sexta-feira, 10 de abril de 2009

Assumir o amor

Estava pensando hoje porque as pessoas estão se queixando da solidão e da falta de amor. Simples: amar é dificíl. Difícil pacas eu diria. Para você chegar naquele amor que até a sombra da pessoa lhe faz sentir completa, é preciso penar. Lembro de um motorista que depois de 25 anos de casado me disse: “Hoje a minha mulher é minha companheira. Se eu chegar com esta árvore em casa, ela vai procurar um vaso para colocar. Não vai brigar, não vai perguntar, vai compartilhar.” A assessora que estava comigo olhou com olhos grandes, no que ele responde: “Isso leva tempo, paciência, raiva, muitos sapos. O amor chea por útltimo.”

E hoje vejo que ele tem razão: amar dá trabalho. Mas vale a pena. Uma amiga, depois de seis meses sem reencontrar o ex, me disse: “Já sabia que piada ele ia fazer, por quê ele ia rir e como ele reagiria. E isso é tão bom!”. Foi neste momento que ela se deparou o quão difícil era construir novamente o que ela e o e tinham feito em dez anos e se lamentou progressivamente. E ela não falava de paixão, não falava de sexo, falava do amor, da segurança, da compatibilidade, da divisão, do “amor tranquilo, com sabor de fruta mordida”.

E é por isso, alegava a minha amiga, que muitos não se entregavam. Porque para amar, é preciso assumir aquele sentimento poderoso. Ter o compromisso de apoiar, receber apoio e cuidar daquele que se ama. De sair, de rir, de respeitar, porque sabe se que está com alguém que merece amor, carinho e principalmente respeito. Assumir o amor é deixar por alguns momentos de pensar em si e “servir a quem vence, ao vencedor”. Mais que isso: saber da bolsa dos sonhos e passar o chopp e o frango à passarinho primeiro para a mulher amada.

Amar é conhecer. Não é conexão, não é “a ligação que não se tem com mais ninguém” e sim , não é sofrer, não é adrenalina de ficar esperando a ligação, não é nada disso. O amor é exatamente isso que a gente tem do lado, a alegria mais básica, o carinho de ficar em casa de pijama no domingo sem se preocupar com a lingerie. Claro que isso não vira regra. Mas que no domingo de chuva pode, pode.

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