sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um dia



Pelo que andei lendo na internet, o hit entre as patricinhas, quer dizer, it girls do momento, é um livro/filme sobre um casal que se reencontra todo ano no mesmo dia. Não mais criativo, o título é "Um Dia" e, segundo a crítica (como se a crítica fosse alguma coisa), ambos são bons.

O que eu resolvi usar o conhecimento da faculdade de jornalismo para fazer este nariz de cera (como se nariz de cera fosse, já que isso não é matéria, é um post- ei leitor, blog errado!) para justificar o título. As mocinhas encantadoras ficam preocupadas em passar um dia com o homem mais importante do resto de suas vidas sem se dar conta que, muitas vezes, passam.

O homem mais importante do resto da sua vida é aquele que, no caso, é único e insubistitível de forma mais surpreendente do universo. Funciona assim: sem se dar conta, num piscar de olhos, ele está lá, para te ajudar. Chega de longe num táxi branco, trazendo toda a parafernália eletrônica- se você der sorte, em alguns casos, com uma trilha sonora impecável- e com toda a disposição do mundo que só o amor é capaz de dar.

Ali, naquele momento, aquele homem de 1,80m não se parece nem um pouco com o feto ainda informe que fora formado no ventre de sua mãe. Não lembra em nada aquele coraçãozinho que se ouvia de longe pelo ultrasson e que logo depois se transformou num bebê que adorava papinha de beterraba.

Você olha e vê que aquele que está ali não é o mesmo menino que tinha medo do irmão mais velho com uma panela na cabeça imitando o Robocop, nem o talentoso aluno que fez uma escultura de coelhinho sozinho em um pedaço de sabão. Com um olhar mais atento e apurado, você nota, bem de longe, que aquele moleque que fuçava nos seus CDs de rock tem um gosto musical parecido com o homem que está sentado ao seu lado.

Com mãos habilidosas e uma destreza única, ele resolve tudo de maneira impecável- "Não, não pode ser!", penso comigo mesmo. “Será que é ele mesmo?". Sim, é. O profissional talentoso, rápido, prestativo e eficiente cujos honorários eu não teria condição de pagar é aquele mesmo pequeno da Silva da cama ao lado. Meu irmãozinho, quem diria, abriu mão de um dia das suas férias em movimentada agência de publicidade de São Paulo para me ajudar. O homem mais importante da minha vida hoje é o meu irmão caçula.

Dentre todas as coisas que pensamos quando recebemos a notícia de que ganharemos um irmãozinho, algumas delas são brincar, cuidar, choro, vela, tudo, menos que, um dia, você vai trabalhar ao lado dele. E é inimaginável pensar que o trabalho pode ser tão bom, afinal, quem vai olhar pra cama ao lado e ver um profissional de sucesso? Pô, ele é meu irmão.

Revisando um pouco a matéria, vejo que na minha parca biografia há pequenas coisas de que posso me orgulhar na vida. Já viajei o mundo inteiro, entrevistei os Foo Fighters na borda do Sena, fui mesária voltuntária e tantas outras coisas mais que valeram a pena. Das lembranças que me ocorrem agora, ter passado fome para que ele se desenvolvesse e viesse a este mundo de maneira saudável foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Obrigada, Senhor pela graça atendida: meu irmão, Felipe Chaves.

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