segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

2008

Eu li Pollyanna com dez anos, estava na quarta série. Hoje vejo que este é um livro para a vida adulta, não para crianças. Exceto se a criança é como eu, já que desde cedo fui adulta e tinha que dividir os problemas- e procurar uma solução- com a minha mãe solteira. Desde aquele ano de 1991 que faço o Jogo do Contente, “brincadeira" pratica por Pollyanna que consiste basicamente no seguinte: poderia ser pior.

Estava lendo o blog da Bia em que ela faz uma retrospectiva e parei para pensar no meu ano. Como já sofri muito na vida e considero o ápice de tudo o ano de 2003, quando sai, desempregada, da faculdade (nem frila arrumava), meu ex me deu um pé na bunda (depois vi que valeu a pena, mas na época doeu), minhas “amigas“ me espezinhavam por eu estar desempregada e minha mãe foi morar fora me deixando um belo pepino: um irmão pequeno e uma família louca e mau caráter para cuidar. Depois disso tudo fui morar nos Estados Unidos e decidi que ali eu seria feliz- fui, apesar das adversidades. 2004 foi um ano difícil, porém, melhor que 2003. 2005 foi melhor que 2004 e muito melhor que 2003. Assim eu ia vendo o passar da minha vida: eu ia ficando, cada vez mais longe, do ano horroroso de 2003.

2006 e 2007 foram marcados por alguns percalços e nenhum grande evento maravilhoso, mas não teve nada de tão ruim também. E 2008... bem, 2008 não foi como 2003. Durante os 365 dias do ano, dei uma de Pollyanna, tentando dizer que não foi tão ruim assim. Mas 2008 foi ruim, muito ruim. Foi um ano difícil demais e graças a Deus está acabando. Não sei ainda se é bom ou ruim jogar este jogo idiota, porque ele te desvia muito da realidade.

Hoje estou revendo mentalmente tudo o que passou. O balanço do ano mostra que 2008 foi péssimo. Acho que tão ruim quanto 2003, só que eu não estava preparada para tanta dor e provações que eu passei como estou hoje. Realmente, estou ainda mais forte, mas desejando que em 2009 eu seja fraca e tenha uma vida no mínimo fácil, de não ter que matar um leão por dia. Cansei de ser forte, cansei de fazer jogo do contente.

Quando fui morar nos Estados Unidos, achei que toda a dor do passado tinha ficado para trás: achava que dali para frente eu só seria feliz. Hoje eu vejo que me enganei, porque em 2008 levei uma bela rasteira de pessoas que confiava cegamente. Na verdade, acho que 2008 foi um ano para romper com o passado, não só para mim, como para todo o mundo. Afinal, a Nuvem Nove fechou e a Polaroid parou de produzir filmes. Sinal de que o futuro agora é presente e não há nostalgia que pare o capitalismo selvagem.

As lições que eu levo deste ano? Não confiar em ninguém, saber que seus amigos são aqueles que ficam com você nos momentos difíceis e que a vida muda a cada instante, por isso, não adianta muito se planejar ou achar como as coisas vão ser.
Anyway, 2008 é finito. Acabou. Para sempre.

Um comentário:

Everton Domingues disse...

Oi Ivy
Vim te desejar um ano de 2009 realmente inspirador. E tentando imaginar como fazer isso, encontrei um exemplo extremamente significativo. Escrevi um texto no Beijing Olímpica sobre a história verídica da família Hoyt (www.beijingolimpica.blogspot.com), acompanhado de vídeos extraídos no Youtube, que quero agora compartilhar com meus amigos.
Espero, de coração, que vc sempre faça as melhores escolhas em sua vida!
Bj
Tato
www.beijingolimpica.blogspot.com
e
www.vancouverolimpica.blogspot.com
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ESPORTE, AMOR E PERSEVERANÇA juntos podem fazer milagres na vida de qualquer um!