sábado, 8 de novembro de 2008

Por que o vestido é A peça

Tenho andado com mania de vestidos. Perdi as contas de quantos comprei nos últimos meses. O que sei é que minha paixão por eles começou tal e qual a minha coleção de blusinhas pretas, mas, até agora, não tem hora para acabar. Tenho vestidos menina, vestidos sexy, cocktail dress, vestido soltinho pra ficar em casa, vestido para bater, vestido descontraído, para casamento. Estou catalogando todas as prováveis situações que posso enfrentar na vida e adquirindo um vestido especial para cada.

Desencanei de calças, das bermudas (outras das minha paixões) e até mesmo das saias, que são as jogadoras reservas quando um vestido está unvailable. Minhas blusinhas estão praticamente aposentadas, todas elas coitadas, porque estou na vibe do dress e não tem jeito.

Não sei de onde surgiu esta minha paixão, mas, pelo menos, achei um motivo para justificá-la (eu e os meus motivos...). Estes dias estava na academia e, para promover uma festa, dois professores se vestiram de mulher (não entendi também). Eles ganharam alguns looks das alunas para a empreitada e todas as peças foram...vestidos. Nós, mulheres, usamos muita calça, praticamente todo dia. Calça já virou peça feminina, tanto que tem umas bem sexies. Mas, quando o assunto é feminilidade fashion, não tem por onde fugir: é ele e pronto.

Vendo os meninos usando vestido é que me dei conta: por mais que as calças sejam nossa, elas não exclusividade só nossa. Assim como as bermudas, as blusas, as camisas. Estas peças unissex nos deixam todos e todas no mesmo closet. Já os vestidos não, só nós podemos usar, tanto que, quando um cara quer se vestir de mulher, é a ele que ele recorre. E claro, dentro desta categoria estão também as saias e todas aquelas peças óbvias, como calcinha, sutiã, meia-calça e salto alto.

Os dois professores poderiam muito bem "look like a lady" com uma calça e uma frente-única. Mas não faria o mesmo sentido. Outra coisa que me lembrei foi de uma cena de Confissões de Adolescente quando a Deborah Secco (direto do túnel do tempo!) se apaixona por um colega de classe, e, para conquistá-lo, pede dinheiro para o pai para comprar um vestidinho (e ela era uma menina supermoleque, só de bermudão, camisetão e boné). Sem contar aquelas cenas de cinema em que a mulher entra abrindo alas (tipo a Laney Boog em Ela é Demais): não me lembro de uma saindo de calça ou bermuda.

Falando com a menina do G1 também apaixonada por vestidos, cheguei à conclusão final sobre o meu "estudo" da roupa: eu trabalho igual homem, pago contas igual homem, me debato por uma declaração da Dilma igual homem, enfim, eu sou praticamente um homem. Como diz a Marina, mulher tem que ser muito macha neste meio para sobreviver. Então, se eu acabo fazendo tudo como eles, que pelo menos uma coisa eu me reserve o direito e me dê o luxo de ser diferente, no meu jeito de vestir. E como só mesmo os eles meio duvidosos que se arriscam nesta peça, eu vou de vestido mesmo seja lá para onde for.

P.S.: Como boa menina-menino que sou, o que eu gosto mesmo em usar vestido é praticidade: é uma peça só, não tem que ficar combinando, é mais rápido de por, pronto e acabou.

Nenhum comentário: