segunda-feira, 29 de março de 2010
Paz para os homens de bem
Era uma manhã de sábado e eu estava de férias na casa do meu pai. Estávamos falando da vida, que entrou em política, passou para esporte e foi assim, que no meio da sala, eu, estudante de jornalismo do 3 ano, descobri a existência do Armando Nogueira.
- Minha filha, como você não sabe quem é Armando Nogueira? Ainda bem que eu não pago a sua faculdade, porque, se pagasse eu simplesmente iria parar de pagar. Quem você pensa que é para estudar jornalismo e não saber quem é Armando Nogueira?
Se não era, meu pai era um dos maiores fãs do Armando Nogueira. Ficou indgnado por eu não saber quem era seu ídolo, mas ficou feliz com a possibilidade da filha dele (sim, eu) ser repórter de esporte, ou melhor, repórter de futebol (o que não virei e acho que o frustrei).
Desde 2001 eu virei fã do Armando Nogueira. Lia sua coluna no Estadão e adorava o seu programa no Sportv, que apesar de ser sobre esporte, ao mesmo tempo não era: lembro de um dia que ele levou a Barbara Heliodora e o Sábato Magaldi para falar sobre Nelson Rodrigues.
Meu pai contava que viu uma vez uma entrevista do Brizola falando que o Armando não manipulou as matérias da Globo durante as eleições de 89. "Não tu Armando, que é honesto, eles manipularam", disse Brizola, com aquele sotaque de gaúcho carregado.
Me impressionava a desenvoltura que ele tinha em todos os assuntos: dominava não só esporte como política, economia, teatro, cultura (e eu pensava: será que um dia vou ser capaz de trabalhar assim, falando de tudo?). Não sei do meu futuro, nem do jornalismo. Sei que hoje estou triste porque uma das melhores partes da profissão se foi. Em paz, muita paz, acredito eu.
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