quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hanukkah




Happy Hanukkah!

Quando as pessoas me perguntam se devem ou não morar fora e qual o motivo para isso sempre respondo: "Pra viver o que você não viveria no seu país". Lembrei disso quando passei pela Praça Panamericana e reconheci umas um candelabro. Não sei se sempre existiu, mas só comecei a reparar depois que voltei dos Estados Unidos que aquele é o símbolo da festa das luzes para os judeus.

São Paulo é a quarta maior cidade do mundo, uma metrópole cosmopolita mas mesmo assim eu nunca convivi com judeus. Nunca morei em Higienópolis ou no Bom Retiro e os judeus simplesmente não existiam no meu mundo da Lapa (ou se tinha eu não percebia a existência deles). Fui descobrir o que era o Hanukkah quando morei em Nova York, esta sim, cidade bem judia. Nesta época, todo comércio colocava as luzes nas vitrines e no bairro que eu trabalhava como babá, Forest Hills, no Queen, tinha muito, mas muito judeu mesmo. E como a curiosidade matou um gato e fez de mim repórter, eu ficava intrigada com aquelas luzinhas, até que um dia perguntei.

Não lembro se o dono daquela casa de câmbio/banco deveria ser judeu: em Nova York todo mundo decora de acordo com as grandes festas dos povos que formam a cidade, tipo Cinco de Mayo e o Ano Novo Chinês. Sei que ele me explicou a história do Hanukkah e me deixou ascender uma velinha, que lá era apertar um botão. Na loja do lado eles preenchiam o desenho da chama com papel celofane todo dia. E eu achava o máximo.

As amiguinhas das meninas que eu cuidava eram judias e me ensinaram a cantar as musiquinhas e foi assim que eu, uma autêntica da Silva, passei a comemorar - e adorar- o Hanukkah. E hoje eu sinto saudades de ascender as velas, assim como de ver a cidade toda homenageando a data, tipo um Natal diferente. Tanto que parei na praça só para fotografar e lembrar daquele fascínio de ver uma vela artificial representando uma tradição milenar. Talvez se eu nunca tivesse morado lá, nunca teria vivido uma história que não é minha.

Um comentário:

Bibi disse...

Caracoles, garota! Tá escrevendo muito! Isso é um verdadeiro conto de Natal... Judaico! Lindo texto, com ritmo, palavras gostosas, fatos interessantes, observações curiosas e - a cereja que vou levar comigo - frase de efeito: "A curiosidade matou um gato e fez de mim repórter" hahahahahaha Essa é personalista!