segunda-feira, 29 de março de 2010

Paz para os homens de bem



Era uma manhã de sábado e eu estava de férias na casa do meu pai. Estávamos falando da vida, que entrou em política, passou para esporte e foi assim, que no meio da sala, eu, estudante de jornalismo do 3 ano, descobri a existência do Armando Nogueira.

- Minha filha, como você não sabe quem é Armando Nogueira? Ainda bem que eu não pago a sua faculdade, porque, se pagasse eu simplesmente iria parar de pagar. Quem você pensa que é para estudar jornalismo e não saber quem é Armando Nogueira?

Se não era, meu pai era um dos maiores fãs do Armando Nogueira. Ficou indgnado por eu não saber quem era seu ídolo, mas ficou feliz com a possibilidade da filha dele (sim, eu) ser repórter de esporte, ou melhor, repórter de futebol (o que não virei e acho que o frustrei).

Desde 2001 eu virei fã do Armando Nogueira. Lia sua coluna no Estadão e adorava o seu programa no Sportv, que apesar de ser sobre esporte, ao mesmo tempo não era: lembro de um dia que ele levou a Barbara Heliodora e o Sábato Magaldi para falar sobre Nelson Rodrigues.

Meu pai contava que viu uma vez uma entrevista do Brizola falando que o Armando não manipulou as matérias da Globo durante as eleições de 89. "Não tu Armando, que é honesto, eles manipularam", disse Brizola, com aquele sotaque de gaúcho carregado.

Me impressionava a desenvoltura que ele tinha em todos os assuntos: dominava não só esporte como política, economia, teatro, cultura (e eu pensava: será que um dia vou ser capaz de trabalhar assim, falando de tudo?). Não sei do meu futuro, nem do jornalismo. Sei que hoje estou triste porque uma das melhores partes da profissão se foi. Em paz, muita paz, acredito eu.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Porto Seguro

Cena 1. Rua da casa da IVY. Dia. Ext. A chuva que cai faz com que a rua da casa da IVY fique cheia d' água, mas tão cheia que não dá para passar. IVY começa a dar ré quando um MOTOQUEIRO para ao seu lado.

MOTOQUEIRO: Moça, não vai para lá não, tá perigoso.

IVY: Mas moço, eu moro nesta rua, ali na frente. Se eu deixar o carro na rua de cima e ir a pé não dá para eu chegar em casa?

MOTOQUEIRO: Não dá moça porque eu tentei passar de a pé ali e quase fui arrastado. E todas as ruas já estão alagadas. Vai para um lugar seguro para esperar a rua passar.

IVY: Moço... onde tem lugar seguro em São Paulo quando chove?

MOTOQUEIRO não sabe o que responder e dá um tchau de boa sorte. IVY fica sem saber o que fazer, dá ré e pensa em um lugar para ir no bairro. Fade out.

segunda-feira, 22 de março de 2010

She doesn´t live here anymore


O que mais me impressiona no caso Isabella não é mais a brutalidade da morte, mas sim a vida da menina.

Desde o dia 29 que minha mãe, meu pai, meu tio, meu irmão, o Brasil e quiçá o mundo conhece esta menina: já vimos todas suas fotos, descobrimos como chamava seu tio, sua escola, sua família, as circunstâncias em que veio ao mundo. Descobrimos que ela era uma menina doce, carinhosa e obediente e que tinha um quarto lilás, com um baú da Hello Kitty e que o tema do seu próximo aniversário seria as princesas da Disney. Descobrimos que ela era muito sorridente e encantava a todos, gostava de macarrão e salada de alface. De repente, esta menina se tornou uma velha conhecida. Sua vida e seus gostos ficaram famosos tal e qual se ela tivesse saído do Big Brother. Os detalhes de sua vida são tão fascinantes como se ela fosse uma celebridade que nos conquistou instantaneamente. Passamos, todos nós, a amar- de um jeito ou de outro- esta menina, que, morta, acabara de entrar em nossas vidas.

Isabella passa a ser a filha da nossa vizinha, a amiguinha do sobrinho, aquela menina que pega o mesmo transporte com o nosso filho. Ela agora toma corpo e ganha vida na nossa rotina. Parece, a cada instante, ser real, tamanha a freqüência que entra em nossas casas. E o mais estranho em conhecer cada vez mais Isabella é saber que nunca a conheceremos. E que ela, que parece tanto estar viva entre nós, aquela menina logo ali, infelizmente, não está mais lá.

Este texto foi escrito e publicado em 21 de abril de 2008. Minhas impressões sobre o caso continuam as mesmas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

30 is the new black



Eu acho que foi em 1978 que o IBGE (sorry, não vou explicar aqui a sigla, to de folga) mostrou, com base em uma série de dados completamente estatísticos, que o brasileiro vivia, em média, 65 anos. Naquele tempo, era normal um homem morrer com 45 anos. Velhinhos eram aqueles que tinham mais de 55 anos. A vida era um tédio mesmo. Não sei se fizeram alguma coisa com a água, mas o fato é que nós, brasileiros, passamos a viver mais. Bem mais. A nossa expectativa de vida praticamente dobrou, a média hoje é 80. Com 55 anos, as pessoas estão trabalhando a todo vapor. E, com 65 anos, as pessoas não tem nada de velhinhas (eu entrevistei um grupo de senhoras esta semana, não vou revelar a idade, porque não sou mal educada, mas eram todas bonitas, bem arrumadas e não aparentavam a idade- e trabalhavam, claro). A sociedade mudou e com ela os costumes sociais.

Será? Hoje, ao fim dos 28 anos, a sociedade me cobre que com 30 anos eu tenha:

a) uma carreira hiper ultra mega bem sucedida- o que eu não tenho (basta ver o meu holerite)
b) um MBA- que eu também não tenho
c) um marido- não vou nem comentar
d) um bebê- que eu também prefiro não comentar

Há 20 anos, era natural que a sociedade impusesse estas condições para os brasileiros e brasileiras, já que todos viviamos até uns 60 anos. 30, logo, era metade, portanto era importante ter feito metade da vida. Mas hoje...hello, 30 é o novo 20! Isso porque as pessoas estão demorando mais para morrer, o que significa que ainda tem muita coisa para ser feita e aos jovens que estão entrando na vida apenas acompanhar meio que de escanteio o movimento das coisas.

Com 30 anos é impossível ser o diretor da empresa em que se trabalha simplesmente porque o diretor, que tem 60, ainda não largou o osso e continua trabalhando. Fica praticamente impossível ter um marido e um bebê aos 30 porque como você não é diretora da empresa, você não tem dinheiro suficiente para sair da casa dos seus pais e pagar um apartamento e todas as contas mais (a menos que se queira viver na pindaíba, o que ninguém quer). Em resumo, ter 30 anos em 2010 é praticamente a mesma coisa que ter 20 em 1980: você está começando a vida.

E se 30 é o novo 20, qual seriam então os novos 30? Pela matemática pura e simples, seria o 40, mas ai com 40 aparecem novas pressões, que eu não faço a menor idéia de quais são porque eu ainda tenho 18 (estas contas básicas e úteis eu sei fazer) e não sei o que o futuro me espera. O que eu sei, por hora, é que como 30 is the new black and black is always in, eu pelo menos estou na moda- até a próxima década, eu espero.

Para Juliana Araripe e cia, que encenam brilhantemente algumas questões das mulheres de 30, bem vindas ao clube das blogueiras.

quarta-feira, 10 de março de 2010

!!!!!!!




12 (Provão 2002)- Na foto acima, qual a TL (texto legenda) mais apropriada para acompanhar a foto em um jornal noticioso diário:

a) Repórteres esperam sob um calor de 38 graus Celsius o presidente Lula sem almoço em Cubatão (Anônimo, 10/03/2010)
b) Um pouco da vida no chiqueirinho: repórteres aguardam o presidente Lula sem almoço em Cubatão (Anônimo, 10/03/2010)
c) Nada, a foto diz tudo

Há vagas



Será que ele está decupando a sonora do entrevistado?


Cena 1. Pauta no hospício. Dia. Int. REPÓRTER e FOTÓGRAFA vão ao hospício fazer matéria sobre as condições reais da instituição. Como agora todas as redações são multimídia, o REPÓRTER escreve, grava podcast e ainda passagem para a matéria do site enquanto a FOTÓGRAFA filma tudo. Muito nervoso, o REPÓRTER erra a passagem 29 vezes (isso mesmo, 29). Loucos que estão internados no hospício decoram a passagem e começam a repetir para o REPÓRTER, que fica mais nervoso ainda.

REPÓRTER(para os loucos): Vocês estão me desconcertando e me afrontando, vocês são loucos mesmo, por isso estão no hospício. Olha para mim, eu to aqui solto na rua.

Loucos riem desvaidaradamente. FOTÓGRAFA fica constrangida. DIRETOR DA INSTITUIÇÃO tenta um diálogo com ela.

DIRETOR DA INSTITUIÇÃO: Ele é sempre assim?

FOTÓGRAFA: É. Às vezes é pior. Teve uma vez que ele entrevistou o Gilmar Mendes achando que era o Henrique Meirelles e fez perguntas sobre o Banco Central no meio de uma coletiva.

DIRETOR DA INSTITUIÇÃO: Nossa, o caso é mais grave do que eu tinha pensado. Achei que era loucura no grau 1, mas pela sua descrição, ele deve ser louco de grau 2 (e observa o REPÓRTER, que agora pula e grita). Olhe, tome aqui o meu cartão. Dê para família dele e diga que temos vagas e condições plenas de trata-lo.

FOTÓGRAFA (completamente sem graça): Ah, obrigada doutor. Mas se eu levar para família dele, vou ter que levar para a família de metade da redação e ai depois eu vou ter que fazer matéria aqui de superlotação.

DIRETOR DA INSTITUIÇÃO não entende o que a FOTÓGRAFA disse: será que metade dos jornalistas da redação dela precisa de tratamento? Qual o tipo de patologia? Ele não consegue esconder que, como bom cientista, ficou extremamente curioso para estudar esta amostra social.

DIRETOR DA INSTITUIÇÃO: Como quiser...

FOTÓGRAFA sai para fumar um cigarro, REPÓRTER continua gritando, loucos rindo e DIRETOR DA INSTITUIÇÃO observa curioso a cena. Fade out.

Este roteiro da vida real NÃO é ficção. Para preservar a identidade dos profissionais, eu apenas troquei a mídia e o gênero dos envolvidos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Já que não dá para fugir da data V




Paulo Tadeu dos Santos Junior, estudante, 10 anos, é o genro que eu pedi a Deus (e olha que nem filha eu tenho!)

No dia internacional da mulher, homens vão às ruas de São Paulo pedindo direitos iguais

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Foi em Copenhague, na Dinamarca, que a Internacional Comunista decidiu, durante uma reunião com 100 mulheres de 17 países, a importância de criar um dia para chamar a atenção para o cumprimento dos direitos das mulheres.

Cem anos depois, o movimento feminista ganhou adeptos do sexo masculino nas ruas de São Paulo hoje (8): ao lado de mulheres, eles participaram de uma manifestação em homenagem a elas.

Há mais de 30 anos participando das passeatas e manifestações no dia 8 de março, o médico e vereador de São Paulo Jamil Murad foi ao Largo do Patriarca, no centro de São Paulo, para defender os direitos das mulheres.

"A luta pelos direitos e emancipação da mulher faz justiça não apenas para elas como para toda a sociedade, que fica melhor quando há igualdade entre os gêneros", afirmou. Para Murad, não é possível que haja um Brasil melhor sem "que a mulher tenha um papel de destaque".

Na passeata, estava também o balconista Laercio Severino da Silva. "A mulher é especial e o homem não vive sem ela. Por isso, acho que todas têm direito à saúde e ao respeito", disse.

Silva contou que está cuidando do seu filho de 3 anos sozinho porque a mulher teve que viajar para cuidar da mãe. "Homem não consegue dar conta de lavar roupa, criar filhos e ainda trabalhar. Hoje que estou nesta situação, vejo como as mulheres são importantes", relatou.

O secretário de Formação Política do Sindicato dos Trabalhadores das Autarquias de Fiscalização do Exercício Profissional e Entidades Coligadas no Estado de São Paulo (Sinsexpro), Paulo Rogério Prado, foi à passeata representar as trabalhadoras do seu sindicato e aproveitou para homenagear todas as mulheres. "Se não fosse por uma mulher, eu não estaria aqui."

Prado disse que sua presença na manifestação foi uma forma de lutar por um futuro melhor para suas duas filhas. "Estou plantando uma sociedade melhor, mais justa e igualitária para elas."

O estudante de direito Danilo Queiroz contou que, na faculdade, ao ter contato com representantes do movimento feminista, passou a entender "questões que não são óbvias para nós, homens". "De fato, a mulher é tratada como um objeto e é oprimida por esta sociedade machista", afirmou.

Para o estudante, uma forma de resolver os problemas que as mulheres enfrentam é a conscientização dos homens. "Acredito que haveria redução da violência doméstica se os homens fossem conscientizados que as mulheres precisam ser respeitadas", avaliou.

E é com o mesmo pensamento de Queiroz que a dona de casa Jozelma Araujo dos Santos educa Paulo Tadeu dos Santos Junior, 10 anos. Hoje, mãe e filho foram com camisetas da União Brasileira das Mulheres (UBM) às ruas do centro pedir pela igualdade dos sexos. "Eu acho que é meu dever como mulher e mãe ensinar os meus filhos de que homens e mulheres são iguais".

Ela disse que faz questão de ensinar ao filho que as mulheres devem ser respeitadas desde cedo. "Eu quero quebrar esta cultura machista através da educação que dou para o meu filho, quero que ele cresça aprendendo que cada um tem o seu espaço", afirmou.

No princípio, o marido de Jozelma era contra o menino participar da vida doméstica, ajudando em afazeres como lavar a louça ou arrumar a cama. "Ele [o marido] foi criado com outros valores, mas, depois, entendeu que o mundo mudou e, hoje, ele mesmo fala pro Junior ajudar em casa e não crescer com a mesma mentalidade", disse.

Para ela, a consciência dos homens mudaria o cenário da passeata no Largo do Patriarca. "A gente não precisa de tanta mulher, precisa do apoio dos homens e que eles passem a nos respeitar." No que depender de Jozelma, os próximos 8 de março seriam comemorados no “Largo da Matriarca”, e não do Patriarca.

Já que não dá para fugir da data IV

Eu não sou muito apegada a tradições. Mas se tem uma que eu tenho seguido é escrever neste blog sobre algum tema relacionado à mulher no Dia Internacional da Mulher. Em 2008, falei de como era difícil aprender a ser mulher e sobre como as mulheres eram muito competitivas e, na maioria das vezes, invejosas (já reparou como a publicidade usa a expressão "matar as amigas de inveja?" Eu não entendo para que matar as amigas e para que matar de inveja). No ano passado, eu falei que todas as conquistas que tivemos serviu apenas para nos dar opções de roteiros e não de obrigações: hoje nós podemos nos dar o luxo de sermos mocinhas e vilãs, com direito a ser autora de novela. E hoje eu pensei no que escreveria aqui: são tantas questões, violência contra a mulher, a participação da mulher no mercado de trabalho, a participação política, a falta de liquidações nesta época do ano (não é um absurdo que a gente não ganhe nem um descontinho?). E aí pensei em um tema que acho que ninguém fala no dia internacional da mulher: o homem.

Nós não somos sozinhas neste mundo. Eles, também conhecidos como vilões por ganharem mais que a gente e não ligarem no dia seguinte (salvo exceções), são os grandes responsáveis por todas as questões levantadas nesta data? Violência contra a mulher, por exemplo. Sim, é o homem que bate (e as pesquisas indicam que as maiores violências no ambiente doméstico não é mais por conta de relacionamentos amorosos e sim consequência do uso de drogas- o filho, surtado, bate na mãe, na avó, na irmã...). E o machismo? Quem é que fica desrespeitando o nosso espaço, dando cantadas horrorosas em pleno ambiente de trabalho, achando que somos todas "fáceis"? Os homens! E quem é que não traz bombom e flores? Eles, claro.

A minha pergunta neste meio todo é uma só: a minha mãe diz que as pessoas só fazem com a gente o que a gente deixa. Será mesmo? Eu vejo amigas sofrendo assédios fortissimos no ambiente de trabalho que nunca deram a menor ousadia. Vejo milhares de mulheres apanhando sem terem a menor culpa. E vejo que hoje, que era um dia importante para conscientizar o homem, a gente vê as mesmas propagandas e as mesmas matérias de sempre- todas para nós, nenhuma para eles.

Eu li uma vez que a única maneira em que uma mulher sucede bem ao tentar mudar um homem é quando ela está criando. Lembro da minha amiga Neila, que descobriu que esperava um menino e me deu a notícia garantindo que iria criar um homem digno, "que trate bem as mulheres que nem o pai dele". E fiquei me perguntando por que todas nós não passamos, a partir de agora, a conscientizar os nossos pais, amigos, filhos e namorados? Vai desde ensinar a não deixar a toalha molhada em cima da cama até a escrever e-mail dizendo que sim, você gosta de flores e bombons e ligações carinhosas. E, hoje, a minha reflexão do dia internacional da mulher é que nós passemos a olhar com mais atenção para os nossos homens, para, assim, mudar um pouco este estranho mundo em que vivemos. Quem sabe assim ganharemos um pouco mais, apanharemos menos (ou melhor, não apanhemos) e sejamos todos, homens e mulheres, mais felizes?

Feliz Dia Internacional das Mulheres para todas.

terça-feira, 2 de março de 2010

Trair e coçar...


Lindo e... burro! Sim, porque antes da Angelina ele traiu a Jennifer Aniston...

A minha amiga costuma dizer que homem que trai o pipi cai. Mas hoje eu achei um argumento a mais depois que li esta notícia no Terra:

Homens que traem as esposas e namoradas tendem a ter QI mais baixo e ser menos inteligentes, segundo um estudo publicado na revista especializada Social Psychology Quarterly. De acordo com o autor do estudo, o especialista em psicologia evolutiva da London School of Economics, Satoshi Kanazawa, "homens inteligentes estão mais propensos a valorizar a exclusividade sexual do que homens menos inteligentes".

Kanazawa analisou duas grandes pesquisas americanas a National Longitudinal Study of Adolescent Health e a General Social Surveys, que mediam atitudes sociais e QI de milhares de adolescentes e adultos. Ao cruzar os dados das duas pesquisas, o autor concluiu que as pessoas que acreditam na importância da fidelidade sexual para uma relação demonstraram QI mais alto. De acordo com o estudo, o ateísmo e o liberalismo político também são características de homens mais inteligentes.

Evolução

Kanazawa foi mais longe e disse que outra conclusão do estudo é que o comportamento "fiel" do homem mais inteligente seria um sinal da evolução da espécie. Sua teoria é baseada no conceito de que, ao longo da história evolucionária, os homens sempre foram "relativamente polígamos", e que isso está mudando.

Para Kanazawa, assumir uma relação de exclusividade sexual teria se tornado então uma "novidade evolucionária" e pessoas mais inteligentes estariam mais inclinadas a adotar novas práticas em termos evolucionários - ou seja, a se tornar "mais evoluídas".

Para o autor, isso se deve ao fato de pessoas mais inteligentes serem mais "abertas" a novas ideias e questionarem mais os dogmas. Mas segundo Kanazawa, a exclusividade sexual não significa maior QI entre as mulheres, já que elas sempre foram relativamente monogâmicas e isso não representaria uma evolução.


Um argumento a mais para nós mulheres, é bom dizer, para gente parar de se sentir estúpida e ficar se perguntando o tempo todo o que fizemos de errado (que atire o primeiro chifre quem nunca se perguntou isso) quando formos traídas. A resposa é esta: quem trai é burro- e ponto final.

P.S.: Nós, mulheres, seres inteligentes e superiores, é que não vamos ficar com homem burro né? Se o cara tem fama, nem deite na cama e bote para correr. Ivy na sempre campanha pela monogamia.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Trim Trim



A única coisa boa de esperar em consultórios é ler revista, penso eu. Só um minutinho, dona Ivy, a doutora já vai lhe atender. Por que as pessoas sempre pedem um minutinho sendo que sempre demora mais que um minutinho? Ah, a pilha de revistas!

Claudia Leitte. Ivete Sangalo. Fernanda Lima. Por que as revistas femininas não colocam homem na capa? Os homens não colocam mulheres nas capas deles? Bem, o que estou pensando, estou no consultório da dermatologista, óbvio que só vai ter revista feminina. Como não sou de carnaval, vou de Fernanda Lima mesmo.

Folheio uma página. Duas, três, procurando alguma dica útil de beleza ou uma reportagem- barata- de moda. Uma, em particular, me chama atenção: será que o toque do seu celular espanta os homens? Espanta os homens? O que espanta homem hetero, meu Deus do céu? Eles já são iguais aos duendes, existem apenas na ficção, e agora a gente espanta eles? Pelo celular ainda por cima? Como é que é isso, meu Deus?

"Discreta? Descolada? Cafona? Exibida? É, minha cara, o toque que você escolhe para o celular se transformou no mais novo cartão de visita que carrega por aí. Da música que está no topo da parada de sucessos a mensagens estranhas, as possibilidades são infinitas. E os gatos usam, sim, essa moderna pista para sacar um pouco da personalidade da dona do telefone. Quer saber o que os bonitões andam pensando a seu respeito? "

Quer dizer que agora o meu celular, ou melhor, o toque do meu celular é cartão de visita? Desde quando isso? Por que ninguém me avisou? Deixa eu ler as opções.

Alternativa arriscada: “Quando ouço um celular tocando samba ou tecno, imagino na hora a garota em uma balada desse tipo”, revela Cássio Mairinque, 29 anos, designer. “E imediatamente penso se ela tem ou não a ver comigo.” Em outras palavras, você pode atrair pretendentes ou afastar os que não curtem o mesmo estilo de som. “Dependendo da música, confirmo minha impressão e me aproximo. Mas se ouço um pancadão, por exemplo, dificilmente chego junto”, conta o advogado Daniel Oliveira, 30 anos. É, meu toque está longe de ser da balada, penso eu. Bem, o risco de ser descartada por isto eu não corro.

"Se você sempre baixa a música que está bombando nas rádios, pode se dar bem na paquera. “Acho legal ver que ela escolheu um som estiloso, tipo Coldplay ou Jamie Cullum”, fala Adolfo Machado, 23 anos, analista de trade marketing. “A gata ganha um ar descolado.” Se bem que o tiro pode sair pela culatra, caso paquere um homem que prefira outro tipo de som. “Trabalhava com uma garota que adorava música sertaneja”, lembra João Victor Guedes, 26 anos, advogado. “Sempre que o celular tocava, ouvia: ‘E hoooje eu te amoooo... Não vou negaaar’ [de Victor & Leo]. Achava insuportável.” Eu nem sabia o que era Vale Night, nem Lobo Mau, muito menos sei quem é Victor e Leo. Ai, to salva, eba!

"Tradicional trim trim: rssa opção, assim como a de deixar o aparelho no modo silencioso ou vibratório, a faz parecer discreta e objetiva. “No escritório, várias colegas optam por toques marotos”, diz o analista de marketing Fabio Vendramini, 33 anos. “Mas acho que os tradicionais incomodam menos.” Passo... "Escolher a canção de abertura de Sex and the City pode virar um código e fazer você conhecer quem também é fã do quarteto. Mas não significa que usar um toque à la 007 é um bom negócio para atrair os homens. “A feminilidade está em cada detalhe da mulher”, analisa Pablo Martini, 34 anos, empresário. “Outro dia vi uma garota linda passar e, quando o celular dela tocou, ouvi ‘Tropa de elite, osso duro de roer...’ Perdi o tesão na hora”, conta Pablo." Gente, homem perde tesão por cada coisa...

"“Atende o telemóvel!” ou “Maria, alguém te liga” podem ser escolhas ousadas — e perigosas. O mesmo vale para som de animais. “Estávamos em um grupo de amigos e na mesa ao lado havia uma mulher com um celular que tocava toda hora, com um mugido de vaca!”, diz Paulo Taddone, 31 anos, analista de seguros. “Não preciso dizer que ela virou motivo de piada.” Tem mais: se o toque chama seu nome, pode dar a impressão de que faz o tipo exibida que deseja ser reconhecida na multidão..." Passei direto...

Toque personalizado: esse ganha nota 10 no quesito criatividade. “Acho legal eleger um toque diferente”, diz Marcio Moreira, 29 anos, consultor jurídico. “Gosto dos que parecem modernos e ao mesmo tempo sutis, meio low profile. As que apostam nesses têm mais chances comigo”, fala ele. Pode ser uma música que tem tudo a ver com o seu estilo de vida, uma canção composta por você mesma... João Victor concorda: “Acho bom ouvir sons personalizados; descontrai o ambiente e dá a ideia de que a mulher é animada e descontraída”.


Senhora, pára tudo AGORA: o meu toque não consta na lista! Meu Deus, o que será que os homens pensam de mim? Como é que esta revista não levou em conta o meu toque de celular? E agora, como eu vou descobrir? Ai meu Deus, tá vibrando, não o vibrador, o celular mesmo. Um clássico do final dos anos 70. Ah, meu Deus, Deus ouviu minhas preces, um homem hetero me ligou e vai me falar o que meu toque significa.

- Oi Ivy, tudo bem, pode falar?
- Eu já iria te ligar mesmo. Se você fosse homem, quer dizer, desculpe, você é homem e hetero, é a falta de hábito de falar com hetero, perdão. Mas se você estivesse num bar e estivesse afim de mim e tocasse o meu celular, o que você acharia de mim?

Um segundo de silêncio.

- Você é você mesma ou o clone da Gisele Bundchen?
- Eu sou eu mesma.
- Você está com um decote superpoderoso que valoriza o seu poder 46?
- Não.
- Você está usando saia curta preta e salto alto?
- Também não.

Eu, no meu vestido jeans, me olhava enquanto ele fazia mais um minuto de silêncio. Não morreu ninguém meu filho, responde logo o que o toque do meu celular diz sobre mim. Sem entender, eis que ele finalmente fala:

- Se você não está usando blusa decotada e nem saia curta eu estou afim de você por que mesmo? Qual que era a sua dúvida mesmo?
- Nevermind...

Como eu costumo dizer...homem hetero, quando existe, só se importa mesmo com uma única coisa, que todo mundo sabe o que é. Depois desta, deixo a Fernanda Lima, a Ivete, a Claudia Leitte, todo mundo de lado e vou cobrar da atendente para doutora me atender depressa.

E o toque do meu celular é Bad Reputation, Joan Jett.

"Depois que vi como são feitos, nunca mais comi salsicha nem li jornal." Mark Twain. (Da Ivy: o mesmo vale para as revistas)