Vocês bem sabem que eu odeio livros de auto ajuda. Odeio, aliás, tudo o que é ou parece ser de auto ajuda. Mas cá estou eu a escrever umas poucas linhas sobre um assunto que tanto me pertubou e eu sei que pertuba muitas mulheres por este mundo. E por isto eu escrevo hoje para vocês, minhas amigas, pois sei que vocês estão passando ou passaram por coisas semelhantes.
Hoje acordei cedo e assisti The Oprah Winfrey Show. Para as minhas amigas nos EUA, é desnessário explicar quem é Oprah. Para vocês brasileiras eu vou dizer: Oprah é uma mulher negra, que nasceu pobre e gorda, mas conseguiu se formar em jornalismo. Foi estuprada, deu a volta por cima e hoje tem um dos maiores programas de TV dos Estados Unidos. E claro que o programa é sobre auto ajuda. Hoje assisti dois casos: o de seis mulheres que casaram com o mesmo homem sem saber e de uma mulher que após cinco anos, viu o marido desaparecer do nada. Ele era rico e a deixou com uma dívida de seis milhões de dólares quando ela completava 30 anos, num iate na Grécia.
A tal mulher abandonada disse que queria entender por quê o marido fez isso com ela, se os cinco anos que eles viveram foram uma grande mentira, se ele a amava, enfim, ela queria entender. Ela dizia que o marido era o seu melhor amigo, que ele era doce, carinhoso, especial. Me identifiquei muito com ela, principalmente porque o meu ex namorado está vivendo agora com outra pessoa, dizendo que nunca esteve tão feliz na vida, que ele está com medo de perder aquela pessoa tão especial. Eu, como a moça da TV, queria entender por que ele me procurou tanto, por que ele insistiu tanto em mim, por que ele ficou com outra na minha frente depois de ter feito tanta coisa para ficar comigo, eu queria entender o por quê. E este por quê me intrigava e intrigou até hoje quando a psicóloga do programa respondeu as mesmas dúvidas que a moça tinha:
“ELE NAO SE IMPORTA COM VOCE. ELE NAO E O SEU MELHOR AMIGO. ELE NUNCA FOI. ELE NUNCA GOSTOU DE VOCE, PORQUE QUEM GOSTA NAO FAZ ISSO. ELE NAO SE IMPORTA COM VOCE”.
E passou a repetir a frase que é o título deste texto. Parei de procurar entender todas as questões, buscar respostas para as perguntas- e principalmente uma resposta que me agradasse- mas vi a resposta ali na minha cara. Ele não se importa comigo. Nunca se importou. Eu, com o pensamento burro dos que amam, achei que ele era imaturo, que ele gostava de mim e precisava crescer. Achei que ele realmente me amava porque tudo o que ele fez por mim, de ter insistido, de ter me procurado tanto, das tardes de amor, dos beijos, dos chamegos, que isso era um sinal e ele não queria admitir. Não era não: quem não queria admitir era eu, era eu que não queria ver a verdade que ele não gostava de mim.
Me dei conta disso graças ao programa; o fato dele estar hoje com outra, feliz e não lembrar da minha existência é a prova de que ele não gosta de mim, nem nunca gostou. Pior que não gostar é não se importar. Porque ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas ter respeito e compaixão é o básico. Se importar é o mínimo. E eu me dei conta de que ele não se importa pois nunca lutou por mim; me dei conta que tal e qual o meu ex, está também o ex namorado de uma amiga minha, que insiste em ligar para ela e dizer que a ama, que a quer, pertubar a felicidade dela com um novo amor, mas não mandar um buquê de flores, não ir atrás dela, não ficar com outras e assumi-la de uma vez por todas.
E tal e qual o meu ex e o ex da minha amiga, tinha o ex da outra amiga que era casado e queria te-la como amante. E como o meu ex e os exes das minhas amigas, existem tantos outros ex que não nos dão esperanças concretas, mas nos beijam, nos tratam como princesas por poucos segundos e não assumem compromissos sérios com nenhuma de nós (e ainda vem com aquele papinho furado de “bons amigos”, que você que inventou tudo).
E nesta eles brincam com os sentimentos alheios, iludem e machucam. Machucam os corações apaixonados, sejam eles das amigas, namoradas ou ex namoradas. E a gente fica tentando se justificar, dizendo que não é possível que ele seja tão mau, tão escroto e tão canalha. E talvez até não seja mesmo, é muito difícil julgar outras pessoas. Mas o fato é que mesmo que ele não seja tudo isso, ele não se importa com você. Ele não se importa comigo, com ela, com a outra.
A tal moça da TV confessou o que ela sonhava todos os dias. Coincidentemente era o que eu sonhava: que ele voltasse arrependido, me reconquistasse e me fizesse a mulher mais feliz do mundo. A psicóloga continuou a repetir a frase “ELE NAO SE IMPORTA COM VOCE” e ainda completou: “Para ele, você não significa absolutamente nada. Se ele estiver vendo este programa, ele não está nem ai”. A Oprah terminou o quadro com a máxima: “Você tem e sempre teve o poder de decidir a sua vida. Parta para outra e aprenda a viver sem o nada. Você diz que ele te completa, mas isso é errado: você tem que se completar primeiro, para depois ser feliz ao lado de outra pessoa. As mulheres acham que a felicidade está no outro, que depende do outro, mas não é assim não. Digo isso porque nos meus 20 e poucos anos eu pensava assim e só me ferrei”.
A psicóloga terminou dizendo que nós mulheres somos educadas para nos vender, nos vender para um conto de fadas, a uma emoção, a um homem. Somos educadas a apenas ser felizes com uma troca, nos encaramos como um produto.
Tirando todas estas teorias de lado, eu pensei muito neste assunto o dia inteiro. Concordei com tudo o que ouvi naquele programa e vi que sim, ele realmente não se importava comigo. Mas estou eu aqui a ainda me importar com ele. E foi ai que me perguntei: mas é isso que eu quero para mim? Alguém que não se importe? E a resposta foi não, mesmo sendo o meu ex o cara mais foda do mundo, o mais apaixonante, o que me faz me sentir viva, feliz, bonita, o que me faz amar, mas, infelizmente, não me faz sentir amada e importante. E eu queria ser importante. Eu quero ser importante para um homem. E acredito piamente que serei até baseada nos fatos de hoje: sou importante para muitas amigas e amigos, para minha família, para meus colegas de faculdade. Oras, se sou importante para tanta gente, pra que perder tempo com quem não me considera como tal? E foi assim que decidi de uma vez por todas sair desta história que tanto me consumiu.
A vontade de dividir isso tudo com vocês foi porque vocês são muito importantes para mim. E que não importa se ele não está nem ai com vocês, eu estou- e muito. E quero dizer para as amigas que hoje não são importantes para um homem, parem de uma vez por todas tentar achar desculpas, se iludir, se prender a um passado/presente que como eu mesma disse não importa. Porque o importante é ser importante. Para as amigas que ainda estão na busca como eu, pode parecer piegas e Pollyanna demais, mas um dia seremos importante para um homem tanto como somos importantes para nós mesmas. E até lá, vamos aprender a ser feliz e nunca mais aceitarmos estes homens que não se importam conosco.
Desculpem me o tom de auto ajuda, a idéia é nos ajudar. Acreditem: mais do que escrever para vocês, eu escrevo para mim mesma.
Beijo grande,
Ivy
Esta carta foi escrita para duas amigas há três anos. Felizmente, nós três nos livramos dos ex que queriam a gente no pé deles ao invés de nos ver felizes. Coincidentemente, uma amiga que está muito feliz hoje passou por uma situação destas e também superou. A carta ficou no meu arquivo e sabe Deus por quê, resolvi publicar.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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6 comentários:
Porque era importante para você compartilhar isso!
São dores e amores de todos nós! É bacana fazer uma avaliação positiva do andamento da nossa vida: com erros e acertos que fazem parte do processo.
Pior é que a gente sabe muito sobre isso e acaba se pegando nas mesmas pegadas sem nem notar como chegou lá. Por isso é bom lembrar sempre, porque mais cedo nos damos conta do caminho mais certo para cada uma de nós. Essa estrada é única, embora tenha um mesmo manual!
Uau, eu passei por isso.
Posso dizer q me identifiquei muito com o q vc disse. E ainda posso dizer q em parte vc tinha razao, eles sao imaturos. Imaturos o suficiente pra acreditar q ter uma tiete, a espera de um chamado, vale mais a pena do q respeitar sentimentos e pessoas.
A coisa mudou qdo eu perguntei, com todas as letras o q ele queria comigo, o q ele queria de mim... foi entao q ele, depois de 3 anos me usando literalmente, ele abriu o jogo e falou q eu era legal, mas so....
posso dizer q nao foi facil escutar isso... (pq eu acreditava piamente q eu era A pessoa da vida dele) mas era o q eu precisa ouvir...
Amei desde a primeira vez que li. Sou sua fã, Ivolina. Bester! beijos
perfeito
Querida Ivy,
Não sei porque hoje, quase 1 ano depois de vc ter postado este texto, eu resolvi jogar no Google "ele não se importa com você" (ou melhor, sei sim, óbvio)e, para meu alento, encontrei este post. Bem, vou explicar...me sinto retardada e sem um pingo de amor próprio, tentando encontrar respostas para perguntas que JÁ ESTÃO RESPONDIDAS e, eis que não sou a única.
O difícil mesmo, é botar um ponto final e sacudir a poeira. E isto é o que estou passando no momento...
Encontrei o mais incrível cara de todos os que eu conheci até hoje e...NADA! Me cobre de mimos, chamegos, etc, e na hora de ficarmos juntos pra valer, tudo é dificuldade, e ele não luta por isso. E quando eu me afasto e ensaio alguma atitude, ele aperta a coleira fazendo com que eu não saia do controle e me fazendo sofrer por querer mais que isso...
A Oprah tem razão. A psicóloga também. E o meu time de "Oprahs" particular também, portanto, pouco provável que eu esteja enxergando as coisas como elas são. E por isso, há algum tempo deixei de tampar o sol com a peneira e ando acumulando "coragem" para o que precisa ser feito...porque, VAI ser feito.
Quem se acostuma com o "NADA", acaba esquecendo como o "TUDO" que merecemos é muito melhor...
beijos!
Má
Bom dia Ivy,
Como no ultimo comentário da Mayra, quase 3 anos depois do seu post e 6 anos depois de ter escrito essa carta às amigas, por um momento de dúvida, incerteza de sentimentos eu joguei no google "ele não se importa" o primeiro link? Delírios Insanos de Ivy Farias, intrigante e curisoso, cliquei e comecei a ler, logo comentei com outra amiga no msn, que se pôs a ler tbm.
Fui imaginando os fatos, as imagens, fui me imaginando, imaginando a vida, minha vida, meus amores, tantos desencontros, tantas perguntas, muitas sem respostas.
Mas ler e perceber que mesmo sabendo que a resposta seria essa, nós sensiveis e que sempre arranjamos um jeito para ver o lado bom das coisas, e se não tiver, a gente inventa, só pra não cair naquela "me iludiu, e agora?"
Realmente faço minhas as suas palavras, as palavras da Oprah e da pisicologa.
Pode ter certeza, depois de muito tempo essas palavras ajudam sim, mas não de uma forma depressiva, mas para dar asas e libertar o que não se pode ver só...
Parabens...e obrigada!
Se tiver alguns minutos adoraria que visitasse meu blog: http://fabienepaes.blogspot.com/
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