domingo, 22 de fevereiro de 2009

Encantado, parte II

Enquanto isso, em Olinda:

Ivy: Este é o meu blog.
Gringo: Quem são estas pessoas?
Ivy: São uns artistas que foram convidados da temporada do castelo de Caras. Caras é uma revista de celebridades que leva os famosos para o seu castelo.
Gringo: E este castelo de baixo?
Ivy: Então, este castelo é de um deputado nosso, custou 20 milhões de reais.
Gringo: 20 milhões?! Por um castelo destes? É uma pechincha!
Ivy: Não, não é não porque o dinheiro é roubado.
Gringo: Roubado, mas roubado de quem?
Ivy: Do povo, oras bolas.
Gringo: Do povo? Vocês não tem outros deputados?
Ivy: Temos mais de 500.
Gringo: E ninguém falou nada?
Ivy: Não;
Gringo: Por que não?
Ivy: Porque todo mundo aqui rouba. Aí se fala de um, você acaba o risco de ser falado também.
Gringo: Mas como ele rouba? De quem ele rouba?
Ivy: Então Gringo, ele rouba dos pobres. Tipo, ao invés de fazer uma escola boa, com um bom material, ele faz uma escola mais ou menos e rouba o dinheiro do que deveria ser uma grande escola.
Gringo: Mas este cara está preso?
Ivy: Não.
Gringo: Não mataram ele?
Ivy: Não.
Gringo: O cara rouba o dinheiro das criancinhas para construir esta merda de casa e ninguém faz nada?
Ivy: Não.
Gringo: Por quê?
Ivy: Porque não.
Gringo: Mas por que por que não?
Ivy: Porque assim é este país chamado Brasil que você conhece como paraíso.
Gringo: Conhecia né?

Com Eliane Gonçalves, que respondeu algumas das questões para o Gringo deslumbrado de Olinda.

Sabedoria Popular

Os nordestinos de Pernambuco sabem mais que os nordestinos dos outros:

"Quem vive de contar a verdade morre de fome porque a mentira é mais interessante que a verdade. Eu não gosto de mentiras, mas vendo mentiras. A mentira, para ser boa, tem que ser daquelas que poderia ter acontecido ou que pode acontecer. Pro cabra olhar e falar: 'Ah, é mesmo!'".

"Só para você ter uma idéia, o cordel do Getúlio Vargas vendeu 200 mil exemplares durante duas semanas. O Pavão Misterioso vende milhões há anos".

J. Borges, o melhor e maior xilogravurista do mundo!

Nunca é demais: Jornalista é mesmo a manteira mais glamourosa de ser pobre!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Encantado




Uma das coisas que mais me lamenta na vida é o fato de ser uma anônima e as consequências disso: uma delas é que a minha opinião não é levada em conta. Se eu fosse a Carolina Dieckmann ou a Samara Felippo, certamente a minha idéia seria propagada e, quem sabe, colocada em prática.

A Caras, tão famosa por sua Ilha no Rio de Janeiro, deveria ser um pouco mais patriota e, ao invés de levar famosos para a Itália, poderia simplesmente transportá-los todos para São João do Nepomucemo, em Minas Gerais, para passar uma incrível temporada no castelo do nobre deputado Edmar Moreira (ops, do filho do nobre deputado Edmar Moreira).

Pelo que entendi, luxo não faltará para as celebridades, já que o Castelo Mona Lisa (olha o nome do lugar) tem 36 suítes com hidromassagem, 275 janelas, oito torres, piscinas, saunas, lagos e salões para festa, além claro, de campo de golfe. São 7,5 mil metros quadrados de área construída. Tudo avaliado entre R$ 20 e R$ 25 milhões, segundo informações do Globo.

Porém, já aviso que a concorrência com o atual castelo não será fácil pelas palavras da cinderela cosmpolita Ana Ligia Sampaio, que esteve no castelo de Nova York, como convém a uma princesa que ela é. "Datada de 1897, a grandiosa propriedade está estrategicamente localizada no coração do Hudson Valley, em Tarrytown, NY", escreveu a princesa-repórter da publicação. Na mesma matéria em que apresenta o novo castelo, Anali (apenas para amigas íntimas como eu), entrevistou Wanessa Camargo, que descreveu assim o local: "New York é o lugar em que você encontra de tudo, vê de tudo, mas confesso que não esperava algo tão bonito. Este verde que cerca o castelo é maravilhoso".

Mas como acho que fashion agora é ser verde e amarelo (o que a crise financeira internacional e o dólar alto não são capazes de fazer?) e o château do deputado é inspirado em estilo europeu, a Caras realmente pode se mandar para lá. Caso a revista não se interesse, algum programa de humor poderia levar algumas celebridades lá para sua própria temporada de luxo e glamour. Eu sugiro nomes como Tati Quebra-Barraco, devidamente lipoaspirada pela quinta vez, Alexandre Frota, Mara Maravilha, Mateus Carrieri, Ricardo Macci (aka Cigano Igor) e qualquer turma do Big Brother (penso em Tati Bione para fazer justiça social) e da turma da feira (leia-se Mulheres Frutas), entre outros. Seria uma temporada total Castelo Off Caras, porque as Caras que realmente importam foram para Nova York.

Outra utilidade para o Castelo seria servir de locação para aquele programa do Netinho, "Um Dia de Princesa". Já pensou a lady deixando Osasco rumo a uma viagem para o meio da Zona da Mata? Garanto que as moças de Osasco iriam amar!

P.S.: Apesar de ser de Osasco, este conto de fadas corrupto tupiniquim é o que eu NÃO QUERO para mim. Château para mim é o de Versailles e olhe lá!

P.S.2: Como sou democrática, postei as fotos dos dois castelos para decidir qual dos dois é melhor.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Repeat

O Legislativo fica tão preocupado em fazer leis de tudo quanto é tipo e já que eles se preocupam com todo tipo de idiotice, deveriam se preocupar também estar dos cidadãos de bem deste país e proibir esta porra e Big Brother de ir ao ar pela enésima vez. Como já disse anteriormente, eu não odeio o programa em si porque eu não vejo. Mas não posso escapar de abrir os jornais e sites e só ver “notícias“ estúpidas sobre os participantes.

Mas o que eu não me conformo mesmo é o mesmo tipo de declarações. “Ah, porque o fulano está jogando", disse um eliminado pela enésima vez. Ele esperava o que, que estivesse num jardim de infância, brincando com os novos amiguinhos, felizes da vida? Certo é o cara que está jogando para ganhar um milhão, não estes idiotas que ficam falando do sicrano e beltrano.

Odeio reality shows mal feitos!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Jornalista é a maneira mais glamourosa de ser pobre (para Fabi)

Querida menina que abordou a Fabi no Festival de Verão,

Meu nome é Ivy Farias e neste ano de 2009 completo dez anos que entrei na faculdade de jornalismo. No primeiro dia de aula, meu professor Domingos Fraga, disse que jornalismo era 90% de tesão.

Como comecei a trabalhar logo que entrei na faculdade, posso dizer que tenho dez anos de carreira. Nestes dez anos, vi que meu professor estava errado: jornalismo é 90% de diversão.

Nós ganhamos pouco, trabalhamos muito e vivemos num mundo de glamour que não é o nosso. Enquanto um vendedor básico de Casas Bahia ganha oito vezes a mais do que eu e o meu salário corresponde a um terço do taxista, posso garantir que nenhum deles se diverte tanto quanto eu.

Seja em show do Chiclete Com Banana ou se debatendo para pegar uma aspas da Dilma, nós sempre nos divertimos com os insólitos de cada situação. Entramos de graça nos lugares, comemos de graça e, se você tiver a sorte de ter um colega como o W., também pode tomar porres oméricos na conta da Veja depois que você passou o seu texto.

Estas loucuras que só a nossa profissão tem me faz uma das repórteres mais felizes do mundo. Só não digo que sou a mais porque ganhar pouco realmente me incomoda. Mas, enfim, anotar e dançar no show do Chiclete com Banana é mais divertido do que dançar de cabeça vazia, a bunda cheia de celulite e o coração cheio de inveja de quem dança com papel e caneta. Ah, e no fim a gente sempre chega perto deles na coletiva, ao contrário de certas pessoas...

Sendo assim, não vejo ninguém mais infeliz neste Festival de Verão do que você, que fica abordando uma pessoa que você nunca viu na vida para falar impropérios. Get a life, dear.

Beijo grande,

Ivy

Liberdade

Estes dias alguém me perguntou se eu tinha Orkut. Nao tenho e respondi que nao tinha por achar total perda de tempo. Nao vejo nada de errado em perder tempo, eu adoro perder tempo com coisas como gibis da turma da Monica, conversas vazias no MSN, etc. Mas o que eu nao me conformo é em como as pessoas gostam de perder tempo atancando os outros.

A internet é uma benção da tecnologia. Além de ser onde ganho o pão de cada dia, a rede quebra todos os meus galhos. O engraçado é que tem gente que gosta de transformar benção em maldição. Pessoas invejosas, que não tem o que fazer, e gostam de perder tempo, insistem em atacar os outros.

Quando eu trabalhava na Rolling Stone, um grupo de pessoas invejosas, que não se conformava por eu estar na revista e eles não ficavam me atacando no Orkut. Uma parte do grupo chegou até a procurar, achar e me adicionar no MSN para me ofender. Parece ridículo, mas aconteceu.

Escrevo hoje pois uma amiga querida leu um comentário pra lá de maldoso em seu blog. Fiquei me perguntando quem seria e o que fazia da vida o infeliz que perdeu o tempo em anotar o nome dela, dar um Google, achar o blog, postar um comentário idiota. Pra que isso meu Deus? Eu, que tenho uma vida muito agitada, sou incapaz de me incomodar com quem quer que seja, repórter de TV, rádio, internet. Se eu não gosto da matéria, ok e daí? Como tenho um monte de conta pra pagar e gosto de perder meu tempo com os gibis, nem dou bola. Mas fico passada quando vejo este tipo de coisa.

Críticas são boas desde que sejam construtivas. Dá para perceber na hora quando a crítiva vem de alguém que entende do assunto e está te dando um toque ou quando é de um invejoso, como o caso deste ser que, além de mal educado, também não entende nada de cidadania virtual: a página de Orkut, e-mail, MSN, blog são espaços pessoais de cada um. Alguém entrar num blog para xingar é a mesma coisa que pichar a porta da sua casa. Se a pessoa tem algum elogio ou reclamação, procure o site da emissora, da revista ou de qualquer coisa, não fique entrando no espaço que a pessoa tem online.

A internet é ótima, é livre, mas, infelizmente, as pessoas não sabem entender esta liberdade. Acham que como não tem limites, podem falar o que querem mas sem ouvir o que não querem. Depois quando o Legislativo pensa em criar leis para o uso da internet o povo diz que é censura. Mas não é não: botar regras neste jogo é proteger cidadões de bem como a minha amiga e eu de idiotas como estes internautas que sentem prazer em infernizar os outros.

Marketing

Para anunciar o festival de comida árabe, o motel faz o seguinte outdoor em Osasco, plena avenida dos Autonomistas:

Quero kibe!

Se eu fosse homem, ou melhor, se eu fosse home hetero, passaria longe deste motel.

Felizmente que o habitat natural da Karen é em Moema e ela nao precisa se deparar com este tipo de "propaganda".