na seca) e você se dá conta que aquela notícia não faz sentido algum em nenhuma editoria. Aí você começa a avaliar o conteúdo do texto: "a bola da vez são os seios". Não deveriam ser as bolas?

Aí você lembra que tem que dar as notícias do dia para os seus leitores e você começa a olhar os outros e-mails. Até que você para no seguinte:

Raul Cortez comemora três anos e 601 espetáculos

Raul Cortez, o ator? Ele não tinha morrido?

E aí você se dá conta que não, você não estava dormindo mesmo. Só é mais um dia que começa no louco mundo das redações em São Paulo Lake City.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Address

Depois o povo reclama...

CT São Paulo Futebol Clube
Av. Marquês de São Vicente, 2724

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Miracle

Eu escrevi uma carta hoje para o Papa pedindo que ele investigasse a cidade de São Paulo e o seu padroeiro (quem é?). Tudo porque ontem eu fiz um trajeto da Vila Leopoldina para Cidade Dutra (onde é isso? Para lá de Interlagos) em 30 minutos entre às 5h e 6h da manhã. E, para voltar, o mesmo trajeto durou 1h55 minutos (e eu saí de lá às 7h04). Portanto, escrevi ao Santo Papa que ele investigue como esta cidade consegue transformar 30 minutos em 1h55. É o milagre da multiplicação dos carros? Amém!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Em Casa

Acho que uma das maiores desvantagens do celular é chegar em casa e ver que sua secretária eletrônica não tem mensagem nenhuma. Umazinha sequer… A pessoa liga na sua casa, você não está e imediatamente, num reflexo quase automático, ela liga no seu celular. Além de ser encontrado, a pessoa que ligou pode deixar o recado no seu celular. E é óbvio que você pegará o recado do aparelho móvel antes do de casa. Por isso, a fala mais comum das secretárias eletrônicas hoje em dia é “você não tem recado nenhum”.

Pois bem, dia destes chego tarde da noite em casa e vejo a minha máquininha piscando. Eba! Alguém se lembrou de mim, pensei. Ou melhor, alguém não só se lembrou de mim como quer que eu me lembre dela, continuei a pensar. Tudo até ouvir o seguinte:

Boa Tarde, meu nome é Maria e estou ligando para deixar uma mensagem positiva da Bíblia.

Incrédula do que ouvia, não prestei atenção nos detalhes da mensagem, mas a Maria dizia algo mais ou menos assim:

O Senhor mandou te dizer no capítulo tal, versículo tal que vai acabar com todas suas dores, inclusive a morte. Se quiser conforto, nos procure na rua tal, número não sei lá o quê.


Eu fiquei tão passada com a ligação que não ouvi as demais. Eu já tinha recebido ligações de todo tipo: vendendo aspirador de pó, revista, pedindo doação para entidade X e até de criminosos dizendo que estavam com o filho que eu não tenho em mãos. Mas mensagem positiva do Senhor era a primeira vez.

A primeira coisa que eu fiz foi me questionar. Será que Deus estava reservando a morte para mim ou alguém próximo? Será que eu, que estava tão feliz naquele momento, estava passando por momento de dores e não me dava conta disso? Por que tinha que ser aquela mensagem? Por que aquela mensagem estava na MINHA secretária eletrônica? Eu, que creio muito na teoria do “que nada é por acaso”, ia começar a ficar ressabiada quando me lembrei que se Deus quisesse mesmo falar comigo, ELE mesmo me telefonaria ou pediria para o Gilberto Gil me localizar e não mandar uma Maria que eu não sei quem é me ligar.

Depois de concluir que não, eu não iria morrer, e sim, Deus não acabará com dor alguma porque não existe, passei a pensar que se eu fosse daquele tipo de pessoa que acredita em tudo, que interpretaria o tal recado como uma verdadeira mensagem do além túmulo, estaria literalmente fudida. Não dormiria com medo da morte, ficaria assombrada com que meu pai ou minha mãe morressem. Felizmente eu não era.

Mas, infelizmente, eu sou uma pessoa curiosa e não apaguei a mensagem para ligar lá e descobrir do que se trata. E mais: dar uma bela lição de moral. Quem aquela Maria pensa que é para ligar no telefone de quem ela não conhece (logo, não deu o número para ela) e deixar este tipo de recado cretino? Onde ela arrumou o meu número? Se ela queria me deixar uma “mensagem positiva”, por que não escolheu uma falando de vida, amor, paz? Na Bíblia tem um monte destas passagens bonitas e felizes! E ela tinha que me aterrorizar deste jeito? Já que eu não estava em casa, ela que tentasse ligar de novo e falasse pessoalmente o recado DELE. Mas como ela não tinha o meu celular…

Estas questões foram só ficando na minha cabeça porque eu nunca tinha tempo de ligar de volta. Mas a intenção era esta mesma, ligar lá e dar um esporro nela. Como se não bastasse esse monte de gente que te para na rua ou toca na sua casa para falar de Deus, agora eu tinha que aguentar também ligações? Mas até que fazia sentido, a única ferramenta de propaganda que faltava este povo usar era o telemarketing mesmo…

Eis que um belo dia fui viajar e retornei oito dias depois. A secretária psicava incessantemente. Eram oito mensagens, a antiga da Maria e sete novas da minha mãe (só podia). Fui apagando uma por uma e, sem querer, apaguei também o recado do Senhor… E nem consegui anotar o telefone e o endereço da procuradora DELE para retornar a ligação…

Um conhecido chegou em casa e comentou que não tinha mensagem alguma na minha caixa postal. Lembrei- me do ocorrido e contei a história para ele. Resolvi escrever de uma vez, porque esta ligação é daquelas que realmente entram na série do “Só poderia ter acontecido comigo”.

Ah, e se quiser me ligar para comentar mais esta crônica, tudo bem. Eu gosto de recados, desde que eles não sejam de Deus.

Revolta das Solteiras

Já não fizeram o dia sem namorado? Acho que a passeata das solteiras deve ter um novo mote: uma revolta. Além de não ter homem hetero na praça (lembraram que eles fazem parte da mesma categoria que os duendes, gnomos e papai noel?), ainda temos que ter cuidado para não ser assaltadas como a pobre solteira de Detroit? Além de ter um gaydar, você precisa ter um detector de metais? Socorro!!!!!!!!!!!!

No primeiro encontro, homem não paga a conta e rouba carro de mulher
Casal se conheceu duas semanas antes em um cassino.
Ladrão disse que esqueceu carteira no carro e fugiu.

Do G1, com informações da AP


Segundo a polícia de Michigan, Terrance Dejuan McCoy, de 23 anos, abandonou o restaurante sem pagar a conta para, em seguida, levar o automóvel da mulher com a qual estava saindo, em abril. A mulher, cuja identidade não foi revelada, disse à polícia que os dois se conheceram duas semanas antes, em um cassino de Detroit.

Durante o encontro, no restaurante Buffalo Wild Wings, no subúrbio de Ferndale, em Detroit, McCoy disse ter esquecido a carteira no carro e pediu as chaves do Chevrolet Impala à mulher. O homem foi identificado por uma foto que enviou ao celular da vítima, além do número de telefone.

Indiciado na semana passada, ele pode ser condenado até cinco anos de prisão.